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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pink Floyd - The Dark Side of the Moon [1973]


Escrever sobre clássicos é complicado. É difícil não ser passional falando de discos que, além de sucessos comerciais, são pura arte. Aqui na Combe procuramos sempre fazer jus à importância desses álbuns, mas é quase impossível não sair da impessoalidade. Por isso, hoje venho fazer a resenha do grandioso The Dark Side of the Moon já pedindo desculpas antecipadas por qualquer exagero que eu possa cometer. Mas quem admira música e já ouviu o play, como a esmagadora maioria das pessoas que visitam a Combe, sabe do que estou falando e entenderá.

O ano era 1968. O Pink Floyd era conhecido como uma boa banda de rock psicodélico guiada pela mente cada vez mais perturbada de Syd Barrett. Mas a essas alturas Barrett já estava entupido até a cabeça de LSD e completamente louco, tornando sua situação insustentável no grupo. Os outros membros decidiram então chamar David Gilmour (que havia ensinado Syd a tocar) para a vaga de guitarrista.

Assim iniciou-se uma interessante fase de transição no Pink Floyd. O som era basicamente space rock, cheio de experimentalismos instrumentais. Porém, com Meddle, de 71, e sua suíte Echoes, a banda parecia estar guinando para sonoridades menos espaciais e temas mais próximos do ser humano.


Então as músicas foram surgindo a partir de jam sessions, as idéias foram florescendo principalmente na cabeça do baixista Roger Waters e o conceito do Dark Side foi tomando forma. Aos poucos cresceu o rascunho do que seria o terceiro álbum mais vendido da história.

E era essa a idéia. The Dark Side of the Moon foi feito para vender. O Pink Floyd queria ser rico e famoso, e com isso acabou criando uma obra-prima da música que tocou milhões de pessoas, que atingiu as angústias internas de toda uma geração. Esse foi o conceito que carregou o disco ao topo.

Mas vamos à música. Batidas cardíacas, risadas, caixas registradoras, aviões e finalmente desesperados gritos femininos vão tomando conta do som até a entrada da pura serenidade instrumental de Breathe. Serenidade completa com os harmoniosos vocais duplos de David Gilmour, com uma das mais belas e suaves vozes do rock.

Depois de psicodelias eletrônicas em On the Run, feita quase inteiramente com sintetizadores, ouvem-se vários relógios despertando, anunciando a lendária Time. Uma passagem instrumental com interessante percussão logo dá lugar ao histórico primeiro verso, com letra e vocais provocadores de Gilmour, mas logo assumindo a suavidade característica acompanhada de corais muito bem alojados. O solo é fantástico, uma aula de feeling (se é que isso é possível), maravilhoso pela pegada bluezeira com um 'algo mais' do timbre de Gilmour.

E Breathe volta com um 'Reprise' colado a Time, terminando a faixa com um momento de calma, mas ainda desconcertante. The Dark Side of the Moon é acima de tudo um play sombrio.

E chega a hora do saudoso Richard Wright puxar o si menor que inicia a mórbida The Great Gig in the Sky. Uma das mais belas composições de piano que eu já ouvi, acompanhada dos vocais desesperados (e improvisados) de Clare Torry formam uma das canções mais emblemáticas da história do rock, que traz a presença da morte ao disco.


Depois, caixas registradoras e um antológico riff de baixo começam Money, o primeiro hit do Pink Floyd. É uma faixa simples, bluezeira e comercial. Com certeza o carro chefe das vendas do álbum. Mas ela é muito mais que algo puramente do mercado. Um solo incrível de saxofone termina com uma série de variações de tempo que aceleram e refrescam a melodia para tornar o solo de Gilmour ainda mais empolgante. E num piscar de olhos temos tudo de volta, o tempo comum e o rock simples do começo.

Us And Them é uma lenta e bela faixa, com uma melancólica progressão de acordes, vocais ecoados e a volta do saxofone. O refrão é forte e a letra é uma das mais interessantes do disco.

Então entra a instrumental Any Colour You Like. Um pequeno trabalho de teclados de Rick Wright abre espaço para mais um solo de guitarra indescritível carregado de soul.

Assim abre a sequência final: as conectadas Brain Damage e Eclipse. Duas faixas unidas que carregam o conceito final do álbum. Brain Damage é uma reminiscência de Syd Barrett, muito presente na lírica do play. Uma letra triste que faz referência à síntese de todas as angústias do homem: a loucura. Afinal, passamos por todas elas até aqui: dinheiro, tempo, morte, solidão, etc.

E com a curta Eclipse chegamos a um ápice que vai ficando progressivamente mais forte, explodindo em órgãos e corais até chegar ao silêncio e ao sussurro "Na verdade não existe lado escuro da Lua. Ela é toda escura."

Assim termina The Dark Side of the Moon, melhor e mais importante disco do Pink Floyd. Se tornou sucesso de vendas, influenciou muito do rock que viria na década de 70 e colocou a banda no degrau das grandes da história.

Chegando a uma conclusão, o que posso dizer (ou repetir) é que esse é um álbum histórico, clássico absoluto do rock e uma obra-prima da música. Um trabalho muito denso, carregado acima de tudo de emoção, e que por isso vai fundo em quem ouve. O conceito de angústias do homem é explorado não só no campo das letras, mas principalmente nas melodias, onde atinge níveis inexplicáveis de musicalidade, mas também de empatia. The Dark Side of the Moon foi lançado nos anos 70, mas sua música ultrapassa as barreiras do tempo e pode ser admirada hoje e daqui a cem anos sem perder a atualidade. Se você tem, aproveite esse texto pra ouvir mais uma vez, se você não tem, crie vergonha na cara e baixe!

Pra terminar, a frase de um crítico que eu vi em um documentário sobre o play: "Tem muito de pop, você consegue cantar junto. Mas ainda assim é algo que te leva a lugares se você quiser ouvir em um quarto escuro." [risos]

01. Speak To Me/Breathe
02. On the Run
03. Time/Breathe Reprise
04. The Great Gig in the Sky
05. Money
06. Us And Them
07. Any Colour You Like
08. Brain Damage
09. Eclipse

David Gilmour - guitarra, sintetizador, vocais
Roger Waters - baixo, sintetizador, vocais
Richard Wright - teclados, órgão, piano, sintetizador, vocais
Nick Mason - bateria, percussão

Dick Parry - saxofone em 05 e 06
Lesley Duncan - vocais de apoio
Doris Troy - vocais de apoio
Barry St. John - vocais de apoio
Liza Strike - vocais de apoio
Clare Torry - vocais em 04

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Jp

14 comentários:

Anônimo disse...

http://www.4shared.com/file/XjiIxKVb/OLadoEscuro_Jp_Combe.html

(100mb)

Lyn disse...

JP, post de primeira, belo texto (a resenha está uma lisura)... e o disco... Discão... Cheio de efeitos sonoros que eu me amarro, música de primeira!

Parabéns. Abraço.

K-te disse...

Belo post!! Vou ser obrigada a ouvir novamente sob outro prisma. Vai ser um sacrifício... heheheheh

Inté a próxima!!!

Unknown disse...

classico.

GrassHoper disse...

Esse álbum é um dos pilares fundamentais da música contemporânea. Essencial!

jantchc disse...

não sou muito fã de progressivo, mas adoro pink floyd desde album pra frente..

este cd é muito bom..

o filme eu achei ruinzinho, mas o cd é ótimo..

e este é uma das 1ºs resenhas q eu vejo deste album q não fala do mago de oz..

Jp disse...

ninguém merece essa bobagem do Mágico de Oz

Anônimo disse...

ffff

Anônimo disse...

Tenho em vinil... ouço matinalmente!

Galilleu

Thiago disse...

Fodaaaaaaaaaaaaaaaaa!

Alceu disse...

baixando denovo!! esse album é o cara ahah! valeu combe!

Alceu disse...

ix tomei no but, já ta fora heheh mas valeu mesmo assim!

Anônimo disse...

link quebrado =(

c. disse...

link quebrado =(