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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Led Zeppelin - Presence [1976]


Muitas vezes, a pressão é o motor oficial da criatividade. Quem, diante de uma grande pressão de trabalho ou de escola, não teve idéias geniais ou mesmo teve um desempenho surpreendente apenas porque estava diante de um prazo incrivelmente apertado? É uma experiência humana. E Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin, aprendeu definitivamente esta lição em 1975, quando a banda entrou em estúdio para gravar Presence, o sétimo disco de estúdio do grupo.

Na época, o Zeppelin tinha apenas pouco mais de 15 dias para aproveitar o estúdio Musicland, na Alemanha, porque o espaço já estava reservado, logo após, para os Rolling Stones, que lá registraram “Black & Blue”. Para piorar, ninguém tinha nenhuma idéia do que faria, musicalmente falando. Ou melhor. Para não dizer nada, Jimmy Page tinha duas meras idéias: um riff de cerca de 5 segundos da antiga “Walter’s Walk” (transmutada em “Hots On For Nowhere”) e um clima de blues em dó menor que entrou em algumas improvisações na última turnê pelos Estados Unidos (que virou “Tea For One”). Estava pronto o caldeirão. Ou a banda corria e tinha idéias em tempo recorde ou o tempo seria totalmente desperdiçado.

Sendo assim, Page, a mola-mestra da banda, percebendo toda a pressão em cima da banda - que não vinha de bons climas desde que Robert Plant sofrera um acidente de carro que causou fraturas sérias em uma das pernas e que o deixou dependente de uma cadeira de rodas -, colocou a empada da cabeça para funcionar em coordenação com os dedos das mãos em nome do grupo. Claro que também “contribuiu” para a proeza o fato do guitarrista estar em um estado psicológico deplorável às custas de um tremendo vício em heroína e paranóia relacionada à sua crença ocultista. Não são poucos os relatos de que a loucura e também a viagem das drogas potencializam a criatividade, não é mesmo?

Em 1994, a edição em CD de Presence tinha este fundo

A loucura, a pressão e o clima ruim ajudaram Page a conceber praticamente sozinho (acompanhado das letras de um melancólico e vago Robert Plant) o disco mais direto do Zeppelin desde “II”, de 1968. Prova disso é a ausência de teclados no play, além de idéias claramente orientadas para o peso da guitarra e fortes influências de blues. O que não impediu pedradas sonoras, como “Achilles Last Stand”, considerada uma das melhores faixas da banda e a performance de bateria definitiva de John Bonham, por exemplo, influência de 15 entre 10 bateristas.

O disco é, assumidamente, o favorito do mentor da banda. Mas talvez não pela genialidade contida nas canções, mas pelo processo que envolveu a gravação. Enquanto cada integrante tinha outros assuntos a tratar na época – Plant com sua saúde, John Paul Jones desinteressado pela banda e tocando com outros artistas e Bonham enlouquecido pelo álcool devido ao exílio tributário na Alemanha vivido pela banda – Page foi o único em condições de trabalhar como um músico em concepção de uma obra. Junto ao engenheiro Keith Hartwood, passou dias acordado mixando, gravando guitarras e tratando o som do disco, que ficou pronto no tempo devido.

O “bebê” de Page não foi bem nas paradas, apesar de vender bem logo após o lançamento devido às cópias encomendadas previamente. Mas deu ao mundo um registro de honestidade, força e criatividade. Às custas de uma grande pressão. Como costuma acontecer com boa parte das pessoas por aí.

01. Achilles Last Stand
02. For Your Life
03. Royal Orleans
04. Nobody's Fault But Mine
05. Candy Store Rock
06. Hots On For Nowhere
07. Tea For One

Jimmy Page - Guitarra
Robert Plant - Voz
John Paul Jones - Baixo
John Bonham - Bateria

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Um oferecimento de ZoSo

4 comentários:

Anônimo disse...

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Jp disse...

Ótimo post, seja bem vindo à Combe!

E eu sou fã xiita de Led, gosto de tudo que eles fizeram, mas esse Presence é realmente muito bom. Achiles Last Stand é genial.

GrassHoper disse...

Na minha opinião, um dos três melhores da banda,ao lado do Physical Grafitti e do LZ II. E provavelmente Achiles Last Stand só não é minha faixa favorita porque existem In My Time of Dying e Stairway To Heaven. Olha aí o "peneirão" da Combe dando frutos! Resenha de ótima qualidade e um cd melhor ainda. Muito bom!

Lucas disse...

Acho esse o album mais injustiçado do led.