Há mais de um ano, meu caro amigo Jay soltou a máxima "dar pau em quem odeia é moleza" em um artigo sobre a banda dessa mesma postagem num blog que tem seu título em homenagem à mesma: Van do Halen. Foram poucas os reviews realmente abalizadas sobre o trabalho que está sendo trazido nesse post, porque muitos se fecharam ao preconceito e às críticas negativas que, com uma certa coesão, o play recebeu. Cá estou, dando minha cara à tapa, pra falar logo da ovelha-negra de uma discografia invejável, onde até o "pior" é muito bom.
A história do Van Halen após o período "Balance" é bem complicada. O disco foi bem recebido, apesar de sua conduta mais séria, e a turnê fluiu bem, mas o vocalista Sammy Hagar abandonou o barco em 1996, o que deu palco para uma reunião da formação clássica, com a lenda David Lee Roth, anunciada no MTV Video Music Awards de 1996. No entanto Diamond Dave não durou mais do que algumas semanas e uma situação nebulosa o colocou para fora.
A história do Van Halen após o período "Balance" é bem complicada. O disco foi bem recebido, apesar de sua conduta mais séria, e a turnê fluiu bem, mas o vocalista Sammy Hagar abandonou o barco em 1996, o que deu palco para uma reunião da formação clássica, com a lenda David Lee Roth, anunciada no MTV Video Music Awards de 1996. No entanto Diamond Dave não durou mais do que algumas semanas e uma situação nebulosa o colocou para fora.
A conturbada reunião de poucos dias. Esquerda pra direita:
Eddie Van Halen, Alex Van Halen, Michael Anthony, David Lee Roth
Eddie Van Halen, Alex Van Halen, Michael Anthony, David Lee Roth
As audições para vocalistas incluíram o quase-Hagar (só de visual) Mitch Malloy e a ótima moça Sass Jordan - ambos podem ter seus trabalhos conferidos aqui na Combe -, mas o escolhido foi Gary Cherone, vocalista do recém-acabado Extreme e sugerido pelo empresário do VH, Ray Danniels. Com a formação consolidada e ânimo de sobra para novas composições, eis que o trabalho, composto e gravado em 1997, chegou às prateleiras em março de 1998.
"Van Halen III" é taxado por muitos como um trabalho solo do guitarrista Eddie Van Halen que simplesmente levou o nome do conjunto. A proposta pouco tem a ver com qualquer das facetas apresentadas nos álbuns anteriores. Em qualquer aspecto. Mas apenas por ter Van Halen no título, a audição se torna desagradável? Particularmente, gosto de apreciar a música, não a nomenclatura ou o rótulo a ela atribuído. Exemplos se dão por "The Final Cut" do Pink Floyd e "Chinese Democracy" do Guns N' Roses, álbuns mais "solo" julgados sem nem mesmo serem devidamente ouvidos por se distanciarem de sonoridades clássicas desses nomes.
Enfim, o que pode caracterizar tamanha mudança? Pra começar, os tempos mudam e não dá pra falar de festa o tempo todo, até porque o mundo não é só isso. Ora, nem o Kiss e o Slade, duas das maiores "party bands" do Rock, abordaram apenas as temáticas festeiras ao longo de suas carreiras. Aqui as letras refletem, em primeira instância, propostas mais engajadas e assuntos ligados à política e problemas sociais. De forma inteligente, as composições de Cherone (quem liderou a parte das letras) tocam nesse ponto, apesar dos altos e baixos.
"Van Halen III" é taxado por muitos como um trabalho solo do guitarrista Eddie Van Halen que simplesmente levou o nome do conjunto. A proposta pouco tem a ver com qualquer das facetas apresentadas nos álbuns anteriores. Em qualquer aspecto. Mas apenas por ter Van Halen no título, a audição se torna desagradável? Particularmente, gosto de apreciar a música, não a nomenclatura ou o rótulo a ela atribuído. Exemplos se dão por "The Final Cut" do Pink Floyd e "Chinese Democracy" do Guns N' Roses, álbuns mais "solo" julgados sem nem mesmo serem devidamente ouvidos por se distanciarem de sonoridades clássicas desses nomes.
Enfim, o que pode caracterizar tamanha mudança? Pra começar, os tempos mudam e não dá pra falar de festa o tempo todo, até porque o mundo não é só isso. Ora, nem o Kiss e o Slade, duas das maiores "party bands" do Rock, abordaram apenas as temáticas festeiras ao longo de suas carreiras. Aqui as letras refletem, em primeira instância, propostas mais engajadas e assuntos ligados à política e problemas sociais. De forma inteligente, as composições de Cherone (quem liderou a parte das letras) tocam nesse ponto, apesar dos altos e baixos.
Musicalmente falando, tem-se elementos de todas as fases do Van Halen aliados à contemporaneidade que assolava a música na mídia e a "funkeada" que já era característica no Extreme de Gary. Havia a necessidade de se reinventar. Melodias densas, riffs mais complexos e cozinha mais bem trabalhada do que o habitual dão o subsídio necessário para que o brilho da guitarra de Eddie Van Halen dê alguns de seus mais inspirados solos até então - sem exageros. Aliás, Eddie cuidou até dos baixos por aqui, dando início à polêmica entre o baixista Michael Anthony (que só tocou em três músicas) e os irmãos VH, que dura até hoje. Vale lembrar, também, que a duração de cada faixa é maior que o normal e a presença de baladas é mais acentuada, sendo que uma foi cantada por Ed: "How Many Say I", de longe a pior do disco.
A voz de Gary Cherone, todavia, não parece se enquadrar bem no geral. O vocalista não conseguiu soar original em sua performance pois, em vários momentos, se mostrou disposto a permanecer na sombra do imponente Sammy Hagar. Ato falho que, apesar de não permear em todas as canções, chega a ser irritante em algumas.
A voz de Gary Cherone, todavia, não parece se enquadrar bem no geral. O vocalista não conseguiu soar original em sua performance pois, em vários momentos, se mostrou disposto a permanecer na sombra do imponente Sammy Hagar. Ato falho que, apesar de não permear em todas as canções, chega a ser irritante em algumas.
No geral, "Van Halen III" não foi sucesso de vendas. Passou longe, diga-se de passagem. Apesar de atingir a 4ª posição das paradas norte-americanas, os caras estavam acostumados a abocanhar a primeiríssima e assolar os charts de outros pontos do mundo - o que não ocorreu de forma efetiva. Nada de disco de platina em mais de um país: disco de ouro pelas 500 mil cópias vendidas nos Estados Unidos e só. O single de "Without You" colaborou, com vídeo-clipe rolando na MTV e generosas tocadas nas rádios roqueiras.
A turnê passou por cantos que nunca haviam passado anteriormente, como a Austrália e a Nova Zelândia - inclusive, uma ótima bootleg dessa tour pode ser encontrada clicando AQUI. O quarteto, após o fim da mesma, até se preparava para gravar um disco novo, mas Gary Cherone pulou fora em meados de 1999 por conta das famosas "diferenças musicais", intensificadas pela nada calorosa recepção de "Van Halen III".
Destaques podem ser muito bem feitos para a paulada "Without You", que conta com ótimos backing vocals ao longo de sua duração; para a quase-Hagar (agora não de visual) "Fire In The Hole" e seu andamento característico, recheado de bons riffs; a densa "Ballot Or The Bullet", que carrega uma crítica aos Estados Unidos; a ótima roqueira "One I Want"; e a bela balada "Josephina".
Em suma, "Van Halen III" é o pior disco da trajetória do Van Halen. Mas o nível do grupo é tão alto que até seu pior disco consegue ser bom. Não integralmente bom, por isso é o pior. Mas tem ótimos momentos e merece atenção redobrada, pois é difícil de ser digerido. E então, caro leitor? Decidiu dar uma nova chance? Já gosta? Não desce de forma alguma? Não deixe de comentar!
A turnê passou por cantos que nunca haviam passado anteriormente, como a Austrália e a Nova Zelândia - inclusive, uma ótima bootleg dessa tour pode ser encontrada clicando AQUI. O quarteto, após o fim da mesma, até se preparava para gravar um disco novo, mas Gary Cherone pulou fora em meados de 1999 por conta das famosas "diferenças musicais", intensificadas pela nada calorosa recepção de "Van Halen III".
Destaques podem ser muito bem feitos para a paulada "Without You", que conta com ótimos backing vocals ao longo de sua duração; para a quase-Hagar (agora não de visual) "Fire In The Hole" e seu andamento característico, recheado de bons riffs; a densa "Ballot Or The Bullet", que carrega uma crítica aos Estados Unidos; a ótima roqueira "One I Want"; e a bela balada "Josephina".
Em suma, "Van Halen III" é o pior disco da trajetória do Van Halen. Mas o nível do grupo é tão alto que até seu pior disco consegue ser bom. Não integralmente bom, por isso é o pior. Mas tem ótimos momentos e merece atenção redobrada, pois é difícil de ser digerido. E então, caro leitor? Decidiu dar uma nova chance? Já gosta? Não desce de forma alguma? Não deixe de comentar!
01. Neworld
02. Without You
03. One I Want
04. From Afar
05. Dirty Water Dog
06. Once
07. Fire In The Hole
08. Josephina
09. Year To The Day
10. Primary
11. Ballot Or The Bullet
12. How Many Say I?
Gary Cherone - vocal
Eddie Van Halen - guitarra, violão, baixo, teclados, piano, backing vocals, vocal em 12
Michael Anthony - baixo em 2, 3 e 7; backing vocalsAlex Van Halen - bateria, percussão
Músicos adicionais:
Matthew Bruck - guitarra adicional
Mike Post - piano em 1
(Links nos comentários - links on the comments)
by Silver
16 comentários:
Van Halen III [1998]
http://www.multiupload.com/6F4L00YXAR
Grande Post!
VH sempre é bem vindo!
O III é o que vc disse, um bom disco, acho que faltou uma produção que levasse a banda ao nível do Balance ou FUCK...
A tour superou muito o disco, os shows tiveram um belo set, ainda mais para quem curte a fase Roth.
É isso ae!
Esse disco tem um significado sentimental para mim. Lembro que na época de seu lançamento a MTV Brasil fez do Van Halen o "artista do mês", com programas especiais por 4 fins de semana seguidos, terminando com uma entrevista exclusiva com a banda realizada pelo Fábio Massari em Nova York, na sede da MTV norte-americana. Também passaram muito material antigo e no último dia do mês, um Disk MTV especial, só com clipes do Van Halen. Hoje a chance de isso acontecer é a mesma de eu dar uns pegas na Sabrina Parlatore.
Mas voltando ao disco, outra música que eu gosto muito é "From Afar". Ela tem um clima denso muito louco, com a guitarra expressando um desespero mesclado a melancolia. "A Year to the Day" no começo eu não gostava. Mas com o passar do tempo fui assimilando, especialmente a interpretação do Gary, que é excelente. Realmente, trata-se do pior disco do Van Halen, mas não dá para dizer que todo ele é de se jogar no lixo. Pena que a vinda dele para a última edição do Monsters of Rock acabou não se confirmando, pois o setlist da tour foi sensacional,o único até hoje que mesclou com igualdade as fases Roth e Hagar.
té que enfim alguém resolveu fazer uma resenha digna, ao invés de só meter o pau!
Pra mim, o III tá entre o Diver Down e o Women And Children First, como os menos audíveis da carreira dos irmãos holandeses. Agora, falar que é o pior só pq o vocalista é o Gary, como quase td mundo, (não falo nem do Silver, nem do JAy) é uma afronta, pq o cara cantou muito nesse álbum, e o instrumental está entre os mais trabalhados do VH.. Os caras tavam matando a pau! Confesso que na 1ª vez que o ouvi, na época do lançamento, n gostei muito, porém dei mais uma chance pelos velhos tempos e alegrias me dadas por esses caras e hj eu ouço na boa. (mas balada que o Ed cantou eu dispenso) Acho que por causa dela, a Valerie pediu o divórcio. hehheheheh Bem, por mais que o Edward seja um idiota arrogante pessoalmente falando, não podemos negar que depois do Hendrix ele é, um dos 2 ou 3 músicos que mais influenciaram a História até hj.
Vida longa ao rei!!!!!!!!!
Realmente Jay, impossível a MTV fazer algo do tipo. Faria só se tivesse cd novo do Paramore ou Tokio Hotel...
Ron Mick, valeu pelo elogio. A maioria dos reviews que li sobre esse disco só endossam os pontos negativos (que não podemos negar que existem) de "VH III". É lamentável ver que certas pessoas parecem nem tê-lo ouvido para construir uma opinião melhor.
Mauye, definitivamente essa é uma capa tensa. No geral as capas do VH são boas, mas essa é um chute no saco.
lembro de ir pra escola com o discman e 2 cd's: psycho circus e VH III. foram os maiores lançamentos de 1998 na minha opiniao. ouvi muito e ainda curto muito.
Van Halen é bom até quando é ruim. os puristas que vao tomar no cu!!!!!
rock and roll caralho!!!!
Concordo que é o menos legal da discogafia e a resenha conseguiu passar bem o que o disco é.
Gosto de algumas músicas mas realmente não consegui gostar do álbum em si, o que não me faz o considerar ruim.
O que discordo completamente é o que o Ron Mick disse sobre o Women and Children First que pra mim tá entre os melhores do VH.
não ouvi o disco inteiro ainda, mas o q eu tinha ouvido eu gostava..
qdo eu tava lendo a resenha eu tinha certeza q era da Lyn..
falar bem de disco dos membros do extreme quem faz é ela..
kkkkkkkkkkkkkkkk, pior que é verdade hein jantchc! hsauhsuhauhsuahuhu
Quanto a esse disco, eu mesmo já tinha dito ao Silver que mesmo o povo descendo a lenha eu gosto desse disco. E Without You é uma música mágica para mim.
E Jay, eu tb peguei esse especial na MTV na época, eu estava no auge da minha paixão pelo Van Halen, vc nem sabe o quanto pirei com isso!
BALLOT OR THE BULLET EH A MÚSICA MAIS FODA EVER DO VH, TÃO BOA QUE NEM PARECE DO CHERONE!!! AUEHAUEHUAE brinks
Tá mais pra Extreme do que qualquer outra coisa...
Tem gente que fica tão caracterizado por uma marca, que mesmo tentando, não consegue mudar. O Gary é a cara do Extreme e por mais que tenta outras bandas, como a Tribe de Judah, não rola...
Não acho o álbum ruim não, mas pra quem é fã do Van Halen fase David Lee Roth (como eu), claro, este álbum deixa a desejar, mas, o Gary se esforçou!
E Jantchc, tá me chamando de crítica de uma banda só? Hunf...
Cara esse disco só é tão mal aceito assim porque é um disco do Van Halen, e é um disco totalmente diferente daquele Van Halen festeiro que todos nós conhecemos, de repente se fosse lançado por outra banda todos estariam falando maravilhas do álbum. O Van Halen III é um álbum musicalmente perfeito, quem não tem paciência e não gosta de prestar atenção na parte instrumental das músicas certamente odiaram esse disc.
Eu particularmente curto pra caralho, concordo que seja o mais fraco do Van Halen, mais mesmo assim é algo de ótima qualidade. É simplismente algo que não tem nada a ver com o som do clássico Van Halen, por isso não é bem aceito, mais é um exelente disco.
jR!, eu acho Woman And Children First um ótimo álbum, com a banda no auge criativo e técnico. Quando disse aquilo, me referi ás pessoas que só lembram-se de falar do Jump, do FUCK, do Balance, do VH I, etc, como os melhores do grupo.
Há uma história engraçada daqueles tempoos no Van Halen. Antes de uma premiação (que não lembro ser da MTV ou da VH1) o Ted Templeman, produtor deles na época ligou pro Dave e disse que, se ele conseguisse chegar até Nova Iorque ( David estava em São Francisco) de carro, ele produziria o disco seguinte do VH de graça! E não é que o Diamond Dave conseguiu chegar 10 minutos antes do início do evento??? Hehehehe
Nunca duvidem de um vocalista que faz Kung Fu!
Sempre gostei desse disco, tem pérolas como "Without you, "Dirty water dog" e "year to the day". Acho que se o cherone tivesse investido em mais um album a parceria seria mais forte e quem sabe...um grande disco poderia surgir.
Este é o pior disco do VH, mas é muito melhor que grandes discos de outras bandas. Eles erraram na ordem das músicas. Quando você começa a empolgar vem uma música que quebra o clima. Poderiam ter tirado do disco coisas desnecessárias como "NeWorld", "How Many Say I" e "Once". Mas por outro lado a música "Year To The Day" sozinha vale o preço do disco.
Postar um comentário