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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Marillion - Fugazi [1984]


Após o lançamento do debut Script for a Jester's Tear (1983), o Marillion passou a ter sérios problemas em relação ao posto de baterista, o que quase culminou na precoce saída do vocalista Fish. O momento conturbado se deu após Fish decretar a saída do baterista Mick Pointer, o que acarretou na entrada de Andy Ward (Camel) que após alguns shows teve um colapso nervoso impedindo-o de continuar na banda. Posteriormente mais dois bateristas entraram na banda, sendo que o último, Jonathan Mover (Alice Cooper, Joe Satriani) não agradou nenhum pouco o exigente Fish que diante da situação próxima das gravações do segundo disco, e querendo a saída imediata de Mover, propôs à banda o velho "ou ele ou eu!".

A pressão da gravadora aumentava e a banda não conseguia efetivar um baterista devido ao gênio déspota de Fish, que segundo o próprio, queria alguém nos "padrões de excelência britânica". Foi quando surgiu no caminho, um baterista que já havia trabalhado com o ex guitarrista do Genesis, Steve Hackett. Fish que é fortemente influenciado (e comparado) ao Peter Gabriel, deve ter levado em conta o currículo de Ian Mosley e o aceitou na banda. A atuação de Mosley em Fugazi mostra por que Fish não teve motivo pra implicar com um baterista dessa vez.

Com tudo pronto, o Marillion entrou em estúdio para registrar Fugazi, título dado por Fish que tirou a palavra de um livro de lembranças de veteranos da guerra do Vietnã, que era um assunto que tinha lhe fascinado durante a turnê do Script. Lançado em 1984, esse álbum foi a consolidação de Fish como um dos vocalistas mais desenvoltos e performáticos da década de 80, que também chamava a atenção por ter um desprendimento sem pudor algum de relatar suas experiências de diversas naturezas. Sua vida conturbada é narrada de forma complexa através de vocalizações dramáticas e profundas.


O momento conturbado que antecedeu as gravações de Fugazi se manteve durante as sessões do disco, que foi gravado e mixado em seis estúdios. A capa do play é um complemento da capa do debut, onde tenta mostrar o outro lado da quitinete representada em Script. Aqui é mostrado um músico de Rock em turnê com sinais de abuso de drogas, o que deve ser outra referência à Fish, que nunca negou seus excessos. O que não tem tanta ligação com as letras que tratam do relacionamento entre duas pessoas, tendo a síntese transmitida na letra de "Jigsaw", que discorre sobre os jogos e segredos de um relacionamento.

Particularmente, eu acho muito chato comentar letras subjetivas e pessoais como é o caso, porque tudo é questão de interpretação e às vezes é algo tão íntimo que nem há um tema proposto para reflexão, como por exemplo, "She Chameleon" que trata estritamente das atitudes sexuais de Fish na estrada. Então, já colocado de forma superficial e elucidativa tudo que envolve o material, resta o alicerce que sustenta todas essas idéias e que realmente encanta: o som! O disco abre com uma música semeada de algo que acompanhava Fish intensamente: seu interesse pela música islâmica. "Assassing", deveria ter como título apenas "Assassin", mas Fish inexplicavelmente colocou um "g" no final, que segundo ele não significa nada e nem sabe por que resolveu nomear dessa maneira.

O fato é que "Assassing" traz levadas e melodias exóticas pouco compreendidas de onde foram influenciadas. Bem como "Incubus", que também foi influenciada pela música islâmica, resultando em algo único. O single "Punch & Judy" é a composição mais direta do disco, e revela músicos talentosíssimos que desenvolvem melodias pungentes rebuscadas por uma execução primorosa. A cozinha também conta com um peso e uma força que se equipara mais a grupos de Metal do que Rock Progressivo. Isso pode se explicar pela época, que facilitava gravações densas como essa. De qualquer modo, os musicos habilidosos são fundamentais para Fish se soltar e desfilar todo seu talento.



"Jigsaw" começa de forma suave e explode com um dos melhores refrãos que eu já escutei. O Progressivo pinta e borda essa música, assim como "Emerald Lies", que toma proporções grandiosas a partir da metade da composição. E Mark Kelly deixa transparecer sua maior influência em "She Chameleon" que possui um solo na linha de Rick Wakeman, embora de forma bem mais contida. "She Chameleon" que também oscila passagens com tons bem melancólicos, traduzindo cada sentimento da letra. A canção preferida de Fish, "Incubus" novamente apresenta arranjos e melodias inspiradas na sonoridade islâmica, além de um belo solo de guitarra com notas minuciosamente bem colocadas e que poderia ser ainda mais impactante se tivesse um timbre mais expressivo.

O propósito do álbum tem o dilúvio na faixa-título. Uma grande sucessão de passagens magistrais culminando em um final apoteótico com Mark Kelly soltando ambientações de teclados magníficas criando um clima de suspense, quase aterrorizante. Uma obra monumental que delineia novos limites de genialidade, deixando qualquer um perplexo e extasiado tamanha a maneira cabal como a música foi composta. Um som muito bem apropriado pra finalizar um disco dessa magnitude. Diante disso é até difícil de acreditar que Mark Kelly achou que não ia ter inspiração pra finalizar o álbum, pois ficou meses isolado do mundo, no País de Gales, com apenas uma música composta e idéias que não se encaixavam.

De fato, Fugazi é um daqueles discos edificantes que transforma o ambiente em que ecoa. Aqui foi determinado o padrão que apenas se repetiria nos álbuns subseqüentes, conforme admitido pelo próprio tecladista Mark Kelly. Além do mais, é um marco na história do Progressivo, por mostrar que se pode produzir sons nesse estilo sem nunca ser exaustivo e muito menos presunçoso. No entanto, isso não é algo que foi levado adiante por nenhuma outra banda, visto que isso foi uma característica primordial e exclusiva do Marillion.

P.S: A versão postada é o remaster lançado em 1998, que traz um cd bônus com músicas inéditas, versões alternativas e demos.

01 Assassing
02 Punch & Judy
03 Jigsaw
04 Emerald Lies
05 She Chameleon
06 Incubus
07 Fugazi

Cd Bônus:
01 Cinderella Search
02 Assassing (Alternate Version)
03 Three Boats Down from the Can
04 Punch and Judy (Demo)
05 She Chameleon (Demo)
06 Emerald Lies (Demo)
07 Incubus (Demo)

Fish – vocals
Steve Rothery - guitars
Pete Trewavas - bass
Ian Mosley - drums
Mark Kelly - keyboards

Linda Pyke - backing vocals on "Incubus"

(Links nos comentários - links on the comments)

Dragztripztar

11 comentários:

Anônimo disse...

http://www.mediafire.com/?f3y50ir90r36y77

Junior disse...

Esse álbum é muito bom, um dos meus favoritos do Marillion! Vale a pena ouvir.

Anônimo disse...

Marillion é a banda de prog mais criativa que surgiu nos anos 80. Não tem como não elogiar ou deixar de recomendar algum disco deles, ainda mais na fase Fish!

Anônimo disse...

Não conheço muito .. aliás, não conheço nada do Marillion, então resolvi baixar para conhecer ..

Lyn disse...

Marillion é excelente. Muito bom!

GERALDO V. disse...

Sempre fiquei curioso sobre o som desta banda,e agora vou conhecer Thanx mein froinds!

Paul disse...

Fugazzi faz parte da trinca de ouro do Marillion, ou seja: Script for a Jester´s tear, Fugazzi e Misplaced Childhood. Três discaços geniais e clássicos fundamentais na história do rock.

Marillion rules ever and forever!!!

JORJAOFONSECA disse...

Excelente post, uma banda excelente que continua lançando belos discos até hoje

Edson Correa disse...

"Cara", essa banda é phoda! Está entre as melhores bandas de rock de todos os tempos.

Edson Correa disse...

"Cara", essa banda é phoda!
Está entre as melhores bandas de todos os tempos.
Curti muito o primeiro disco, na década de 80. Bons tempos aqueles.

Edson Correa disse...

"Cara", essa banda é phoda! Está entre as melhores bandas de rock de todos os tempos.