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domingo, 29 de maio de 2011

The Beatles - Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band [1967]


Maior clássico da história da música pop. O disco mais influente de todos os tempos. O Magnus-opus da maior banda de rock que existiu no planeta. O disco que influenciou o início de milhares de bandas, desde a sua criativa capa até seu rebuscado som. Se for listar todos os elogios tecidos a este trabalho, faria a resenha sem nem citar alguma música deste, mas realmente "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" é um fenômeno fora do comum.

Só para se ter uma idéia da importância do mesmo, vamos para alguns números sobre este. Apesar de ser um trabalho sem nenhum tipo de apelo comercial e ter sido muito pouco executado nas rádios, vendeu 11 milhões de cópias somente em solo norte-americano e em torno de 32 milhões de cópias em todo o mundo. O álbum lidera "apenas" as listas dos melhores álbuns de sempre da revista Rolling Stone e dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame. Foram gastas 700 horas de gravação para este registro e 75 mil dólares gastos, um recorde para aquela época.

A banda do Sgt. Peppers

"Sgt. Peppers" marcou o início de uma revolução inexplicável dentro do rock. Se até aqui o rock era algo alegre e até mesmo simplório, aqui extrapolou todos os limites que existiam outrora e se transformou em uma arte. Trata-se de um dos primeiros discos conceituais dentro do estilo, sem falar no experimentalismo que envolve o mesmo. Mas para entendermos o que foi o combustível para este grande momento, voltemos para o que estava ocorrendo na época com o grupo.

A Beatlemania estava em baixa no ano de 1966, muito em parte a infeliz e conhecida declaração de John Lennon, de que "Os Beatles eram maiores do que Jesus Cristo". Essa causou uma reação de revolta, que gerou um tumulto durante um show deles na Filadélfia. Cansados dessas reações adversas e das cansativas turnês, a banda decide se dedicar unicamente as gravações em estúdio, deixando de lado os shows, o que é um baita de um tiro no pé de qualquer grupo musical que se preze. Essa decisão deixou os críticos estarrecidos, que declaravam sem nenhum pudor de que aquele era o fim do grupo.

Do outro lado do Atlântico uma banda que outrora era apenas um bando de garotos que faziam músicas sobre surf e outros assuntos adolescentes decidem rivalizar com os Beatles, lançando o clássico e muito trabalhado "Pet Sounds", que acabou sendo o combustível para que a banda trabalhasse em um registro para responder a altura o audacioso Brian Wilson. Trancam-se em um estúdio com George Martin e revolucionaram inclusive na parte técnica, pois foi o primeiro disco gravado em oito canais, com a junção de dois consoles de quatro canais. A idéia de um álbum conceitual partiu de Paul McCartney, que desejava que eles realmente fosse a banda do tal Sgt. Pepper's, mas que foi abandonada durante as gravações.

George Martin com a banda, conduzindo as gravações

Outro grande detalhe deste disco é sua belíssima capa, feita por Peter Blake e que se trata de uma colagem dos quatros Beatles incorporando a banda do Sgt. Pimenta ao lado de outras celebridades sendo as mais notáveis as seguintes: Albert Einstein, Bob Dylan, Carl Jung, Edgar Allan Poe, Fred Astaire, Marilyn Monroe, Marlon Brando, Oscar Wilde e os próprios Beatles em seu início de carreira. Mas dizem as más línguas que a capa ainda seria muito mais polêmica, mas que a banda evitou, tendo em sua concepção original as presenças de Jesus Cristo, Adolf Hitler e Ghandi, com medo de que gerasse uma polêmica ainda maior. Sem falar que muitos se baseiam na capa do disco para promover a idiota idéia de que Paul morreu e hoje é um sósia que está em seu lugar, mas não vou me alongar neste conto urbano.

Mas agora vamos ao que realmente interessa que é o som apresentado nesta obra de arte. E para começar os trabalhos temos a ótima faixa-título com seu andamento cadenciado e puxando para o hard e que mesmo sendo bem curta envolve de maneira inevitável e que já é bem diferente de tudo que a banda havia feito até aqui. Após essa, Ringo Starr assume os vocais na bela "With a Little Help From My Friends", que posteriormente ganharia uma versão magistral feita por Joe Cocker, continua aumenta o nível de experimentalismo em que a banda havia entrado, mas nada que fosse comparado a obra de arte "Lucy In The Sky With Diamonds".



"Lucy" é uma canção em que a psicodelia atinge níveis descomunais, com uma melodia inexplicável, em que a cada nota vemos como a velocidade foi claramente alterada para dar esse efeito de "viagem" que a mesma possuí. Esta canção gerou uma polêmica sobre fazer referência ao LSD, que Lennon desmentiu, afirmando fazer referência a um desenho de seu filho Julian, mas que quase 40 anos foi assumido por McCarney de que realmente ela fazia referência a droga. "Getting Better" é outra grande pérola, em que mais uma vez somos envolvidos por outra grande canção e percebemos a riqueza melódica em cada detalhe da canção, sem falar sua letra esperançosa, que se transmite até no som da guitarra de Harrison. "Fixing A Hole" também gerou polêmica, em que alguns suponham que esta fazia referência a heroína, algo que nunca foi confirmado, mas mostra um McCartney inspirado, brincando de modificar as harmonias a todo momento.

"She's Leaving Home" é uma peça clássica de beleza singular, uma obra de arte completa, que retrata a fuga de uma jovem com seu namorado, tem arranjos lindos conduzidos por George Martin e nos dá a certeza que estamos realmente diante de algo inexplicável e atemporal. A circense e hipnótica "Being for the Benefit of Mr. Kite!" te faz fechar os olhos e se sentir abduzido em alguns momentos durante sua execução, seja talvez pelo efeito anasalado na voz de Lennon, mas que tem grande parte de crédito a Martin, que criou uma atmosfera incrível para esta. Atmosfera essa que se faz mais presente na climática "Within You Without You" em que George Harrison é acompanhado de músicos indianos durante sua execução e nos sentimos realmente na Índia durante sua execução, em mais uma música de um bom gosto descomunal. "When I'm Sixty Four" foi composta por McCartney durante sua adolescência e tem um ar mais pueril e juvenil comparado ao conteúdo desse disco, mais ainda assim belo e cativante.

Foto na coletiva de imprensa do lançamento do disco

A pop "Lovely Rita" apresenta a dupla Lennon/McCartney mais uma vez aparece a todo vapor, com uma junção voz/piano que funciona de maneira perfeita. Mas aí vem "Good Morning Good Morning" que foi inspirada em uma caixa de cereais Kellogs com seu andamento roqueiro e que é uma das canções que mais gosto da carreira do grupo, com destaque para Harrison com solos ácidos e certeiros e a bateria animada de Ringo, que convida a realmente a começar o dia de melhor maneira possível, animado e sem frescura. A porrada "Reprise" continua com a banda descendo o braço sem dó, e mantém o nível roqueiro lá em cima. Tudo isso para desembocar no belo final com a grandiosa e emotiva "A Day In The Life", que volta a investir no experimentalismo, em que nem consigo descrever a beleza desta, e que deixarei que cada um tire suas conclusões sobre a "viagem" final que este disco nos traz e que o finaliza com chave de ouro, sem falar em seu final de arrancar suspiros, e que confirma que a produção deste realmente estava à frente anos-luz de qualquer outra feita naquele momento.

O marco definitivo, que elevou o rock a outro patamar e que serviria com base para muitos dos clássicos que postamos aqui anteriormente. O nascimento do art-rock e a evolução na música mundial seja na maneira de se produzir um disco, nas composições ou ainda na concepção visual de um registro musical. Por essas e outras que os Beatles são reverenciados como a maior banda que já surgiu. Gostando ou não, você é obrigado a concordar com a contribuição inestimável que os quatro rapazes de Liverpool deram ao nosso amado rock n' roll. E é obrigado a ter este registro em um pedestal dentre toda sua coleção, pois sem o mesmo, talvez o rock fosse diferente do que conhecemos hoje. Um disco que deve ser ouvido pelo menos umas 100 vezes antes de morrer, apreciado a cada detalhe e que deve ser aplaudido de pé após sua execução. OBRA-PRIMA!




1.Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
2.With a Little Help from My Friends
3.Lucy in the Sky with Diamonds
4.Getting Better
5.Fixing a Hole
6.She's Leaving Home
7.Being for the Benefit of Mr. Kite!
8.Within You Without You
9.When I'm Sixty-Four
10.Lovely Rita
11.Good Morning Good Morning
12.Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise)
13.A Day in the Life

John Lennon – Vocais, Violão, Guitarra, Órgão Hammond, Piano, Gaita, Tamborim
Paul McCartney – Vocais, Guitarra, Baixo, Órgão Hammond, Piano, vocalizações,
George Harrison – Guitarra, Violão, Sítara, Vocais em "Within You Without You," Backing Vocals, Gaita.
Ringo Starr – Bateria, Congas, Tambourim, Vocais em "With a Little Help from My Friends"


By Weschap Coverdale

13 comentários:

Anônimo disse...

http://www.mediafire.com/?xm8mtbljjxirchv

Eduardo Paiva disse...

"Clássico dos clássicos"!

AlBassPlayer disse...

Descomunal. Atual até os dias de hoje e, acho que por toda a eternidade. Méritos também ao produtor e 5º Beatle, George Martin. Este sim, que mesmo invisível aos holofotes da mídia, colocava ordem às idéias malucas (até então) e geniais do grupo. Bela resenha novamente Weschap.

jantchc disse...

minha mãe tinha este disco..

ela adora os the beatles ate hoje...

não lembro se ja ouvi este cd inteiro, mas ja ta na hora...

Unknown disse...

Foi mto legal ter visto Paul semana passada aqui no Engenhão, pplmente cantando Beatles. Embora não tenha vivido esta época, boa música é atemporal!

Anônimo disse...

Podem até falar mal dos Beatles (já ouvi muita gente falando) mas que eles foram revolucionários, isso não podemos nem sequer pensar em questionar,

Gus disse...

Tenho original! ;)

\m/

Andarilho disse...

Sensacional disco e crítica. Não tem nem mais o que acrescentar sobre esse disco, só que ele aposentou o Brian Wilson dos Beach Boys depois de ouvi-lo. Outro detalhe interessante é que os proprios Beatles, anos depois, reconheceram que esse disco nao era tudo isso, que não foi o melhor disco deles. Ou seja, como todo grande artista OS CARAS FIZERAM TUDO ISSO E JÁ OCONSIDERAVAM ULTRAPASSADO.

Beatles é o que há.

Sgt Peppers merece estar na prateleira, com certeza!

Abraço

ZORREIRO disse...

O que você pensar em inovação no rock, de alguma maneira, os Beatles fizeram primeiro. A resenha ficou irretocável. Textos fazem a minha cabeça, e Mr. Weschap tem o dom de me surpreender.

Anônimo disse...

Obrigado Zorreiro, ainda bem que tenho agradado o povo com meus textos!

Anônimo disse...

Faltou mencionar o Aleister Crowley na capa!

Anônimo disse...

Melhor banda de todos os tempos! O melhor disco deles. Sempre que o ouço tenho boas lembranças!

Lucas Araujo disse...

Esse disco é muito bom(apesar que acho o white album e o abbey road superiores, e o rubber soul é o meu favorito, grande obra dos garotos de liverpool!