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sábado, 12 de fevereiro de 2011

W.A.S.P. - The Neon God: The Rise (Part 1) [2004]


Não acho necessário discorrer o conceito ao lado da música sempre que tratar de disco conceitual. Mas existem alguns compositores que colocam suas mensagens de modo tão essenciais quanto às músicas. Blackie Lawless é um destes, e eis aqui o refletor-mor de sua magnitude como letrista. Além do lirismo ímpar, The Neon God também representa a tentativa de Lawless em superar outro disco conceitual - The Crimson Idol. Essa busca ambiciosa acarretou na criação de uma história diferenciada e reflexiva.

Desta vez, Blackie dar vazão aos seus personagens sem moldar algum como alter-ego e nem mesmo com representatividades individuais. A trajetória de vida do personagem principal Jesse Slane é baseada e inspirada em líderes de culto - infância conturbada, submissão religiosa, instinto psicopata e tentativa de se colocar como Messias. Sua história é detalhadamente traçada e, no decorrer da trama, surgem outros personagens que são simbolismos para profundos questionamentos impessoais acerca do existencialismo e a religiosidade.


Musicalmente, é a mistura do Heavy Metal ensandecido do The Crimson Idol com o clima funesto do Dying for the World. A produção é praticamente a mesma do disco anterior (e de quase todos da discografia): os timbres, o ar dimensional e o peso se encontram da mesma forma, o que é explicado pelo fato de Lawless ser um ferrenho defensor das gravações analógicas. Ainda que se mantenha inveterado com seus princípios musicais, o lado humano de Steven Duren vem tomando cada vez mais espaço nas mensagens do W.A.S.P. desde o The Headless Children.

Os monstros da mente de Lawless começam a aparecer, através de Jesse, na curtíssima "Why I Am Here" e o título fala por si só. As crises de Jesse começam a afetá-lo na pancadaria de "Wishing Well". E após ser abandonado pela mãe no orfanato, Jesse passa a enfrentar o institucionalismo religioso de um orfanato, onde ele tenta impugnar a freira Sister Sadie, pois a enxerga como um general da SS, o que é muito curioso, pois uma das peças que constituem a personalidade de Jesse é Adolf Hitler. E ele associa a freira ainda mais à antiga organização paramilitar devido suas iniciais.


Esse confronto religioso surge em "Sister Sadie (And The Black Habits)", que lembra muito a sonoridade do álbum The Headless Children, e os vocais de Lawless ainda soam tão impiedosos quanto um Panzer VI Tiger. Tudo passado por Jesse, até então, é sintetizado por meio de "The Rise"; as sensações aflitivas de suicídio e o molestamento que sofreu da mãe e a atormentada Sister Sadie são transmitidos por uma ambiência desesperadora, onde já demonstra a obstinação de Jesse em querer ser o Messias.

Os delírios e a perseguição da Sister Sadie fazem com que Jesse seja mandado para o asilo de loucos "Asylum #9", o ponto alto do disco e a demência de Lawless e Cia. representa com fidelidade o ambiente de loucura, além de ter a melhor atuação de Darrell Roberts em sua passagem pelo grupo depois da inesquecível "Hallowed Ground". No asilo, Jesse conhece o pirado Billy, que tem um lugar especial para se drogar porque os pais são ricos, e é lá no quarto conhecido como "Red Room of the Rising Sun", que eles fazem a cabeça e os pervertidos sexuais criam bases bem díssonas e alucinógenas pra narrar essa parte.


"What I'll Never Find" retrata o suicídio de Billy e naturalmente é bem sentimental e melancólica. Passado alguns anos, sem Billy, e com Sister Sadie já colocada a sete palmos, Jesse foge e, depois de umas desventuras pelas ruas, conhece o mágico Judah, com quem se identifica e debate a manipulação religiosa representada no Heavy Metal carniceiro ao melhor estilo anos 80 em "X.T.C. Riders". Judah estimula Jesse a buscar ser ainda mais transgressor. Inspirado em elevar a fúria de Alex DeLarge, Jesse conhece e passa a manipular ladrões, traficantes e prostitutas, usando artifícios enganadores de poderes preeminentes, revertendo toda sua história.

Em outras palavras, usando uma interpretação pessoal, é como Jesse tivesse sido abusado por um padre na infância e, posteriormente, tivesse se tornado um padre na vida adulta, explicando os desmandos religiosos institucionais que colocam os discípulos em posição de subordinados e manipulados pelas próprias interpretações das 'regras divinas' por aqueles que se dizem "superiores". Mas os detalhes desse momento da história estão na segunda parte de The Neon God, além das alusões ficarem mais claras. No encarte do disco é esclarecido que as respostas não estão contidas na obra, no entanto, as críticas são evidentes.


Sem inovações no estilo, um apanhado de referências a alguns trabalhos antigos e um produto enriquecido com pensamentos propostos para incitar a reflexão. Concretizando Blackie Lawless, de forma ainda mais nítida, como um compositor exemplar da última geração a colocar conteúdo inteligente no Heavy Metal.

01 – Overture
02 – Why Am I Here
03 – Wishing Well
04 – Sister Sadie (And The Black Habits)
05 – The Rise
06 – Why Am I Nothing
07 – Asylum #9
08 – The Red Room Of The Rising Sun
09 – What I’ll Never Find
10 – Someone To Love
11 – X.T.C. Riders
12 – Me & The Devil
13 – The Running Man
14 – The Raging Storm

Blackie Lawless - Vocals, Guitars, Bass, Keyboards, Drums
Darrell Roberts - Lead Guitars, Vocals, Drums
Mike Duda - Bass, Vocals
Frankie Banali - Drums, Percussion

Additional Musician:
Stet Howland - Drums on "Wishing Well"

(Links nos comentários - links on the comments)

Dragztripztar

7 comentários:

Anônimo disse...

http://www.mediafire.com/?z8eibna6u1co4nc

Z disse...

Xepa. Os caras tinham que ter terminado depois do primeiro disco.

Taliban Sexy Trucker disse...

Existe a conclusão da ópera no Neon God 2, é sensacional, uma das óperas rock mais bem feitas, e também é importante frisar que se trata de uma banda de hard/heavy, e não é muito comum esse tipo de projeto, mas eu adoro os dois cd's, na verdade eu conheci WASP a partir dos 2, me lembro que comprei ambos no escuro, só com comentários de amigos...

Anônimo disse...

Só posso dizer que esse álbum é fantástico!
As melodias, riffs e solos de guitarra estão simplesmente matadoras, e Blackie mandou muito bem! Acho que por muito pouco casava com o Operation: Mindcrime, do Queensryche, e até imaginei que as duas histórias pudessem ser mixadas.
Fantástico mesmo!

Abraços Rocker!

Henrique disse...

GRANDE BANDAAAAAAAAAA!!VALEU INCANSÁVEIS DO ROCK!

Anônimo disse...

Valeu, mais um para minha coleção.

Henrique Lopes disse...

Fazia tempo que estava atrás de disco!! Vlw combe