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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Jorn - Worldchanger [2001]


Infelizmente, o cenário do Heavy Metal ficará permanentemente estagnado e todas as tentativas de revitalizar o estilo pra deixá-lo menos saturado serão sempre através de projetos que jamais cairão nas graças do grande público. Digo isso porque o estilo permite que surja milhares de bandas vendendo a imagem de ser o "novo Iron Maiden", "novo Motorhead", "novo Helloween" e por aí vai, grupos que se orgulham em dizer que fazem um som exatamente na linha de determinadas bandas, músicos que se honram em mostrar que tocam igual a Yngwie Malmsteen, John Petrucci, Timo Tolkki...-ops, esse último é um fantoche. Enfim, bandas que não se enquadram em estereótipos só saem do papel se for através de carreiras solos ou projetos, que dessa forma tem liberdade para criar o que bem entender. Por isso me interesso muito por esses tipos de trabalhos.

A respeito desses fatos existe uma simples explicação: a indústria atual não dá valor nem apoio à quem tenta fazer um som próprio que não se enquadre exatamente em um estilo de Metal. Pra ilustrar tudo isso e não parecer um simples achismo da minha parte, trago aqui as palavras do guitarrista polonês Metal Mike que tem uma banda chamada Painmuseum, onde faz uma mistura de vários estilos de Metal: "Eu estava negociando com alguns selos europeus e eles não conseguiam rotular nosso som. Já um distribuidor de discos na Alemanha disse que não ia conseguir vender os cds por lá a menos que nós fôssemos uma banda de Power Metal ou de Death ou de Black (ou de Heavy ou de Thrash...) e não dessa mistura que fazemos. E isso é ridículo." Isso porque não se trata de um músico qualquer tentando emplacar um projeto diferente, tendo em vista que Metal Mike fez seu nome ao lado de Rob Halford.

Tudo colocado até aqui tem a ver e exemplifica bem o que encontramos no segundo disco solo de Jorn Lande. De fato, esse é o segundo álbum solo de Jorn, mas também podemos considerar que seja o debut, porque o Starfire [2000] foi metade composto por covers, e só no "Worldchanger" Jorn se sentiu confiante em criar um disco completamente autoral. E para essa missão convocou músicos subestimados da cena norueguesa por fazerem parte de bandas de Black Metal. Não obstante, são esses músicos que se destacam com atuações destruidoras esbanjando técnicas apuradíssimas e chamam a atenção pra si tanto quanto o Jorn. Falo de Tore Moren (guitarra - Skitliv, Arcturus) e Jan Axel Blomberg (bateria - Mayhem, Arcturus).

Aliado às forças do mal, nada melhor para abrir o disco do que sons de tempestades e corvos. É assim que se inicia "Tungur Knivur", um Doom Metal ao estilo clássico de bandas como Candlemass, Krux e Solitude Aeturnus. "Sunset Station" vem em seguida, e as marteladas infernais de Hellhammer (trocadilho infame...) abrem espaço pra um Heavy Metal altamente empolgante e inspirado, com um refrão fantástico, além de um solo que começa com uma melodia parecida com "Over the Hills and Far Away" do Gary Moore, passa por uma rápida melodia ritmada dentro do Folk nórdico e segue no mais puro Metal tradicional. Em "Glow in the Dark" Jorn Lande faz uma de suas melhores encarnações de David Coverdale, apoiado em um instrumental cadenciado com riffs pausados e cortados algumas vezes por dedilhados até o final esmagador com Jorn acompanhando o instrumental e Tore soltando alguns harmônicos.




Na sequência, uma balada que não deixa o pique cair, com Jorn Lande mantendo suas interpretações fortes e "raçudas", fazendo de "House of Cards" uma balada arregaçadora e que não à toa tem o privilégio de abrir o volume dois da minha coletânea pessoal de baladas (risos). Tore e Blomberg fincam de vez suas características em "Bless the Child", uma sucessão enorme de mudanças de ritmos e melodias da forma mais abrupta possível. E que me desculpem os "odiadores do Black Metal", mas se não houvesse esses músicos do Metal Extremo envolvidos essa música não seria tão visceral. Primeiramente por se tratar de uma composição de Jorn e Tore que é um expert na criação de sons dessa natureza, e segundo que Tore e Blomberg deixam fluir essa brutalidade moderada sem grandes esforços - basta escutar os registros que os tornaram conhecidos.

Quando eu falei no início do texto sobre a importância que tem as empreitadas solos e os projetos paralelos, é sobretudo referente à grande diversidade que não encontra fronteiras. Até aqui já foi mostrado essência de violência, romantismo, momentos sombrios, pra cima, flertes com Heavy, Doom e Metal Extremo, efeitos pincelando algumas passagens e o escambal. Mas enquanto o disco não termina as surpresas não cessam. "Captured" possui vocalizações à la Prog Rock e conta com uma estrofe final com melodia similar à "Brain Damage" do Pink Floyd. E a faixa-título arrepia a clavícula com Blomberg mandando conduções de Jazz Rock! Não tem como escutar a bateria dessa música e não ligar à nomes como Jon Hiseman, Narada Michael Walden e Neil Peart. Fechando o disco, temos "Christine", um Hard Rock com riffs quebrados e que finaliza com blast-beats e "Bridges Will Burn", a mais acessível e simples do disco, trazendo outro refrão memorável.

Caso esteja pensando que a diversidade presente nesse álbum seja uma salada sem gosto de estilos, ou então que se trata de uma sonoridade desencontrada e ambiciosa, bem, se você for um daqueles alienados que só escutam discos que caiam dentro de um rótulo exato, realmente esse play não é pra você. Ou se gosta de absorver tudo na primeira audição, vai julgar errado também. O ruim dos pontos que foram destacados no começo do texto é que causam um efeito-dominó. As gravadoras não conseguem promover à altura um cd desse tipo, posteriormente ocorre a má vontade das distribuidoras pelo mundo em adquirir o material, esses projetos sempre recebem destaques mínimos em todos veículos especializados, e por fim o material acaba sendo um fracasso, sendo que a qualidade não é nem colocada em questão.

Números e vendagens expressivas não representam nada desde a chegada do Rap, Hip/Hop, Grunge e outras porcarias com força total no início dos anos 90. Ainda assim alguns grupos de Hard Rock e Heavy Metal conseguem a façanha de ter bons resultados em charts e destaques em publicações mundo afora, mesmo dentro desse contexto. No entanto, essas são as exceções. Trabalhos primorosos e distintos como "Worldchanger" sempre serão pérolas entre tantas outras no tesouro da música pesada.

-Citação de Metal Mike transcrita da Rock Brigade (Fevereiro/2005)

1. Tungur Knivur
2. Sunset Station
3. Glow In The Dark
4. House Of Cards
5. Bless The Child
6. Captured
7. Worldchanger
8. Christine
9. Bridges Will Burn

Jorn Lande - vocal
Tore Moren - guitar
Sid Ringsby - bass
Jan Axel Blomberg - drums

(Links nos comentários - links on the comments)

Dragztripztar

13 comentários:

Anônimo disse...

http://www.mediafire.com/?p259j55lvv8yapr

Anônimo disse...

new generation? = Jorn..
valeu!!!

Anônimo disse...

Texto bacana me deixou curioso. Vou baixar! Valeu!!

Anônimo disse...

Esse sujeito chegou para ficar. Para mim o melhor vocalista da atualidade,com influencia de DIO e COVERDALE só podia ser um eximio vocalista. Ouçan também, para quem não conhece o último do Masterplan, ARK e discografia JORN.

Felipe Kotzen disse...

Aviso! Esse Post contém Jorn Lande!!!
Esse cara é demais, o melhor vocalista da atualidade sem sombra de dúvidas. Parabéns combe, ótima escolha, ótima resenha. Post nota 10!

Maria Lu disse...

YAAAAAAAAAAY!
Baixarei :)

jullecosta disse...

Jorn land é o cara meu...

Anônimo disse...

Gostei do som
vo baixar, muito boa a ideia de sempre ter um video da banda
da para saber se e do nosso gosto antes de baixar

Unknown disse...

Meio contraditório este texto: você fala que falta criatividade por parte de músicos que tocam imitando o estilo de outros, mas elogia o Jorn por imitar o Coverdale?

Apesar disso, fiquei curioso para ouvir o material.
Valeu, combe!

Dragztripztar disse...

Eu elogiei o Jorn por imitar o Coverdale? Falei que em uma determinada música ele faz uma de suas melhores "encarnações" de David Coverdale. Realmente, o grave dele se assemelha bastante ao do Coverdale, além de tons mais altos que lembram Dio.

Mas eu me referi a grande quantidade de músicos querendo copiar descaradamente o estilo de outros consagrados. Jorn é um dos poucos vocalistas que é "abençoado" com um timbre que remete à dois dos maiores vocalistas de todos os tempos. Não existe forma forçada de imitar duas lendas, se fosse assim existiria inúmeros outros vocalistas "imitando" Dio e Coverdale.

E me referi principalmente à sonoridade ampla que na maioria das vezes só ocorrem através de projetos e quando ocorre ainda causa desinteresse nas pessoas e nas distribuidoras como citado pelo Metal Mike, pq não se encaixa em determinado gênero. Isso além de ridículo, é infantil.

jantchc disse...

bom, gostei da faixa q esta no youtube e a resenha me deixou curioso o suficiente..

baixando..

Unknown disse...

Tem razão, cara. Não tinha compreendido 100% do que vc tinha dito, mas vc tem razão.

Anônimo disse...

valeu !!!
Jorn !