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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Amaseffer - Slaves for Life [2008]


Ao longo do tempo, adquiri certa restrição a bandas que abordam temática cristã. Por alguns motivos, mas principalmente, por notar que os representantes do tal "White Metal" soam pretensiosos demais. Uma ambição cega de querer intelectualizar a música depõe contra o feeling e a musicalidade. Basta notar que a grande maioria das bandas de "White Metal" mistura Prog e Power Metal, cheios de tempos e exibicionismo interminável (alguns exemplos para o juízo não ficar vazio - Stauros, Destra, Treasure Land, 7days...). Tirando da roda as bandas de Metal Extremo que tratam de cristianismo, pois estou me referindo às bandas ditas como "Heavy Metal" nesse meio.

Mas não tenho a intenção aqui de colocar em questão o mérito/demérito dessa minha opinião pessoal (redundância pra enfatizar). O fato é que, não deixo de escutar determinada banda devido a sua temática, conheço os trabalhos das que eu citei no primeiro parágrafo, além de várias outras, pois sempre tive contato com gente da cena "white" da minha cidade, e que, constantemente, me apresentam bandas dessa vertente imaginária. Contudo, o conjunto que estou trazendo foi 'descoberto' por mim, devido a minha caça por materiais do vocalista Mats Levén. Porém, o Amaseffer não é evangélico, muito menos católico, e sim, judeu!

Emergido da costa mediterrânica de Israel, o Amaseffer tem como objetivo narrar a saga de seu povo bíblico e transmitir através do som toda uma atmosfera voltada a sonoridade do Oriente Médio misturada com ambientações a todo instante - gritos, choros, narrativas em hebraico, diálogos, etc. Basicamente, o som apresentado adere ao Prog Metal, no entanto, absolutamente nada remete a qualquer outra banda do gênero, e nem mesmo às características do estilo. Não há duelos de solos, o virtuosismo é nulo, e as inúmeras mudanças de tempo não são mediante variações melódicas/ rítmicas. Portanto, a definição correta de seu trabalho é Oriental Metal, ou até mesmo, Folk Metal.


Tendo em vista que o Amaseffer é tido como Prog Metal apenas porque não se encaixa em nenhum rótulo e compõe músicas grandes e variadas, e o termo Oriental Metal é algo muito vago, fica impossível referenciar ou dimensionar o tipo de música praticado aqui, mas é fácil definir. Como dito, "Slaves for Life" é um trabalho conceitual (primeira parte de uma trilogia que ainda não foi continuada) retratando o velho testamento através de um misticismo sonoro que impressiona. O instrumental desenvolvido com o auxílio de tablas, flautas, coros e orquestrações direcionadas ao som asiático é complementado pelas vocalizações de Levén que em uma única música consegue trasmitir angústia, sofrimento e suavidade, ao passo que os convidados especiais, Angela Gossow e Yotam Avni, determinam as emoções agressivas.

Todas as músicas são acompanhadas por intervenções constantes que climatizam a história, através das nuances já citadas, e vozes sussurradas ou berros ao longe. Apesar de 3 músicas ultrapassarem os 10 minutos, e a maioria ficar entre 6 e 9 minutos, é tudo muito bem pensado, com os diversos elementos se encaixando perfeitamente, conseguindo a proeza de levar o ouvinte pra dentro da história - mesmo aqueles que pouco se importam com a história narrada, como eu. As inúmeras passagens contidas nas composições são facilmente absorvidas e a cada audição soa melhor. Vou destacar apenas as três músicas mais inusitadas; "Zipporah", que conta com vocais femininos como o atrativo principal, transmite uma sensação muito interessante com sua típica sonoridade árabe - é uma das minhas preferidas.

Depois de uma passagem angelical que se equipara a uma canção de ninar, os vocais de Angela Gossow surgem murmurados e estouram de forma tenebrosa, criando um contraste que representa de maneira magistral a conexão do bem e o mal, fazendo céu e inferno colidir em "Midian", produzindo um resultado indescritível. E como último destaque, "The Wooden Staff", que conta com uma voz embargada fazendo uma pregação desesperadora, deixando qualquer mente sã meio atormentada e angustiada. Salientando que estes destaques são pelo lado inusitado, pois todas as outras composições possuem o mesmo nível e contam com arranjos de uma riqueza irretocável que torna impossível ter predileção especial por alguma destas.



Depois de surpreender o mundo com o Orphaned Land e o grupo de Glam Rock, Crossfire, o caótico e retrógrado Israel produz outro grande representante, e, muito possivelmente, o melhor. O Amaseffer consegue contentar qualquer tipo de público, religioso ou não, pois a força de sua música encanta quem não tem a mente fechada - musical e religiosamente -, e oferece uma qualidade ímpar. Slaves for Life pretere os limites da musicalidade ocidental com sua complexidade tragável e mostra que a mesmice do cenário metálico atual não pode ser justificada com a velha máxima: "tudo é cópia, pois tudo já foi criado". E não vou cometer a injustiça de não fazer a menção especial ao mentor deste trabalho, o baterista e compositor Erez Yohanan. Se continuar assim, é sério candidato a gênio dos tempos atuais.

01. Sorrow
02. Slaves for Life
03. Birth of Deliverance
04. Midian
05. Zipporah
06. Burning Bush
07. The Wooden Staff
08. Return to Egypt
09. Ten Plagues
10. Land of the Dead

Erez Yohanan - Drums, Percussion
Yuval Kramer - Guitars
Hanan Avramovich - Guitars

Guest members:
Mats Levén - all lead and backing vocals
Angela Gossow - growl vocals on "Midian"
Kobi Farhi - all oriental vocals
Maya Avraham - female vocals on "Zipporah"
Yotam Avni - growl vocals on "Midian"
Amir Gvirtzman - flutes
Yatziv Caspi - tablas on "Slaves for Life" and "Midian"
Yair Yona - bass on "Zipporah" and "Burning Bush"

Album narrated by Erez Yohanan

(Links nos comentários - links on the comments)

Dragztripztar

9 comentários:

Anônimo disse...

http://www.mediafire.com/?qqcuzpf2f9sb510

*Esse álbum é caçado na net como fosse um "novo álbum do Iron Maiden", "novo álbum do Metallica"... Está cada vez mais raro encontrar esse disco rodando com link funcionando por aí. E pelo que eu vi em um lugar, me parece que a própria banda, ou alguém ligado ao grupo (manager, gravadora...), fazem a "fiscalização virtual", pedindo para que os blogs deletem o link se utilizando do argumento dos direitos autorais e bla bla bla... E por incrível que pareça, eles conseguem retirar inúmeros links do ar, tendo em vista a alta quantidade de links quebrados.
Portanto, eu deveria ter "mascarado" o link, mas esqueci. Sendo assim, fica o aviso de que, caso esse link seja deletado, não vou fazer novo upload.

Anônimo disse...

Pela descrição colocada aqui, me parece algo como Orphaned Land. Eu vou baixar e ouvir para verificar a sonoridade.

Abraços.
Junior

Kaic O. disse...

Baixei. Ainda tô ouvindo aqui, tô quase no fim da The Wooden Staff. Só tenho a dizer que é um puta disco. Muito bem composto, e muito bem executado. Aliás, acho que a música do oriente médio casa perfeitamente com o metal. Fica uma combinação estranhamente foda. E Mats Leven sem comparação, canta demais o sujeito. Puta post e continuem com o bom trabalho do blog! Valeu por mais essa pepita!

Luca Lamy disse...

Caramba dragz... Sempre vim na Combe por causa dos posts dos Jay e do Álvaro e coisas mais Rock, Hard e essas coisas assim, pois não encontrava o "meu" Metal aqui, mas desde que você começou a postar aqui, venho acompanhando o blog mais de perto. (Assinei fedd rss.) Mas o fato é que a combe não é mais a mesma da época do comberocks.blogspot.com ou de quando criaram a van. Ela vem evoluindo, mostrando uma ecleticidade inteligente e atraente, e o meu gosto musical também vem evoluindo.
Já fui o "Rockeiro Doidão", (Fase em que se descobre Guns 'n Roses, Nirvana, Red Hot Chilli Peppers e afins.) o "Headbanger From Hell", (Iron Maiden, Metallica, Slipknot, etc.) o "True Brutal", (Slayer, Destruction, Sepultura, Morbid Angel e mais Thrash/Death Old School.) onde crie um limite de barulho que era o Slayer. (Não conseguia ouvir Black Metal, Death Brutal, e nem sabia o que era Grindcore.) Mas aí um amigo, infelizmente não lembro qual alma santa fez isso pro mim, me passou pro bluetooth uma tal de "Nemesis" de um tal de "Arch Enemy"... Que mudou a minha vida. Dalí pra frente eu tinha deixado de ouvir rock pra chamar atenção. Eu tinha achado a razão da minha vida:
Música.
=> Continua...

Luca Lamy disse...

Continuação. (Caralho eu me empolguei)

Mas só fui me dar conta disso um pouco depois e o que mudou nas minhas atitudes foi que deixei de ouvir só o que Fulano ou Ciclano me passavam num velho pendrive (que por sinal perdi e tá me fazendo uma puta falta) e passei a buscar pela internet o que me agradava. Foi aí que eu descobri a combe no comecinho das atividades (Acho que o primeiro álbum que baixei aqui foi de uma banda de Power Metal só de mulheres chamada Hysterica.) e muitos outros blogs muito fodas como o finado Sentimiento Metálico, da Costa Rica.
Hoje ouço de Paracoccidioidomicisisproctitisarcomucosis (Não, eu não botei no Google. Eu acabei de corando isso de tanto ouvir "Viscosas Voses Desde La Necroorgia".) à Hermeto Pascoal e tudo isso me levou à criar meu próprio blog, mas como ainda está em construção e não tem nem dez posts me dá vergonha botar o endereço aqui.
Um salve aos ouvidos livres e principalmente às mentes abertas!

Dragztripztar disse...

Po, fiquei muito satisfeito e honrado em ter lido esse teu comentário/relato. Eu tive uma trajetória parecida, mas, no meu caso, cresci ouvindo 'classic rock'. Bandas jurássicas como Jethro Tull, Black Sabbath, The Doors, Deep Purple, e até coisas mais pesadas como Iron Maiden, e alguns Pops, como Michael Jackson e Santa Esmeralda (que eu postei ontem). Esses dois últimos citados eu escondi que gostava por um longo tempo, por motivos meio óbvios né... Meu grau de admiração para com essas bandas variou com o tempo - para mais ou para menos -, exceto com o Black Sabbath que sempre foi a minha banda preferida, e isso nunca se alterou, desde a primeira vez que ouvi (não consigo precisar quando tive o primeiro contato, mas por volta de 11, 12 anos já tinha se tornado uma entidade pra mim).

Com 13 anos descobri o New Metal, mas só curtia System of a Down e um pouco de Korn e Slipknot, e aos 14 descobri o Metal Extremo e fiquei completamente viciado em Black Metal durante 2 anos - e não me envergonho disso como a maioria que descobriu com essa idade e depois deixou de lado, por motivos que até já falei em outros posts e fica chato repetir. Depois voltei a escutar os sons 'empoeirados' e redescobri a magnitude dos grupos mais representativos dos 70's. Após isso fiquei encantado pelo Hard 80's depois que escutei duas bandas com 16/17 anos: Danger Danger e Gotthard. Fui à busca de várias bandas do estilo e conheci a combe numa dessas pesquisas - estava atrás de um disco do L.A. Guns ou do King Kobra. Depois de passar um tempo viciado em farofa, passei a escutar de "tudo".

...

Dragztripztar disse...

Mas enfim... É muito gratificante saber que curtem os meus posts, ou qualquer outro feito pela equipe, pois todos formam a unidade do blog e, naturalmente, se possuem apreço por qualquer post todos se sentem lisonjeados porque é parte desta unidade. Agradeço a todos que baixam, comentam, ou somente curtem e não gostam de comentar, mas me sinto na obrigação de agradecer os elogios 'pessoais' feitos nos meus 3 últimos posts por você, o Chopão e o Caue - os quais já haviam demonstrado tal estima em posts passados, por isso fico feliz, mais ainda, que tenham mantido essa apreciação pelos posts. Salute!

E por último, definitivamente, meus agradecimentos principais devem ser ao Silver, porque as instruções, as dicas, os conselhos, e a responsabilidade principal pelo meu melhoramento na elaboração do post (estrutura, texto, montagem, etc, etc, etc...) é tudo devido a ele - se é que eu desenvolvi melhor esses aspectos, se isso não ocorreu, a culpa é minha, pois os esforços dele já se esgotaram, hehe.

Anônimo disse...

Nota Mil!
Gostei demais do som desse Amaseffer, tenho ouvido com muita atenção, é cheio de detalhes e exige um silêncio que só consigo ouvir durante a madrugada.
Apreciei muito o conceito do álbum, e vou tentar comprar o original, para poder ler as letras, e é claro, prestigiar a banda.
Agradeço pelo post e pela matéria, que me fez conhecer uma excelente banda, que até então, me era completamente desconhecida.
Apenas o Mats Levén eu conhecia, e também minha musa Angela Gossow.
Por falar em Arch Enemy, o que não sai do meu mp3 player é o Doomsday Machine, perfeito! Comprei o CD e joguei o álbum convertido em mp3 no player do celular só para mim.
Abraços, e parabéns pelo blog!
Stay Rock!

Anônimo disse...

Muito obrigado por proporcionarem a mim o melhor da música atual. A equipe do Combe está de parabéns por buscar essas pérolas no fundo do mar que só aqui conseguimos encontrar. Um abraço e continuem na luta que nós seguimos na combe....