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sábado, 24 de abril de 2010

Poison - Native Tongue [1993]


Amado por uns, odiado por outros, o Poison é uma das bandas de Hard Rock dos anos 1980 que mais merecem respeito. Primeiro, por nunca terem deixado a proposta de fazer Rock n' Roll divertido e descompromissado para simplesmente acompanhar as tendências da mídia. Segundo, por não deixarem a peteca cair em nenhum de seus lançamentos. Terceiro, por serem um dos maiores expoentes da safra Hard oitentista estaduniense e, até hoje, mandarem muito bem em cima do palco.

O vocalista Bret Michaels foi internado em estado crítico nessa semana. Após alegar fortes dores de cabeça, fora constatado que sofria uma grave hemorragia cerebral, ainda que esteja em estado de saúde estável. Em homenagem a este ótimo frontman, vocalista e compositor, trago-vos um de meus prediletos, quiçá predileto, do Poison.

Antes de falar de "Native Tongue", vale relembrar o contexto histórico da época. O ano era 1991: apesar da chegada do rock sujo e triste de Seattle e da decadência de inúmeros grupos do famigerado Hair Metal, o Poison continuava grande, vendendo muito bem o recém-lançado "Flesh & Blood" e ainda arrastando multidões por onde passavam. No entanto as tensões começavam a surgir, principalmente entre o guitarrista C.C. DeVille e os outros integrantes, que já estavam de saco cheio com os conflitos causados pelos vícios de DeVille, tomado pela cocaína e pelo álcool.

O estopim ocorreu durante o MTV Video Music Awards de 1991, onde o grupo se apresentou: inicialmente a música escolhida era "Unskinny Bop", mas C.C. DeVille começou a tocar "Talk Dirty To Me". Alterado, o guitarrista realizou uma apresentação terrível e ainda deixou o cabo de sua guitarra cair, deixando os companheiros na mão por alguns segundos. A performance culminou em porrada (!) entre DeVille e Bret Michaels e, posteriormente, na demissão de C.C.

O jovem Richie Kotzen foi convidado para assumir o posto pouco tempo depois, com apenas 21 anos. Vindo da pequena cidade de Reading, na Pensilvânia, Kotzen já havia mostrado serviço com três álbuns solo antes de sua entrada, mas que não tiveram grande repercussão. Mas sua vida mudaria a partir daí, pois teve a oportunidade de mostrar do que realmente era capaz.

O "novato" mal entrou e já assumiu, de forma notável e soberba, a liderança do Poison em estúdio. Além de contribuir com sensacionais linhas de guitarra, capitaneou as composições, que já não falavam apenas de festas e dor de cotovelo, e acrescentou influências de Blues e Funk, nunca vistas antes em lançamentos anteriores do grupo.

O guitarrista Richie Kotzen

Logo no começo, uma pancada na face: a breve introdução "Native Tongue" e "The Scream" abrem esse maravilhoso play, com ótimas linhas de bateria, riffs espetaculares, baixo mais do que notável e excelente vocais, tanto de Bret quanto dos backing vocals, que ganham força com a presença do também cantor Richie. O clima muda bruscamente com o single principal, "Stand", uma balada (que não é sobre dor de cotovelo - um avanço) muito boa, destacando-se o belo solo de guitarra e a inserção de coros totalmente Soul ao fim da canção.

A seguir, as grudentas "Stay Alive" e "Until You Suffer Some (Fire And Ice)", esta o single secundário do play, não aumentam o ritmo mas contam com um bom groove. A hard-funkeira "Body Talk", uma das melhores até aqui, entra com linhas de guitarra e backing vocals simplesmente espetaculares de Kotzen. "Bring It On Home" segue a qualidade, com mais peso aplicado à fenomenal bateria de Rikki Rockett, endiabrado por aqui.

A semi-balada "7 Days Over You", minha preferida de todo o álbum, arrasa tudo em seguida, com tudo que uma boa música de Rock N' Roll deve ter: cozinha consistente, ótimas linhas de guitarra, refrão grudento, vocal de muito bom gosto e backing vocals de se tirar o fôlego. Na breve "Richie's Acoustic Thang", o guitarrista arregaça no violão e, logo em seguida, a blues-rocker "Ain't That The Truth" entra com uma boa composição e riffs espetaculares.

"Theatre Of Soul" deixa as coisas mais lentas novamente - a ótima balada à moda "bluesy" cativa qualquer ouvinte com facilidade, com direito a uma bela performance de Michaels. As hardeiras "Strike Up The Band" (que linhas de guitarra são essas??), "Ride Child Ride" e "Blind Faith" aceleram tudo e preparam o ouvinte para o final apoteótico de "Bastard Son Of A Thousand Blues", um petardo altamente influenciado pelo Blues, onde todos assumem uma pontinha nos vocais.

Apesar de vender mais de um milhão de cópias no mundo todo, render uma turnê de sucesso e alcançar a 16ª posição nas paradas americanas, "Native Tongue" não vingou como os antecessores e Richie Kotzen foi despedido pouco tempo depois, ainda durante a turnê, após descobrirem que estava tendo um caso com a noiva do baterista Rikki Rockett, Deanna Eve. A seguir, uma declaração de Kotzen sobre sua curta passagem no Poison, extraída de uma entrevista anteriormente disponibilizada por aqui pelo Jay:

“Estar no Poison ajudou a aumentar a minha conta bancária em um ano, mas crescer como músico? Fala sério? Estar no Poison me ajudou a esquecer que eu era um músico. Quando eu estava no Poison, era o único que fazia música, então sim, me encaixei musicalmente. Não tenho certeza que aqueles caras chegaram a tocar em seus álbuns antes de eu entrar na banda, sei que C.C. tocava. Mas fui eu que tocou baixo em várias músicas do ‘Native Tongue’. Mas quando saímos em turnê, me encaixei? Claro que não. Acho que Rikki poderia ter contado até quatro e não ficar confuso, teria sido mais fácil. Não foi nada pessoal. Acho que minha mente estava começando a apodrecer. Sol, Dó, Ré, de novo, de novo e de novo... AHHHHHHH.. A melhor coisa de estar no Poison era foder. Muito, não parava nunca. No começo foi legal, mas depois comecei a me sentir fraco. Fiquei preocupado com a saúde. Estou melhor agora.”
Richie Kotzen lembrando de sua passagem pela banda em entrevista ao site Metal-Rules

Após a saída de Richie, muitos já sabem o que aconteceu. O guitarrista se tornou um incessante lançador de discos solo ou com outros artistas, entrou para o Mr. Big e por lá ficou até o fim, em 2002, e hoje continua incansável, lançando álbum novo e tocando onde pode, inclusive no Brasil, onde se apresentará a partir de hoje até o fim do mês. Já o Poison contratou o guitarrista Blues Saraceno para terminar a turnê, mas entraram em um hiato após iniciarem as gravações do álbum seguinte, "Crack A Smile", pois Bret sofreu um acidente de carro. O grupo só voltou realmente após o retorno de C.C. DeVille, em 1999. Lançaram alguns novos discos, inclusive um de covers, e estão até hoje na ativa.

Depois de tanto falar, fica a garantia de que vale MUITO a conferida, pois este se trata de um dos melhores plays de Hard Rock que já ouvi, sem exageros.

01. Native Tongue
02. The Scream
03. Stand
04. Stay Alive
05. Until You Suffer Some (Fire and Ice)
06. Body Talk
07. Bring It On Home
08. 7 Days Over You
09. Richie's Acoustic Thang
10. Ain't That The Truth
11. Theatre Of Soul
12. Strike Up The Band
13. Ride Child Ride
14. Blind Faith
15. Bastard Son Of A Thousand Blues

Bret Michaels - vocal, guitarra base, violão, gaita
Richie Kotzen - guitarra, baixo, violão, mandolin, dobro, piano, teclados, backing vocals
Bobby Dall - baixo, backing vocals
Rikki Rocket - bateria, percussão, backing vocals

(Links nos comentários - links on the comments)

by Silver

15 comentários:

Anônimo disse...

Native Tongue [1993]

http://lix.in/-79f826

hpreis disse...

Meu disco preferido do Poison. (:

Renato Spacek disse...

Ótimo post! E forças ao grande Bret

RÖMEU 69 disse...

Mto foda esse cd... Gerou a turne q passou por aqui no Brasil e la eu estava..foi foda!!! Destaque no show para os olo de Rokket!!!Foi mto show!!! Sobre o cd.. Nem preciso acrescentar nada.. tdo o q foi dito por Silver eu assino embaixo!! Por isso eu gosto da Combi..Os releases são tão bons qto os próprios albuns!! parabéns!! E bem vindos de volta!!!

PROFESSOR ROMEU disse...

Forças ao Bret!!!!

Unknown disse...

Valeu peo retorno Combe... tamo junto...

E força ao viadão do Bret...Poison detona...hehe

Twisted Head disse...

Esse album é legal, me trás boas recordações... Mas Flesh & Blood é imbatível. O melhor do Poison disparado...

E CC é fodástico detonou no Grammy...hehe

Extrime disse...

força no blog esta show

dnlz disse...

Vou te falar esse album eu só fui começar a gostar depois de ouvir muitas vezes pois na época foi muito diferente do que o Poison havia feito , eu achava um puta album mas não tinha muito a cara de poison, hoje ouço direto , aliaz o disco com o Blues Sarraceno , Crack a smile é animal tbm

Juliano disse...

Bem que o Richie fez em comer a noiva do Rikki hahaha, de certo ele não dava conta do recado!! Poison é muuuuito bom, tanto com o Richie como com o C.C., só não curti o Kotzen meio que debochar da banda, até pq todos sabem como eram as festinhas pós-show hehehehe pena que não nasci antes hahaha, teria aproveitado beeeeeeeeeeem mais!!

Unknown disse...

E ae blz? ... to conhecendo a banda agora e como li aki me parece que eh um ótimo cd =D ... ah keria parabenizar pela volta do blog ... tava com saudades )= ... =D

Anônimo disse...

grande CD. Não digo que é o melhor da banda por ainda não ter parado pra pensar sobre o assunto hehe destaque para Body Talk, Bring it Home, 7 Days over you, Blind Faith e as 4 faixas inicias (praticamente o CD inteiro haha). Otima resenha

Victor Klinger disse...

Sensacional... vlw

c. disse...

Putz, muitíssimo bem escrito esse post! :D

Anônimo disse...

POISON, THE BEST BAND