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terça-feira, 24 de maio de 2011

Mopho - Mopho [2000]



É só fechar os olhos e ligar o som. O cheiro de mofo e ácaros tomam as narinas e não se sabe bem o porquê. Mas há um motivo. A banda Mopho nos brinda com a sonoridade pura dos tempos do Long Play (LP). E mais: ela está ao alcance de todos os nossos sentidos.


A prova disso é o show de lançamento do novo registro de um dos grupos mais promissores e reverenciados da última década, tanto no cenário alagoano como lá fora – e quando se diz ‘lá fora’, que fique evidente que se trata do exterior.


Hoje, dia 24, haverá o espetáculo que põe no mercado o CD intitulado singelamente de “Volume 3”. A primeira performance ao vivo desse terceiro compacto da Mopho acontecerá no Teatro Deodoro, no Centro de Maceió-AL, às 20h30 - a banda alagoana existe desde 1996.


Volume 3, o novo CD da banda


Há até um kit 'mofado': novo CD + pôster + tíquete para o show, que fica por R$ 50, com direito a um lugar mais próximo do palco - também haverá uma sequência de imagens durante o show com o projeto gráfico do álbum.


O grupo alagoano, composto por João Paulo, nos vocais e guitarras, Júnior Bocão, baixo e vocais, Hélio Pisca, nas baquetas, e Dinho Zampier, nos teclados, promete nesse espetáculo também passear pelos meandros dos 15 anos de banda, tocando canções do primeiro compacto, homônimo – que lhes deu prestígio inimaginável, inclusive para dois matutos da terra do ASA de Arapiraca, João Paulo e Júnior Bocão – e também do segundo, de 2004, o obscuro Sine Diabollos Nullus Deus (numa tradução livre, “sem o diabo, não existe Deus”).



Pincelando


A banda toca como se estivesse pintando a plateia com tinta a óleo, usando traços impressionistas, onde as pinceladas são densas e firmes e não se misturam cores, a não ser, num jogo hipnótico, juntadas pela visão do próprio público espectador-ouvinte.


A bem da verdade, a grande vantagem da pintura a óleo é a flexibilidade, afinal, a secagem da tinta é lenta e isso permite ao pintor-músico alterar e corrigir o seu trabalho.


Não que a Mopho não tivesse feito seu dever de casa corretamente, mas na metade do caminho a moldura não mais combinava com a figura mimética pintada no primeiro CD da banda.



Show de 10 anos da banda, no Teatro Deodoro,
em 2006, com várias participações



O quarteto se dissolveu antes mesmo do lançamento do segundo CD, mas agora volta com tudo e com quase todos os integrantes originais – o tecladista Dinho Zampier está no lugar de Leandro Luiz.


O “Volume 3” vem enaltecer o amadurecimento da banda e é bem mais progressivo. A produção é deles e a co-produção de Pedro Ivo Euzébio, que não cobrou nenhum centavo. A masterização ficou por conta de Brendan Duffey.


“O CD só saiu mesmo por conta da ajuda de nossos amigos, Gustavo Cabus, Pedro Ivo e muitos outros. O custo foi de R$ 10 mil. Agora, pretendemos fazer um circuito de shows aqui em Maceió, em Arapiraca-AL, Aracaju e Recife para poder pagar alguma coisa a esses amigos”, brinca o tecladista Dinho Zampier, que desde 2004 está na Mopho.


A pretensão da banda é celebrar essa volta com Hélio Pisca e Júnior Bocão – que estão em vários projetos, dentre eles o notável Casa Flutuante – e ganhar novamente o circuito alternativo nacional.


A banda já tocou no Abril pro Rock, de Recife e São Paulo, no Porão do Rock, em Brasília, no Balaio Brasil, em São Paulo, no Festival de Inverno de Garanhuns, em Pernambuco, no MISA Acústico, no Museu Imagem e Som de Alagoas (MISA), no bairro de Jaraguá, em Maceió, e no Festival Garimpo, em Belo Horizonte, só para citar alguns palcos por onde andaram.





Parcerias


“Há diversas participações. Na segunda música desse terceido trabalho, 'Quanto vale um pensamento seu', o Wado faz sua deixa. Eu já tinha participado de algumas músicas do último CD dele, o Atlântico Negro. Ainda faz participação Billy Magno e também Luiz Carlini, guitarrista do Tutti Frutti, que gravou lap steel guitar em 'A Malvada', música de autoria do [Júnior] Bocão e do guitarrista alagoano Paulinho Pessoa”, conta o frontman João Paulo à Combe do Iommi.


E o que salta aos olhos mesmo é o projeto gráfico do encarte, de uma qualidade absurda, assinado por Paulo Blob; aos ouvidos, as dez músicas novas, soltando cores e feixes de luz para todo canto se fundindo numa lisergia cheia de solfejos e mais outras notas musicais.


E, de uma forma ou de outra, quando as cores – primárias ou não – se fundem, é porque o som da banda fez o mesmo efeito da droga psicotrópica LSD, famosa nos idos de 1967, que tem como referência máxima o oitavo álbum dos Bealtes, o "Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band".


No documentário “It Was Twenty Years Ago Today” (algo como “Faz Vinte Anos Hoje”), de 105 minutos, produzido pela Granada Television, o guitarrista George Harrison falou que aquele ano durou 50. “A coisa toda foi uma minirenascença”, disse ele, em certo ponto.


E desde então não havia nenhuma revolução sexual, social ou musical. Até a Mopho chegar em 2000 com o seu primeiro trabalho (o que venho mostrar a vocês), carimbado pelo selo paulistano Baratos Afins.


O frontman João Paulo


O ano de 1967 foi o dos hippies, dos dois dedinhos saudando a paz e o amor, do poder das flores de San Francisco nos cabelos e na boca das armas, do verão das drogas. As pessoas ainda tinham esperança de um mundo melhor; esperança, sobretudo, na humanidade.


Para a banda e para o cenário roqueiro brasileiro, o ano de 2000 foi a Nova Era anunciada com sintetizadores; o primeiro CD da Mopho foi a esperança de um novo ’67. Para se ter uma ideia, a banda foi até considerada pela crítica especializada e underground como sendo o novo Mutantes.


Mas, à época, o quarteto não estava totalmente lapidado e a imaturidade, juntamente com o cansaço da turnê que percorreu inúmeros cantos do Brasil, acabou com o sonho – eles acabaram mesmo é se separando, a despeito de serem apontadas como umas das 50 melhores bandas da última década pelo jornalista e editor da home do IG, iBest e BrTurbo, Tiago Agostini, que escreve na conceituada revista Rolling Stone e nos sites Scream & Yell e Mondo Bacana.






Para fazer o CD, mesmo sem recursos, o quarteto alagoano resolveu se aventurar até São Paulo (déjà vu?) e tentar a sorte. Lá, por coincidência, conheceram Luiz Calanca, da Baratos Afins, que se interessou pelas demos do grupo.


Todas as músicas do play são destaque. "Nada Vai Mudar" começa com João Paulo se conformando: "Eu queria tudo, quis o mundo, tenho um carro. Tenho discos, tenho filhos, um sapato apertado. Nada vai mudar, as coisas assim...".


Logo em seguida, "A Geladeira" tem uma pegada e refrão ótimos e o mérito quase todo vai para os teclados de Leonardo Luiz. "Não Mande Flores" é um clássico; uma canção inefável com "um pouco de sexo, drogas e rock n' roll".


O CD também tem várias passagens de funk (como em "Ela me Deu um Beijo", "Eu Quero Tudo" e "A Mosca Sobre a Cabeça") e outras claras referências aos anos 1970 ("Uma Leitura Mineral Incrível" e "Um Dia de Cada Vez").

Há também espaço para o romantismo. Em "A Carta", nota-se uma banda exalando sentimento; a música é melhor que qualquer coisa que o Los Hermanos tenha feito.

Ademais, os integrantes (com ou sem ácido) não sabem como diabos um relógio Cosmos veio a aparecer na capa esverdeada do álbum. Eis o mistério da fé!



Caso Arnaldo


Notoriedade. Foi isso o que conseguiu a banda. A Mopho alcançou os limiares das ondas de rádio dos Estados Unidos. Segundo o vocalista e guitarrista João Paulo, este primeiro disco deles, chegou até o ex-baterista da antológica banda piscodélica Love, Snoopy, que gostou do trabalho quando esteve no Brasil e o levou para a banda Wondermints (grupo de apoio do eterno beach boy Brian Wilson).


A Mopho ficou em 29º lugar e no top 35 na college radio da Universidade Karxl, de Berkeley, na Califórnia. Logo, eles também chamaram a atenção dos artistas brasileiros – a banda participou da coletânea “Wood & Stock”, com a música “Quando você me disser adeus” ( do segundo CD), ao lado de Rita Lee, Tom Zé, Júpiter Maçã e Arnaldo Baptista.


Um deles, dos que ficaram impressionados com o talento latente do quarteto, como também o maestro Rogério Duprat, foi o ex-líder dos Mutantes, Arnaldo Baptista.


Entrevistado pelo repórter do Estado de S. Paulo, Paulo Alexandre, Baptista falou muito bem da banda à época desse debut. No ensejo, ele afirmou que “o contrário de Mopho é 'fômo' e o contrário disso é 'vortêmo'”. Uma profecia. Pois a banda volta e volta calibrada; agora não mostrando influências de Pink Floyd, Beatles, Led Zeppelin, Byrds, Casa das Máquinas, Cream, Mutantes, Secos e Molhados ou Som Nosso de Cada Dia.


A banda agora influencia. O “Volume 3”, distribuído pela Pisces Records, tem a cara da Mopho, maquiada com mil bordões.



Vai mofar


Arnaldo Baptista, hoje com 62 anos, vai lançar daqui para outubro seu novo trabalho, chamado “Esphera”, onde toca todos os instrumentos com virtuosismo. O título do álbum com ‘ph’ incita à Terra, à espera, à esperança de um mundo melhor.


Mas muito antes desse recurso de usar do ‘ph’ como trocadilho, a Mopho o utilizou. De acordo com o baixista Júnior Bocão, em meio a febre manguebeatina, advinda do Recife com Chico Science e Nação Zumbi, alguém fez um comentário maldoso dizendo que a banda iria ‘mofar’ no cenário musical. E o grupo assumiu a responsabilidade e pôs esse o nome que carregaria Brasil afora – e com ‘ph’ mesmo, mas só por questão estética.


“Estamos ensaiando todos os dias e muito ansiosos por essa volta”, revela João Paulo, que já levou em diversos shows o público de volta ao melhor do psicodelismo dos anos 1960 – e, claro, do rockão dos 1970 –, pois, como disse Paul Kantner, do grupo Jefferson Airplane, “se você lembra realmente dos anos 1960, é porque não os viveu”.



João Paulo - vocais e guitarras
Júnior Bocão - baixo
Leonardo Luiz - teclados
Hélio Pisca - bateria



1. Nada vai mudar
2. A geladeira
3. Não mande flores
4. Ela me deu um beijo
5. Tudo vai mudar
6. Tão longe
7. Uma leitura mineral incrível
8. Eu quero tudo
9. A carta
10. Já não é mais
11. Mosca sobre a cabeça
12. Um dia de cada vez
13. Vamos curtir um barato juntos/ Uma leitura mineral incrível (acústica)


(Link nos comentários/ link on the comments)


Da esquerda para a direita: Júnior Bocão, Dinho Zampier,
Hélio Pisca e João Paulo, a formação atual



Por Breno Airan Meiden

11 comentários:

Anônimo disse...

link - http://www.multiupload.com/HJ1C9NQWU0

Igor Miranda disse...

Mandou bem, Airan!

jantchc disse...

gostei do video da banda..

a materia sobre a banda tb é muito boa..

me convenceu a dar uma chance, até pq eu adoro rock dos anos 70..

jantchc disse...

por algum motivo o link no multiupload não esta funcionando pra mim..

o problema é só meu ou esta quebrado mesmo??

Anônimo disse...

link - http://hotfile.com/dl/118812396/2f7ab6d/Mopho_%282000%29.rar.html

Igor Miranda disse...

Ontem o Multiupload estava com problema, nenhum link funcionava. Agora está funcionando normalmente. Mas o Airan botou outro link aí também.

Anônimo disse...

MOPHOdeu hehehehehehe

Anônimo disse...

Do caralho! Simplesmente....

samuel disse...

otimo disco e a resenha nem se fala é de encher os olhos abração

`Pacheco´ disse...

vamos conferir entaum
conhecer banda nova sempre eh bom
ainda mais uma na ativa!
vlw o post =J

Anônimo disse...

ahazou!