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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Amy Winehouse - Back to Black (Deluxe) [2006]

A vida inteira fui barulhenta, ao ponto de me dizerem para calar a boca.
A única razão que eu tinha para isso era porque precisava gritar para ser ouvida na minha família.
Minha família? É, vocês leram certo. O lado da minha mãe é bem legal, a família do meu pai é a extravagância cantante, dançante musical, tudo musicalmente pirado.
Disseram-me que era dotada de uma bela voz, e acho que a culpa disso é do meu pai.
Ao contrário do meu pai, de sua criação e seus ascendentes, quero fazer alguma coisa com o talento com o qual fui “abençoada”.
Meu pai se contenta em cantar em voz alta em seu escritório e em vender janelas. Minha mãe, no entanto, é química. Ela é quieta, reservada.
Eu diria que minha vida escolar e boletins escolares estão cheio de “poderia fazer melhor” e “não aproveita seu potencial máximo”.
Quero ir para algum lugar em que possa ir até o meu limite e talvez mesmo além.
Cantar em aulas sem que me digam para calar a boca (desde que sejam aulas de canto).
Mas, principalmente, tenho um sonho de ser muito famosa. Trabalhar no palco. É uma ambição da vida inteira.
Quero que as pessoas ouçam a minha voz e simplesmente... esqueçam seus problemas durante cinco minutos.
Quero ser lembrada por ser uma atriz, uma cantora, por concertos repletos e shows lotados West End e na Broadway.
Por simplesmente ser... eu.

Isso foi o que escreveu Amy Jade Winehouse, uma menina judia de apenas 13 anos, ao entrar na Sylvia Young Theatre School, com o sonho de encantar o mundo. Todos os alunos, na verdade, tinham que fazer um curto ensaio e a pequena Amy escreveu praticamente um atestado, uma premonição.

Confesso que quando a vi pela primeira vez – foi num programa qualquer da MTV –, ela estava tinindo cantando pros quatro ventos que não iria de jeito nenhum para a reabilitação e não fui muito com a cara dela. Só que seu primeiro hit “Rehab” é impossível se tirar da cabeça. No, no, no. Não tente.

Eu diria que a diva era do que a música estava precisando. Ela é praticamente a Janis Joplin dos nossos tempos, o Kurt Cobain da música inglesa, afinal, pegaram carona com ela as cantoras Lily Allen e Adele, para citar apenas duas.

Mas o fato aqui é: há genialidade na música de Amy? Ou ela era só uma chorona, com letras melosas sobre relacionamentos? Creio que os dois. Ela foi acometida, em 2006, quando fez o play “Back to Black”, por um surto de iluminação. E como explicar se a música dela é realmente boa? Bem, o filósofo alemão Kant, se bem me recordo, falou em sua “Crítica da Razão Pura” que o que é belo é universalmente agradável, não importando o conceito.

O que quero dizer é que sempre vai haver comentários a favor da cantora, tentando fomentar o quanto seu som é bom e porque o é. Ele simplesmente o é. É elegante. Cheio de vida e tem grande capacidade de aceitação. (Até minha mãe gostou dela, apesar de ser a drogada que era.)


Cantora abriu as portas para outras artistas

Com efeito, Amy tentou e conseguiu. Ela pôs um fim no preconceito de certa forma. Se fosse um integrante do Oasis no lugar dela, por exemplo, ninguém faria cara feia ou nenhum tipo de esgar de asco. Contudo, no caso dela: “Oh, lá vai a Amy, mais uma vez bêbada e drogada...” – mas o Ozzy todo mundo gosta de ver doidão, flying high again and again.

Esse é o ponto. A cantora inglesa que nasceu num bairro ao norte de Londres, chamado Southgate, não era somente uma bêbada drogada miserável que dava manchetes em revistas sensacionalistas ou em portais de conglomerados fúteis.

Hoje, dia 14 de setembro, ela sairia 28 anos, saindo assim do temido clube dos 27. Com essa idade, morreram diversos monstros do rock, com Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Jim Morrison, Janis Joplin, Robert Johnson e Brian Jones.

Se estivesse viva, ela lançaria já, já seu terceiro CD – o primeiro foi “Frank”, em 2003, referência clara ao seu mestre Sinatra. Amy também havia aceitado casar com o atual namorado, o cineasta Reg Treviss. A diva tinha decidido parar de beber, passando um tempo numa ilha, isolada também das drogas, só na base da água de coco e da rede entre coqueiros.

A família dela acredita que ela tenha morrido por ter tentando parar abruptamente de beber. A autópsia dos peritos e médicos legistas ainda não saiu – o resultado, só em outubro. E o grande culpado pelo abismo diante da cantora não foi ninguém senão seu ex, o ladrão de egos Blake Fielder-Civil, que a introduziu nas ditas “drogas pesadas”.

O pai de Amy, o taxista Mitchell Winehouse, e a mãe, a farmacêutica Janis, se separaram com a filha ainda pequena. E agora se veem diante de uma separação injusta: a pequena Amy sonhadora indo embora, da mesma forma que uma agulha tenta achar mais sulcos no vinil e não acha.

Amy, mais morena, e Reg Traviss

O que ficam são os cinco Grammy conquistados pela jovem cantora e mais de mil semanas no topo das paradas. Em todo o mundo, praticamente. O mais interessante é que Amy trouxe à tona todo o charme dos anos 1950 e 1960. Principalmente em seu look. Cabelos, roupas, tatuagens, olhar perdido e nervoso em direção do chão, sempre com um copo na mão. “Sempre que me sinto insegura, eu bebo. Muito. E eu sou muito insegura o tempo todo”, disse ela em sua biografia, escrita por Chas Newkey-Burden.

Pois bem. O álbum “Back to Black”, produzido por Mark Ronson, deixa o ouvinte arfante. De tão bom (imagine essa versão, que é deluxe). Se você abrir a mente, Amy pode entrar para nunca mais sair. É, a menininha que ganhou aos 13 uma guitarra Fender Stratocaster e tinha uma banda de brincadeira chamada Sweet’n’Sour conquistou o mundo. E deu a sua alma por isso no dia 23 de julho de 2011.

1. Rehab
2. You Know I'm No Good
3. Me and Mr. Jones
4. Just Friends
5. Back to Black
6. Love is a Losing Game
7. Tears Dry On Their Own
8. Wake Up Alone
9. Some Unholy War
10. He Can Only Hold Her
11. Addicted
12. Valerie
13. Cupid
14. Monkey Man
15. To Know Him is to Love Him
16. Hey Little Rich Girl (ft. Zalon & Ade)
17. You're Wondering Now
18. Some Unholy War (Acoustic)
19. Love is a Losing Game (Original Demo)

Amy Winehouse - all vocals
Binky Griptite - guitars
Thomas Brenneck - guitars
Helen Tunstall - harp
Perry Mason, Chris Tombling, Pigott Smith, Tom, Warren Zielinski, Liz Edwards, Mark Berrow, Peter Hanson, Boguslaw Kostecki, Everton Nelson, Johnathan Rees - violins
Jon Thorne, Kate Wilkinson, Rachel Bolt, Bruce White - violas
John Heley, Joely Koos, Anthony Pleeth - cello
Andrew MacKintosh, Chris Davies - alto saxophone
Jamie Talbot, Mike Smith , Neal Sugarman - tenor saxophone
Ian Hendrickson-Smith, Vincent Henry, Dave Bishop - baritone saxophone
Steve Sidwell, Dave Guy - trumpet
Bruce Purse - bass trumpet
Richard Edwards - tenor trombone
John Adams - Fender Rhodes piano
Salaam Remi, Nick Movshon - bass
Troy Auxilly-Wilson, Homer Steinweiss - drums
Vaughan Merrick, Mark Ronson, Victor Axelrod - hand claps
Frank Ricotti - percussion

(Link nos comentários / link on the comments)

Mundo acordou de luto do dia 23 de julho

Por Breno Airan Meiden

14 comentários:

Anônimo disse...

link - http://www.multiupload.com/CLHF6WXD7C

Anônimo disse...

Depois da morte dela, teve muitas homenagens e pá.
Só acho que deveriam te-la valorizado mais enquanto ainda estava viva ;/

Ricardo Brovin disse...

Tomara que esse seja mais um daqueles post's polêmicos!!! Ela merece...valeu

R.I.T. Rock'n Table disse...

Polêmico??

MAMILOS!!!!

Isso sim é polêmico!!

Dynasty disse...

Diria que Amy Winehouse deixará um legado de integridade. Venceu porque era talentosa. Nunca me pareceu mais uma enlatada americana ou inglesa.

Amy era integra. Triste foi saber que não houve uma alma com legitimidade suficiente para lhe ajudar.

Entendo que o sofrimento doentio de alguem não deveria ser objeto de comercio. Mas o vulgo quer sangue...então vale tudo.

Para mim fica a obra sensacional de uma grande cantora, que fazia justiça ao lado irreverente da cultura. Alguem que questionava seu mundo com atitude.

Já tava até estranhando a Combe não ter postado nada dela.

Abraço a todos. Parabens pela excelente resenha. Parabens pelo post.

Anônimo disse...

Artigo inteligente e bem colocado. Realmente a Amy Winehouse ficará pra história. Parabéns Breno.

Deisy Nascimento

Jay disse...

Eu já tava acordado, era uma da tarde (risos).

`Pacheco´ disse...

Eu diria que a diva era do que a música estava precisando. Ela é praticamente a Janis Joplin dos nossos tempos!

será mesmo????

Igor Miranda disse...

Eu estava acordando. Acho que só funcionou pra quem foi pra balada no dia anterior - como eu, que acordava quase na mesma hora da divulgação da notícia.

Pacheco, se ela não era, quem é então? Tarja Turunen? HUAHUHA

Creio que, ao fazer essa comparação, o Airan tenha se baseado no poder da imagem, na repercussão e na própria atitude. Em termos musicais e técnicos, elas pouco tem a ver.

Ótimo texto. Acredito que ela passou a ser superestimada a partir de sua morte, mas isso não anula seu talento, latente em seus momentos de sobriedade.

Unknown disse...

Realmente uma pena que ela não tenha sido tão reconhecida quando estava viva quanto está sendo agora. A mídia é uma merda mesmo...

Ouvi músicas soltas dela, e apesar de não ser meu estilo favorito, é música de qualidade. Baixando.

Gus disse...

não curto!! \m/

[]'s

Anônimo disse...

"Se ela não era, quem é então?" Ninguém.

Anônimo disse...

O Gary Thain, do Uriah Heep, também faz parte desse clube.

Luan Sammet disse...

Putz, deveria ter aproveitado mais essa figura, mas o preconceito não deixou. Mas tenho certeza que a AMY, sempre será lembrada pelo seu jeito único (e até estranho) de ser. Fodástica. Sim sou um METALEIRO que curte AMY WINEHOUSE.