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quinta-feira, 28 de abril de 2011

KISS – Smashes, Thrashes & Hits [1988]



Precisava refazer o que já era perfeito?

Em 1988 o KISS se encontrava em um período, no mínimo, estranho. As glórias estavam no passado e a formação da banda, embora tecnicamente perfeita, não conseguia mais realizar os grandes feitos da fase mascarada (ou mesmo sem máscaras, se contarmos os excelentes trabalhos com Vinnie Vincent e Mark St. John).

Bruce Kulick, irmão mais novo do fiel escudeiro de estúdio Bob Kulick, estava havia quase quatro anos com o Kiss na estrada e, ao vivo, como disse o próprio Paul Stanley no vídeo do Alive III - Konfidential, parecia uma árvore tocando um ukelele (comparativo genial, diga-se). Embora seja um guitarrista genial, Kulick não tinha a presença de palco de seus predecessores, e KISS, caro passageiro, é banda de palco.


A última vez que o KISS havia lançado uma coletânea tinha sido o maravilhoso Double Platinum, no distante ano de 1978. Ressalte-se que, embora Killers tenha sido uma coletânea, seu lançamento foi restrito a determinados mercados fonográficos, como o brasileiro, a fim de divulgar a turnê que lotou o Maracanâ. Era hora de lançar mais uma, contendo os sucessos que vieram depois, e a nível mundial. Mas, existia material suficiente para encher um disco? A resposta era: não. Desde o ano de 1978 o KISS não fazia mais hits com tanta freqüência, ou mesmo hits que fossem capazes de alavancar as vendas de uma coletânea.

Surgiu, então, a ideia brilhante dos gerentes de marketing da banda (leia-se Stanley e Simmons): regravar alguns antigos sucessos com o primor técnico da nova formação. Também aproveitar o embalo e injetar duas canções inéditas para mostrar ao público que eles ainda conseguiam fazer alguma música capaz de virar hit. Pegar os maiores sucessos nos USA e na Inglaterra e lançar duas versões da coletânea, uma americana e outra inglesa (devotos de San Marketing, louvai). Em 15 de novembro de 1988 era lançado Smashes, Thrashes & Hits, postagem de hoje na versão norte americana.

O play abre com as duas músicas inéditas, para mostrar ao ouvinte que veio conferir os velhos hits que o KISS ainda existia e estava na ativa. Let’s Put The X In Sex traz aquele clima típico dos anos 80, lembrando um KISS bronzeado e com corpinhos sarados curtindo a vida nas baladas do oeste norte americano. Paul Stanley dá um show de voz nessa música, com agudos fantásticos. Bruce Kulick detona um solo com wah wah que, sinceramente, me faz pensar se ele não pode ser considerado o melhor guitarrista do KISS sem Frehley.





Na esteira a segunda inédita, (You Make Me) Rock Hard traz aquele que é um dos riffs preferidos de Bruce Kulick. O velho peso da bateria zeppeliniana de Eric Carr está mais vivo do que nunca, com um cowbell sem-vergonha puxando o coro do refrão.

Definitivamente, eles queria conquistar o mundo novamente. Não era um KISS muito diferente daquele que gravou Crazy Nights, mas parecia ter mais gana, mais feeling, menos acomodação. Kulick, de novo, é o destaque. Os solos dele são músicas dentro das músicas; são melodias especiais que se encaixam num contexto geral mas, ao mesmo tempo, são completamente diferentes das linhas vocais. Bruce pra presidente – e já.





Das antigas, nenhuma novidade, exceto que temos uma gravação de Beth com Eric Carr nos vocais e que os timbres estão melhores, sendo que os músicos resolveram manter as performances originais. Nem todas as versões são regravações, deve-se destacar. As informações não são muito claras no vinilão que tenho. Na internet esses detalhes também são omitidos. Creio que, das que compõem o track list abaixo, as remixadas passaram por um algo mais durante esse trabalho.

Quer ver como o KISS entrou em baixa na popularidade durante os anos 80? Basta analisar o track list e verificar que, das 13 músicas que compõem a coletânea, somente 4 (I Love It Loud, Lick It Up, Heaven’s on Fire e Tears Are Falling) são da década; e, dessas, somente uma é da discografia que conta com Bruce Kulick.

Mas é um disco excelente, que faz por merecer a ouvida e, sinceramente, é uma coletânea que foi feita para ouvir andando de carro (à exceção da horrorosa Beth que nunca curti).

Track List

1. "Let's Put the X in Sex" Inédita
2. "(You Make Me) Rock Hard" Inédita
3. "Love Gun" (remix) - Love Gun (1977)
4. "Detroit Rock City" (remix) - Destroyer (1976)
5. "I Love It Loud" (remix) - Creatures of the Night (1982)
6. "Deuce" (remix) - Kiss (1974)
7. "Lick It Up" - Lick It Up (1983)
8. "Heaven's on Fire" - Animalize (1984)
9. "Calling Dr. Love" (remix) - Rock and Roll Over (1976)
10. "Strutter" (remix) - Kiss (1974)
11. "Beth" (Eric Carr vocal) - Destroyer (1976)
12. "Tears Are Falling" - Asylum (1985)
13. "I Was Made for Lovin' You" - Dynasty (1979)
14. "Rock and Roll All Nite" (remix) - Dressed to Kill (1975)
15. "Shout It Out Loud" (remix) - Destroyer (1976)


Mark St. John, Ace Frehley, Paul Stanley, Vinnie Vincent, Bruce Kulick (guitarras)
Peter Criss, Eric Carr (bacteria e vocais)
Gene Simmons (baixo e voz)
Paul Stanley (guitarras e voz)

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Por Zorreiro

11 comentários:

Igor Miranda disse...

http://www.mediafire.com/?g17rz73mbpm2vyi

AlBassPlayer disse...

Humm...apesar de ter gostado muito da resenha sobre a coletânea que na minha opinião é excelente para os cabacinhos em Kiss começarem a ser doutrinados(o Double Platinum, apesar de maravilhoso é muito restrito nos anos 70), não gostei muito da insinuação de que os discos com o Bruce são fracassados. Se foram, era pelo momento em que a música e em específico, o Hard Rock passava com bandas de sucesso instantâneo, diga-se Poison, Bon Jovi, Cinderella e toda uma leva. O Kiss não conseguiu se adaptar nesse grupo, apesar de ter tentado. Mesmo assim, seus álbuns venderam bem e são longe de serem ruins (tá bom... dou o braço a torcer e acho que Hot In The Shade "tá ali" com o Unmasked). Além do mais, a referência que Paul fez a Bruce no Konfidential (sobre o ukalelê) era quando ele estava substituindo Mark St. John no ínicio de sua carreira no Kiss, o que convenhamos, para um cara que teve que, do nada, aprender e se adaptar de repente numa banda gigantesca igual ao Kiss, é perfeitamente compreensível.

AlBassPlayer

jantchc disse...

não tinha ouvido falar deste cd..

mas com certeza vou baixar

valeu..

Dr. Ribeiro disse...

Curiosidade: no Brasil, o vinil saiu em duas versões: uma com o selo da Mercury (todo preto) e uma com o selo da Vertigo (com os discos voadores). E com diferenças no track list: um tinha Crazy, Crazy Nights e Reason to Live (Vertigo) e o outro tinha Calling Dr. Love e Deuce (Mercury). O mais engraçado é que a capa e a contracapa eram as mesmas para as duas versões (com Crazy, Crazy Nights e Reason to Live), mas tinham número de catálogo diferentes.
Talvez existam as duas versões nacionais em K7 também(os números de série também diferem), mas nunca vi. Obviamente alguém por aqui misturou as versões americana e europeia/japonesa etc.
Thats all, folks...

Dr. Ribeiro disse...

Curiosidade: a edição em vinil nacional saiu em duas versões: uma com Crazy, Crazy Nights e Reason to Live (com o selo da Vertigo, com os discos voadores e os raios) e a outra com Deuce e Calling Dr. Love (com o selo da Mercury, preto). O mais engraçado é que a capa e a contracapa eram as mesmas, com o track list contendo Crazy, Crazy Nights e Reason to Live, somente o número de série era diferente. A versão em K7 deve ter saído da mesma forma, pois os números de catálogo também diferem, mas eu nunca vi a edição em K7. Provavelmente, alguém aqui no Brasil misturou as masters da versão americana e europeia e/ou japonesa.
Excelente post, aliás...

gui... disse...

vou levar pedrada, mas vou falar.
a melhor formação do KISS é com singer e kulick.
pronto, falei.

Igor Miranda disse...

Singer e Kulick constituem a minha formação predileta após a original. E o problema dessa fase do Kiss estava mais em Kulick, pois em Asylum e Crazy Nights ele não conseguia se encontrar. Tudo começou em Smashes, que ele passou a mostrar mais quem era. A coisa melhorou em Hot In The Shade e nos dois posteriores, ele simplesmente foi o grande destaque.

Acho que "estar numa banda grande de uma hora pra outra" não é desculpa. Vinnie Vincent caiu de pára-quedas também, nunca havia feito Rock pesado com banda grande, só havia participado de projetos disco/pop. Mesmo assim, intimidava com presença de palco. Eric Carr chegou debulhando, mostrando emoção, e antes também não havia tido experiências grandes.
Kulick pelo menos sabia como funcionava, pois já havia tocado na banda de apoio de Meat Loaf.

Enfim, trata-se de uma coletânea legal. Mas o Kiss, pra mim, não é uma banda que deve ser conhecida por coletâneas.

ZORREIRO disse...

Nunca foi utilizada a palavra fracassado na resenha. Talvez tenha sido problema de interpretação. Me referi a sucesso comercial.
Crazy nights simplesmente passou batido na época.
Dr. Ribeiro, o segundo set é da versão inglesa do disco.

Anônimo disse...

O Kiss, é acima de tudo, uma banda de entretenimento. Concordo que a resenha tenha mencionado que o Kiss é uma banda de palco, mas vejo muito além. Eles constituíram uma identidade que ultrapassa a simples arte visual e sonora, eles representam aquela filosofia do modo de vida americano, que vai além da imagem e do conceito. É praticamente uma Coca-Cola, ou uma Ferrari da música. Tudo que está relacionado com o Kiss acaba se tornando um produto, mas eu gosto da música deles, pois o Rock'n'Roll praticado pela banda é ao mesmo tempo elaborado, projetado, e também espontâneo, porque tem a identidade deles, não se vê o Kiss plagiando um riff ou copiando a melodia de alguma música famosa.
E souberam aproveitar a onda dos vários momentos, desde os anos 70 até os dias de hoje.
Principalmente agora, que estão mais velhos, fizeram muito bem em retornar às máscaras, porque o visual de uma banda que esbanja juventude não pode ser desmistificada pelo conjunto de barrigas e cabelos grisalhos.

Long Live Rock'n'Roll!

mila rock disse...

"Hot lover, turn up the heat
I want your sugar, girl your love tastes so sweet".
Na resenha deveria ter dito que essa música é altamente viciante.

Dynasty disse...

Entrevista com o músico Benjamim Taubkin ao Jornal Zero Hora do Rio Grande do Sul, sobre seu livro “Viver de Música” em que vários músicos não midiáticos depõem como é viver da música sem ter um grande reconhecimento do público.

Entendo que este tipo de reflexão sobre dawnloud na grande rede, além da análise de outros conceitos, tem relação direta com Blogs que viabilizam a troca de arquivos.

Por isso, trago parte, que considerei interessante, da entrevista para os amigos da Combi.

ZH – Muitos dos teus entrevistados estão envolvidos no debate do direito autoral. Qual é a tua opinião?
Taubkin – Existe é incompreensão dos dois lados. Claro que eu acho que o direito autoral é um valor, é um bem, e como tal dever ser preservado. Ao mesmo tempo, acho que a gente tem que ter um lhar aberto para as novas mídias. Não acho que se possa ser ingênuo. Há cinco anos, havia acesso gratuito à internet na maior parte dos aeroportos do mundo. Hoje, não há em quase nenhum. Ou seja, as pessoas estão querendo que você disponibilize de graça para que as grandes corporações possam ter acesso. Ao mesmo tempo, não se pode ter medo do tempo em que agente vive e não se deve ter medo das novas tecnologias. Por exemplo, quando as pessoas falam nessa questão de baixar música, eu acho que baixar música hoje em dia faz em grande parte o papel do rádio.

ZH – A internet concorreria com a radio difusão e não com a indústria fonográfica?
A internet veio cobrir um enorme buraco. Hoje em dia, se eu tenho 3 mil pessoas, 5 mil, 10 mil pessoas que podem seguir o que eu faço, é para elas que eu mando, e é um número muito bom. E a gente troca, de repente eu vou para a Mongólia e coloco um artista da Mongólia e vira um vírus e um vai espalhando para o outro e, eu acho que isso é um papel superbenéfico porque a rádio deixou de fazer. Quanto de música tradicional, experimental, de outros lugares do mundo, as diferentes músicas barasileiras, toca no rádio? Nos anos 1980, a indústria fonográfica passa a trabalhar totalmente com o conceito de produto, não do artista, mas da canção. A gravadora é que banca o jabá do rádio. Ela compra todas as etapas desse processo, passa a trabalhar com uma música quase única, quase aquela coisa da mono cultura, abre muito pouco espaço para outras experiências.

Abraço a todos. Parabéns pelas ultimas postagem. Valeu pelo Kiss “smashes” e o último Black’n Blue. Mais uma vez, abraço a todos na Combi.