Em primeiro lugar, vale a ressalva de que é impossível discorrer sobre esse disco sem se extender. O trabalho é complexo e seu background mais ainda. Na altura do campeonato em que "Music From The Elder", nono disco de estúdio do Kiss, começou a ser pensado, havia muito a se considerar. O grupo perdia popularidade nos Estados Unidos, tanto que sua última turnê só teve um show (vazio) no continente americano - o resto se deu na Europa e na Oceania. Os antecessores "Dynasty" e "Unmasked" já experimentavam outros sons, ligados na Pop/Disco Music, e a recepção geral não atendeu às expectativas. Era preciso arriscar, e a gravadora exigia um novo lançamento.
A história de "Music From The Elder" foi idealizada pelo baixista Gene Simmons. É bem confusa e pobre. Em suma, relata sobre um jovem garoto, pertencente à um grupo que combatia o mal, que estava sendo treinado para o combate contra forças malignas. Durante a jornada, seus sentimentos de incerteza surgem e são o principal foco das composições. Compositores como Lou Reed e Tony Powers (entre outros que tiveram suas contribuições descartadas) foram convidados e deram desenvolvimento à "trama", deslocando mais ainda o sentido. Pra piorar, a ordem das faixas na versão norte-americana e europeia (a mesma dessa postagem) diverge do conceito. As letras não fazem muito sentido nem quando seguidas na sequência correta, na errada piora!
A história de "Music From The Elder" foi idealizada pelo baixista Gene Simmons. É bem confusa e pobre. Em suma, relata sobre um jovem garoto, pertencente à um grupo que combatia o mal, que estava sendo treinado para o combate contra forças malignas. Durante a jornada, seus sentimentos de incerteza surgem e são o principal foco das composições. Compositores como Lou Reed e Tony Powers (entre outros que tiveram suas contribuições descartadas) foram convidados e deram desenvolvimento à "trama", deslocando mais ainda o sentido. Pra piorar, a ordem das faixas na versão norte-americana e europeia (a mesma dessa postagem) diverge do conceito. As letras não fazem muito sentido nem quando seguidas na sequência correta, na errada piora!
Apesar do recém-entrado baterista Eric Carr ser excelente, a ausência de Peter Criss era sentida principalmente por Ace Frehley, que havia perdido seu poder de opinião nas decisões, controladas por Paul Stanley e Gene Simmons (Carr era novato e não podia opinar, para a dupla, ainda mais porque concordava com Ace). Contestado quando propôs uma "volta às raízes" com um disco essencialmente roqueiro, o guitarrista assumiu uma postura rebelde e se afundou cada vez mais nas drogas quando o produtor Bob Ezrin foi convocado para produzir o trabalho que aprovou o conceito inicial. O distanciamento foi tão grande que, em tempos analógicos, o Frehley preferiu gravar suas partes em seu estúdio, em Connecticut, enquanto que todo o resto estava no Canadá.
Como era de se esperar, "Music From The Elder" não foi bem recebido. A sensação dos envolvidos, dos fãs e da mídia foi de confusão. O disco teve baixas posições nas paradas de onde costumavam atingir o topo, e as vendas foram tão baixas que até hoje permanece como um dos únicos (ao lado de "Carnival Of Souls") que não recebeu, ao menos, disco de ouro nos Estados Unidos, além de não terem perdido tempo ao realizarem uma turnê de divulgação - resumindo, foi um fracasso! Curiosamente, a crítica especializada, que tanto execrava os mascarados, decidiu adorar o disco - inclusive a revista Rolling Stone, que sempre os renegou.
Depois de tudo que já foi dito, vai soar bem controverso a afirmação de que se trata de um dos melhores álbuns do Kiss. Isso mesmo. Entre os fãs, já é um clássico "cult", recompensando a injustiça sofrida em sua época de lançamento. E não é pra menos, pois "Music From The Elder" é um disco riquíssimo musicalmente. Os arranjos são requintados e há uma classe incontestável nas composições, que assumem um contexto épico mas apresentam a essência dos caras. Pode ser que demore um tempo para ser devidamente "digerido", mas após ser assimilado, torna-se figurinha carimbada na discografia de quem teve paciência.
Como era de se esperar, "Music From The Elder" não foi bem recebido. A sensação dos envolvidos, dos fãs e da mídia foi de confusão. O disco teve baixas posições nas paradas de onde costumavam atingir o topo, e as vendas foram tão baixas que até hoje permanece como um dos únicos (ao lado de "Carnival Of Souls") que não recebeu, ao menos, disco de ouro nos Estados Unidos, além de não terem perdido tempo ao realizarem uma turnê de divulgação - resumindo, foi um fracasso! Curiosamente, a crítica especializada, que tanto execrava os mascarados, decidiu adorar o disco - inclusive a revista Rolling Stone, que sempre os renegou.
Depois de tudo que já foi dito, vai soar bem controverso a afirmação de que se trata de um dos melhores álbuns do Kiss. Isso mesmo. Entre os fãs, já é um clássico "cult", recompensando a injustiça sofrida em sua época de lançamento. E não é pra menos, pois "Music From The Elder" é um disco riquíssimo musicalmente. Os arranjos são requintados e há uma classe incontestável nas composições, que assumem um contexto épico mas apresentam a essência dos caras. Pode ser que demore um tempo para ser devidamente "digerido", mas após ser assimilado, torna-se figurinha carimbada na discografia de quem teve paciência.
Parece anormal, mas em todo o play, o conjunto soa uníssono, com todos se destacando, enquanto que os anteriores viram os holofotes para apenas um membro por canção. Nota-se o fantástico amadurecimento de Gene Simmons e Paul Stanley, desde as sequências utilizadas no instrumental até pelas vozes bem treinadas, exalando feeling ímpar e boa técnica. Ace Frehley foi castrado - seus solos só podem ser encontrados em duas faixas, enquanto Stanley assumiu a guitarra solo em três. Mesmo deslocado, fez bem o que esteve responsável por fazer. Ofuscado, drogado e desapontado, acabou caindo fora no ano seguinte. Eric Carr, apesar de ter suas linhas de bateria substituídas em duas músicas, captou bem a ideia e mandou ver no disco como um todo. Seu "magnum opus" como baterista se deu no full-length sucessor, "Creatures Of The Night".
Os destaques particulares vão para a densa abertura "The Oath", onde Paul Stanley impressiona com ótimos vocais e linhas de guitarra; para a épica balada "A World Without Heroes", que ganhou uma versão excelente no "MTV Unplugged"; para a incrível "Dark Light", única colaboração ativa de Ace Frehley (letra e melodia); e para a incrível "I", onde os vocais são divididos pela dupla dinâmica e há um refrão imbatível. Apesar de tudo, vale a pena ser ouvido.
Os destaques particulares vão para a densa abertura "The Oath", onde Paul Stanley impressiona com ótimos vocais e linhas de guitarra; para a épica balada "A World Without Heroes", que ganhou uma versão excelente no "MTV Unplugged"; para a incrível "Dark Light", única colaboração ativa de Ace Frehley (letra e melodia); e para a incrível "I", onde os vocais são divididos pela dupla dinâmica e há um refrão imbatível. Apesar de tudo, vale a pena ser ouvido.
01. The Oath
02. Fanfare
03. Just A Boy
04. Dark Light
05. Only You
06. Under The Rose
07. A World Without Heroes
08. Mr. Blackwell
09. Escape From The Island
10. Odyssey
11. I
12. Finale
Paul Stanley - vocal em 1, 3, 5, 10 e 11; guitarra solo em 1, 6 e 7; guitarra base; violão de 6 e 12 cordas; backing vocals
Gene Simmons - vocal em 5, 6, 7, 8 e 11; baixo, backing vocals
Ace Frehley - vocal em 4, guitarra solo em 4 e 9, baixo em 4, violão, backing vocals
Eric Carr - bateria, percussão, backing vocals
Gene Simmons - vocal em 5, 6, 7, 8 e 11; baixo, backing vocals
Ace Frehley - vocal em 4, guitarra solo em 4 e 9, baixo em 4, violão, backing vocals
Eric Carr - bateria, percussão, backing vocals
Músicos adicionais:
Bob Ezrin - baixo em 8 e 9, teclados, piano, backing vocals
Allan Schwartzberg - bateria em 10 e 11
(Links nos comentários - links on the comments)
by Silver
12 comentários:
Kiss - Music From The Elder [1981]
Link:
http://bit.ly/enmvA1
Pelo que eu já vi em alguns lugares, Escape From The Island foi inteirinha gravada pelo Ace...
Então você conferiu uma fonte bem suspeita.
Você pode encontrar os mesmos créditos dados aos músicos no Kissfaq - a maior referência virtual quando o assunto é Kiss
http://www.kissfaq.com/
Fora que, no livro "Kiss por trás das máscaras", página 390, Frehley relata que o baixo foi tocado por Bob Ezrin e a bateria por Eric Carr.
"ACE FREHLEY: Gravei a música em Montreal, no porão de Bob Ezrin. Eu me lembro claramente de eu, Eric Carr e Bob Ezrin improvisando no porão da casa dele. Bob tocou o baixo. Improvisamos durante meia hora até encontrarmos o tom adequado."
Fiz questão de comprar o vinil. Muito bom e interessante esse disco. Eles fogem do original, mas mesmo assim fica bom. Isso prova q eles podem fazer musica boa, independente do estilo.
Gene tá muito satânico nessas fotos... O cabelo dele...
"Gene tá muito satânico nessas fotos... O cabelo dele...".
Isso me lembra algo..
DISCÃO!
ainda não ouvi este disco..
mas com certeza fiquei curioso..
valeu..
Passando aqui para parabenizar pela resenha e recomendar para quem gosta de qualquer estilo de música, este fantástico álbum do Kiss que é um dos melhores da discografia da banda. Lembro de tê-lo comprado (em vinil) logo no lançamento aqui no Brasil. Como era de se esperar, a ordem das músicas saiu como nos EUA e, de fato, não fazia muito sentido ouvi-las fora de ordem. Como na contra capa estava a ordem das músicas de maneira correta, foi fácil sacar que tinha algo errado e a solução foi ir passando a agulha da pick-up de maneira correta ou gravar uma fita k-7 com as músicas na sequência certa e depois ouvi-las. Confesso que na época foi estranho ver uma banda como o Kiss lançando um álbum progressivo, aliás, no Brasil, muito pouca gente sabia o que era progressivo. Fãs mais xiitas da banda não entenderam e algumas pessoas na época em que eles vieram ao Brasil (1983) não souberam o pq de álbuns como "Creatures..." e "The Elder" uma vez que os dois foram lançado e relançado, respectivamente, aqui simultaneamente. Mas, os apreciadores de MÚSICA adoraram, duvidando, inclusive, de que se tratava do Kiss. Pra mim, apesar de estranhar, adorei e achei muito melhor do que os dois últimos (Dinasty e Unmasked) que não passaram de lançamentos caça-níqueis de nível muito inferior e totalmente sem foco. Gostaria de complementar dizendo que a concepção inicial de Gene era fazer um álbum como "Tommy" do Who como o próprio comenta no Kissology, mas, que depois, com o andamento dos trabalhos de gravação, ficou arrependido.
Aproveitem e ouçam sem preconceitos. Vale muito a pena.
AlBassPlayer
Curitiba
Não gosto, mas respeito.
Silver. Sim, sou Kissmaníaco de COMPRAR cds e dvds dos caras.
Sim, o disco é cult.
Mas, sinceramente... não é KISS.
Eu sei que a declaração é polêmica, mas depois do Unmasked (que também acho podre) eles demoraram demais pra fazer o Creatures.
Essa roupa do Ace é uma das melhores dele! também, só a dele presta... Embora esse boa parte dos fãs do Kiss que eu conheço não goste desse Álbum, acho ele excelente
O pior disco do Kiss na minha opinião, sem dúvida.
Célio - Rio Claro - SP
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