A história do Badlands já foi contada na postagem anterior, feita pelo camarada Weschap Covardale - por sinal, a trajetória inicial é pra lá de interessante e o primeiro disco merece ser conferido. Mas vamos ao que interessa no momento! A recepção da estreia do supergrupo não foi das melhores, como se aguardava - apesar de terem conquistado espaço moderado nas rádios especializadas e na MTV, bem como a 57ª posição nas paradas da Billboard. O baterista Eric Singer abandonou o barco para integrar o Kiss, então os remanescentes logo correram atrás de um baterista. O escolhido foi Jeff Martin, multi-instrumentista já conhecido por ser o vocalista do (na época extinto) Racer X.
Os conflitos entre o guitarrista Jake E. Lee e o vocalista Ray Gillen se tornavam cada vez mais aparentes. Jake acusou Ray de estar tentando deixar a banda com sonoridade mais comercial. O grupo estava recusando ordens da Atlantic Records, como a de trabalhar com o compositor Desmond Child. Ray teve algumas composições recusadas para o disco e isso o frustrou. O relacionamento da dupla entre si e com a gravadora piorava cada vez mais.
Felizmente, nada disso tirou a qualidade musical do Badlands como um conjunto musical. Lançado em junho de 1991, "Voodoo Highway" recebeu críticas negativas e vendeu muito menos que seu antecessor (apenas 100 mil cópias nos Estados Unidos, enquanto o anterior teve um número quatro vezes maior de vendas), mas é um álbum de muito bom gosto e uma finesse incomparável quando se tem os grupos da época como parâmetro.
Os conflitos entre o guitarrista Jake E. Lee e o vocalista Ray Gillen se tornavam cada vez mais aparentes. Jake acusou Ray de estar tentando deixar a banda com sonoridade mais comercial. O grupo estava recusando ordens da Atlantic Records, como a de trabalhar com o compositor Desmond Child. Ray teve algumas composições recusadas para o disco e isso o frustrou. O relacionamento da dupla entre si e com a gravadora piorava cada vez mais.
Felizmente, nada disso tirou a qualidade musical do Badlands como um conjunto musical. Lançado em junho de 1991, "Voodoo Highway" recebeu críticas negativas e vendeu muito menos que seu antecessor (apenas 100 mil cópias nos Estados Unidos, enquanto o anterior teve um número quatro vezes maior de vendas), mas é um álbum de muito bom gosto e uma finesse incomparável quando se tem os grupos da época como parâmetro.
Num âmbito geral, pratica-se aqui um Hard Rock que, apesar de manter os aspectos contemporâneos, é bem calcado na ala setentista do gênero, onde a influência e a "metalização" do Blues era notória. É de praxe comparar o som dos caras com o de grupos como Led Zeppelin e Bad Company, e a semelhança é trivial, porém em "Voodoo Highway" as canções tiveram uma identidade mais própria, permitindo até algumas inserções baseadas no Funk. Sonzeira diferenciada, pouquíssimo encontrada após o fim da década de 1970. Valem menções honrosas para as pedradas "Heaven's Train" e "The Last Time", a blues-metal "Silver Horses", a botequeira (favor ler o termo anterior na sequência correta das sílabas) "Whiskey Dust" e a cheia de ritmo "3-Day Funk".
A trajetória conturbada do quarteto não afetou a química em nenhum momento. Os talentos particulares, de tão formosos, não se ofuscavam. Ray Gillen, exuberante vocalista, canta do início ao fim com um feeling imensurável, de calmos sussurros até agudos berros. Jake E. Lee, guitarrista fantástico, mostrou um trabalho invejável nas seis cordas, fundindo soberbamente Jimmy Page à Eddie Van Halen. Greg Chaisson, baixista eficiente, apresenta boas linhas de baixo e obtém destaque em várias passagens. Jeff Martin, baterista habilidoso, impressiona pela sua habilidade no kit e criatividade ao tecer linhas de bateria que alternam entre momentos pesados e "suingados" sem soar forçado. Como se não bastasse, Gillen e Lee formavam uma ótima dupla de compositores.
A trajetória conturbada do quarteto não afetou a química em nenhum momento. Os talentos particulares, de tão formosos, não se ofuscavam. Ray Gillen, exuberante vocalista, canta do início ao fim com um feeling imensurável, de calmos sussurros até agudos berros. Jake E. Lee, guitarrista fantástico, mostrou um trabalho invejável nas seis cordas, fundindo soberbamente Jimmy Page à Eddie Van Halen. Greg Chaisson, baixista eficiente, apresenta boas linhas de baixo e obtém destaque em várias passagens. Jeff Martin, baterista habilidoso, impressiona pela sua habilidade no kit e criatividade ao tecer linhas de bateria que alternam entre momentos pesados e "suingados" sem soar forçado. Como se não bastasse, Gillen e Lee formavam uma ótima dupla de compositores.
De forma lastimável, a tensão entre Gillen e Lee se agravou com a demissão da Atlantic e um passou a culpar o outro pelos fracassos comerciais, resultando na saída do vocalista antes do início da turnê inglesa e na sua substituição por Debby Holiday - cantora de Soul Music -, o que deixou todos bem confusos. Ray e Jake passaram a se atacar na mídia e cada um deu uma entrevista para a revista Kerrang!, trocando farpas. Holiday não vingou e Gillen foi contratado para terminar a turnê. Durante um show no pub Astoria de Londres, o vocalista mostrou uma cópia da revista e afirmou que "existem dois lados pra cada história", gerando uma tensão bizarra entre a banda em cima do palco. Mas não houve briga - o show simplesmente continuou, a turnê acabou e o Badlands idem.
Por fim, Ray Gillen faleceu em dezembro de 1993, vítima de complicações geradas pela AIDS, pouco depois de formar uma nova banda, Sun Red Sun. Greg Chaisson e Jeff Martin se encontraram em outras bandas, como o Red Sea, e este reformaria o Racer X um tempo depois. Jake E. Lee tem uma carreira solo de pouca repercussão. "Dusk", recheado de sobras de estúdio, foi lançado em 1998 e desde então o nome do Badlands só foi falado pelos seus ávidos fãs. Compensa bastante conferir "Voodoo Highway" e se tornar um deles.
Por fim, Ray Gillen faleceu em dezembro de 1993, vítima de complicações geradas pela AIDS, pouco depois de formar uma nova banda, Sun Red Sun. Greg Chaisson e Jeff Martin se encontraram em outras bandas, como o Red Sea, e este reformaria o Racer X um tempo depois. Jake E. Lee tem uma carreira solo de pouca repercussão. "Dusk", recheado de sobras de estúdio, foi lançado em 1998 e desde então o nome do Badlands só foi falado pelos seus ávidos fãs. Compensa bastante conferir "Voodoo Highway" e se tornar um deles.
01. The Last Time
02. Show Me The Way
03. Shine On
04. Whiskey Dust
05. Joe's Blues
06. Soul Stealer
07. 3-Day Funk
08. Silver Horses
09. Love Don't Mean A Thing
10. Voodoo Highway
11. Fire And Rain (James Taylor cover)
12. Heaven's Train
13. In A Dream
Ray Gillen - vocal
Jake E. Lee - guitarra, violão, backing vocals
Greg Chaisson - baixo
Jeff Martin - bateria, backing vocals
(Links nos comentários - links on the comments)
by Silver
11 comentários:
Badlands - Voodoo Highway [1991]
(62,1mb ~ 192kbps)
http://www.multiupload.com/5WZVU3NTNP
Se tem uma banda que merece o titulo de cult é o Badlands, apesar de não terem feito o sucesso comercial esperado e merecido geraram uma influÊncia muito grande ao resgatar a sonoridade e abordagem pesada de blues . Banda favorita sempre!
Esse Voodoo Highway do Badlands e o The Scream mostram o caminho que o hard farofa tomaria se não fosse o Grunge: guitarras muito bem trabalhadas voltadas para um rock raiz, com vocais sem tanta afetação.
Acho esse Voodoo ainda melhor que o primeiro.
Sonzaço!!!
AE, to procurando esse album em todo lugar, valeu combe
eu acho um bom album..
o primeiro é melhor, mas este é bom..
se já não tivesse eu baixava..
Silver atendeu meu pedido *-* por isso merece um beijo melado nas nádegas!
Muito obrigado pelo album! \m/
Banda sensacional e disco idem. Quem não conhece deve baixar já!
belo post!!!tinha perdido a Combe de vista, que bom que encontrei novamente!!!!valeu galera!!!!
Posta o Dusk também!!! Banda fodaça, vocalista sensacional, uma perda gigantesca....
Taí uma banda que eu ouço falar há 20 anos e nunca tinha parado pra ouvir um álbum inteiro.
Baixei, ouvi e gostei... me fez lembrar um Led Zeppelin com um Deep Purple da época do 'shades of' ... os caras são bons, mas não me empolguei 100% (de tanto ouvir falar, esperava mais)... vou escutar mais umas vezes com atenção pra ver se me impressiona.
Algo semelhante aconteceu com o House of Lords: sempre ouvia falar, mas só fui ouvir mesmo há uns 3 anos atrás... mas essa banda eu curti muito mesm. Cartesian Dreams, seu disco mais recente, não sai do meu MP4...
[]´s
Merso
Essa é mais uma banda de cabeceira! Grande post Sylvie!
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