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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Rocky Burnette – The Son Of Rock’n’Roll [1979]

Aos 4 anos de idade eu era praticamente um terrorista com cara de criança.

Criado em apartamento em uma cidade rural do interior, nada poderia ser pior do que a clausura. Internet não era nem sonho e cada um se divertia conforme a imaginação pudesse ajudar. Entre saltar do armário do quarto com o guarda chuvas aberto e atordoar meus pais que chegavam cansados do trabalho, tudo era permitido.

Eis que meu pai comprou um disco que trazia aquele típico clima do fim dos anos 70 e início dos 80, em que o pop rock ainda não conhecia o overdrive em toda a sua extensão e botou pra rolar na sala. Comprar disco novo era um evento e merecia a reunião da família para escutar. Eu já conhecia Elvis, Beatles e Stones, mas aquilo me chapou. Simplesmente fiquei quieto enquanto rolava o som no toca-discos.

O velho descobriu o ovo de Colombo. Toda noite, quando batia a hora de ir para a cama (tarefa hercúlea, diga-se), eu deitava na minha cama e ele resolveu transferir todo o equipamento de som Telefunken para o meu quarto para me fazer dormir com Rocky Burnette.



Resultado: eu ouvia o lado A todas as noites, com a luz do quarto apagada e somente a luz piloto do telefunkenzão acesa. Quando acabava o lado A, a agulha voltava para o berço e o toca discos desligava automaticamente. Como eu não sabia virar de lado o disco sem detonar com tudo, agora era hora de me conformar e dormir. Eu até hoje não consigo ouvir o lado B! Soa estranho pra mim. Enquanto o lado A me lembra minha cama da casa dos meus pais. Ô psicologia de merda.

O som é uma tentativa cafona de misturar Bob Seger com Elvis Presley, mas que eu acabei curtindo muito. Rocky Burnette é filho da lenda do rockabilly Johnny Burnette, e nasceu em Memphis, Tennessee. Só isso já lhe dá credenciais suficientes para ser escutado. A discografia dele é de poucos destaques à exceção deste que posto hoje: The Son Of Rock’n’Roll. Título absolutamente providencial para um cantor que pretendia aproveitar a trilha aberta pelo pai. Isso se confirma com a dedicatória presente na contracapa do vinil.

O lado A abre com Tired of Toein’ The Line, uma levada com violões que tem um riff de guitarra ao fundo simplesmente hipnotizante. Os sopros complementam o riff de forma magistral. Ok, estou exagerando um pouco em razão da empolgação, mas é bem produzido e a banda que acompanha Rocky é excelente. Piano sacana ao fundo, sopros e riffs com um sotaque rockabilly. Muito bom.

Angel of Chambray é a música que tem o vocal mais parecido com o do pai, Johnny Burnette. Mas isso vem a favor da música. Baby tonight também tem o estilão que mistura o moderno (para 79) com o retro. Piano e violão sempre em evidência, e um vocal muito legal.

Fallin’ in Love (bein friends) é aquela que a gente tira no violão pra ficar como carta na manga. Ninguém conhece mas todo mundo curte. O lado A termina com Anywhere your body goes com um refrão pra todo mundo cantar junto, mas no melhor estilo bar pequeno.



Rocky Burnette nunca foi músico para lotar arenas, e talvez isso tenha vindo a seu favor. Um som que me traz boas lembranças e, a despeito da historinha do começo da postagem, merece ser ouvido.

Meu pai não ouve mais. Isso porque eu roubei o vinil dele há uns 20 anos.

Ah! O lado B eu nunca consegui ouvir.

Track List

1. Tired Of Toein' The Line
2. Anywhere Your Body Goes
3. Fallin' In Love (Bein' Friends)
4. Angel In Chambray
5. Bertha Lou
6. Because Of You
7. Boogie Man
8. Baby Tonight
9. You're So Easy To Love
10. A Woman In Love
11. Clowns From Outer Space
12. Roll Like A Wheel

Rocky Burnette: voz, violão e guitarras
Grupo: diversos músicos de estúdio em cada gravação.

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Por Zorreiro

9 comentários:

Anônimo disse...

http://www.mediafire.com/?3c6nii4964gtlaw

Anônimo disse...

Sei que parece não ter nada a ver, mas vocês vão postar o Chickenfoot aqui?

Jay disse...

Se um dia tivermos vontade, sim.

ZORREIRO disse...

Mas só se tivermos vontade

Jonathan Pedroza disse...

Não baixei, mas ouvi e curti bastante!

Eu vivi quase isso, ouvia bastante Dire Straits quando era pequeno (cheguei a arranhar uns LPs do meu pai, kkk)

Anônimo disse...

cara que nostalgia!!!
fiz a leitura escutando Fallin’ in Love (bein friends)... putz, curti a historia
Nao conhecia esse cara e vou baixar já!
Que grande rocker esse!

Valeu Zorreiro e Combe!

Yusef

Igor Miranda disse...

Tá mandando muito bem, cara. Os textos andam me convencendo a conhecer tudo o que anda postando. E ri muito imaginando a cena do guarda-chuva.

Anônimo disse...

Não parece ter nada a ver, NÃO TEM nada a ver pedir o Chickenfoot aqui.

Anônimo disse...

parabéns e obrigado pela seleta coleção que tem aqui!