Opeth é da Suécia, e isso já é um indicativo de qualidade no mundo do rock.
Michael Åkerfeld formou o Opeth em 1990, e é o principal músico e compositor, assumindo para si, por vezes, a produção dos discos da banda. Único membro remanescente da formação original, é guitarrista, violonista e vocalista de mão cheia, demonstrando um lirismo ímpar nos trabalhos.
Inicialmente, porém, Michael foi recrutado para ser o baixista da banda, que contava com David Isberg nos vocais. O Opeth praticamente não excursionou para promover seus primeiros quatro discos, o que gerou desconfiança por parte do público: será que eles realmente sabem tocar o que gravam?
Mas, atualmente, com uma vasta discografia e três DVDs ao vivo, essa desconfiança caiu por terra e o Opeth se tornou uma das únicas bandas de metal com vocais que não caem na armadilha de alternar entre o lírico e o gutural, e talvez por isso consigo gostar tanto do resultado dos discos.
Como está escrito no site oficial da banda:
“Opeth has spent over two decades steadily amassing a body of work that is at once possessed of a fervent and unrelenting devotion to aesthetic progression (and perfection) while simultaneously scaling the summits of power, mysticism and might aspired to by the group's hard rock forefathers in Sabbath, Purple and Zeppelin.”
Lançado em 13 de setembro de 2011, Heritage é o décimo disco de estúdio dos caras, e o último com o tecladista Per Woberg, que saiu após as gravações. O lirismo e as influências do hard rock inglês setentista estão lá presentes nas composições, mas existe uma criatividade própria, um estilo todo da banda que traz uma lufada de originalidade sobre a colcha da mesmice que cobre os demais representantes do estilo.
A abertura, com Heritage, tem um piano no melhor estilo sonata de Beethoven, irritando aqueles que buscam o imediatismo, que não têm paciência para analisar sistematicamente a obra em seu contexto. Justamente por isso, creio que este é um daqueles discos que devem ser apreciados do começo ao fim como um trabalho único, e não através da ouvida de músicas individuais. Normal, já que o Opeth nunca foi de criar grandes hits.
The Devil’s Orchard é a sequência perfeita. Um riff que utiliza o silêncio como parte do clima abre com chave de ouro a composição. Os timbres dos instrumentos são bem trabalhados, o que dá grande mérito à produção. Os vocais e o Hammond nos remetem sem dó ao Deep Purple dos anos 70.
I Feel The Dark tem violão erudito fazendo a cama para uma vocalização hipnótica, como se estivéssemos diante de um bardo da era pré-renascentista. O desenvolvimento da canção termina em um clima quase prog, meio psicodélico. Me lembrou, em trechos, Capitain Beyond, mas depois essa imagem foi apagada pela grandiosidade da composição.
Slither traz a veia hard da banda, com um super riff blackmoreano de guitarra. Nepenthe traz na sequência a veia shred de Michael e seu parceiro das seis cordas, Fredrik Åkesson. Häxprocess tem ritmos desconexos de bateria, numa levada quase fusion, o que torna difícil qualificar o estilo do disco. Eu qualifico simplesmente como genial.
Aliás, aqui eu flexibilizo o meu ranço com a safra atual do metal (apesar de a banda já ter mais de vinte anos), e aclamo o Opeth como uma das bandas mais criativas do cenário.
Como diz o bom traficante: experimente, você vai gostar...
Track List
1. "Heritage"
2. "The Devil's Orchard"
3. "I Feel the Dark" Michael Åkerfeld formou o Opeth em 1990, e é o principal músico e compositor, assumindo para si, por vezes, a produção dos discos da banda. Único membro remanescente da formação original, é guitarrista, violonista e vocalista de mão cheia, demonstrando um lirismo ímpar nos trabalhos.
Inicialmente, porém, Michael foi recrutado para ser o baixista da banda, que contava com David Isberg nos vocais. O Opeth praticamente não excursionou para promover seus primeiros quatro discos, o que gerou desconfiança por parte do público: será que eles realmente sabem tocar o que gravam?
Mas, atualmente, com uma vasta discografia e três DVDs ao vivo, essa desconfiança caiu por terra e o Opeth se tornou uma das únicas bandas de metal com vocais que não caem na armadilha de alternar entre o lírico e o gutural, e talvez por isso consigo gostar tanto do resultado dos discos.
Como está escrito no site oficial da banda:
“Opeth has spent over two decades steadily amassing a body of work that is at once possessed of a fervent and unrelenting devotion to aesthetic progression (and perfection) while simultaneously scaling the summits of power, mysticism and might aspired to by the group's hard rock forefathers in Sabbath, Purple and Zeppelin.”
Lançado em 13 de setembro de 2011, Heritage é o décimo disco de estúdio dos caras, e o último com o tecladista Per Woberg, que saiu após as gravações. O lirismo e as influências do hard rock inglês setentista estão lá presentes nas composições, mas existe uma criatividade própria, um estilo todo da banda que traz uma lufada de originalidade sobre a colcha da mesmice que cobre os demais representantes do estilo.
A abertura, com Heritage, tem um piano no melhor estilo sonata de Beethoven, irritando aqueles que buscam o imediatismo, que não têm paciência para analisar sistematicamente a obra em seu contexto. Justamente por isso, creio que este é um daqueles discos que devem ser apreciados do começo ao fim como um trabalho único, e não através da ouvida de músicas individuais. Normal, já que o Opeth nunca foi de criar grandes hits.
The Devil’s Orchard é a sequência perfeita. Um riff que utiliza o silêncio como parte do clima abre com chave de ouro a composição. Os timbres dos instrumentos são bem trabalhados, o que dá grande mérito à produção. Os vocais e o Hammond nos remetem sem dó ao Deep Purple dos anos 70.
I Feel The Dark tem violão erudito fazendo a cama para uma vocalização hipnótica, como se estivéssemos diante de um bardo da era pré-renascentista. O desenvolvimento da canção termina em um clima quase prog, meio psicodélico. Me lembrou, em trechos, Capitain Beyond, mas depois essa imagem foi apagada pela grandiosidade da composição.
Slither traz a veia hard da banda, com um super riff blackmoreano de guitarra. Nepenthe traz na sequência a veia shred de Michael e seu parceiro das seis cordas, Fredrik Åkesson. Häxprocess tem ritmos desconexos de bateria, numa levada quase fusion, o que torna difícil qualificar o estilo do disco. Eu qualifico simplesmente como genial.
Aliás, aqui eu flexibilizo o meu ranço com a safra atual do metal (apesar de a banda já ter mais de vinte anos), e aclamo o Opeth como uma das bandas mais criativas do cenário.
Como diz o bom traficante: experimente, você vai gostar...
Track List
1. "Heritage"
2. "The Devil's Orchard"
4. "Slither"
5. "Nepenthe"
6. "Häxprocess"
7. "Famine"
8. "The Lines in My Hand"
9. "Folklore"
10. "Marrow of the Earth"
Mikael Åkerfeldt (vocais, guitarras, Mellotron, piano)
Fredrik Åkesson (guitarra)
Per Wiberg (teclados, grand piano, Mellotron)
Martin Mendez (baixo)
Martin Axenrot (bateria)
Link nos comentários
Link on the comments
Por ZOrreiro
15 comentários:
http://www.mediafire.com/?76wz5f882s6qb6d
Valeu a dica...baixando...abraços
baixando, não conheço a banda, mas conheço bem o Fredrik "talisman" Akesson. muito bom
Já conheço o Opeth, e queria parabenizar pela excelente resenha sobre a banda.
Parabens pela postagem e pela resenha.
Abraço a todos.
Cara o Opeth era uma banda Prog/Death metal, e hoje tocam simplesmente rock progressivo...
só por isso, eles realmente são umas das bandas mais criativas do meio.
só não vou abaixar porque ja o abaixei ontem anoite...
Também não conheço mas um guitarrista amigo me falou muito bem dessa banda e vou baixar para conhecer....espero realmente que seja tudo o que foi dito na resenha hehehe....
@Gabriel Henrique: Abaixou é? E estava muito alto?
Baixei pelo pedigree dos caras.
Rock progressivo de qualidade. Um prato cheio para os especialistas em seus instrumentos.
Para os curiosos, sugiro escutar November, banda sueca do início dos anos 70.
Ab
Aos amigos que não conhecem Opeth, baixem qualquer álbum. è bom pracarái !!!!!!!!
Abraços
pior que tava tive até que subir em uma escada !
Opeth é daquelas bandas que se sente a diferença no que se passa na cabeça dos compositores [DO compositor, já que o Akerfeldt é uma espécie de Dave Mustaine do progressivo atualmente, perde só pro Daniel Gildenlöw] com o passar do tempo. O mais incrível é que independente de como eles soam, a qualidade do som é sempre do mais alto nível.
Admito que demorei pra digerir esse álbum, decerto porque eu tava esperando um outro Watershed da vida. Uma certa frustração, combinada com expectativa, na primeira audição; a partir da segunda, foi só viagem.
Fantástico. Sem mais.
Bela resenha.
Confesso que achei esse o melhor disco da banda.
Complexo, musical... Viajante...
Nota 10.
De longe, o melhor de 2011.
SIMPLESMENTE FABULOSO !!! LINDO ÁBUM !!! A HOMENAGEM AO DIO É FENOMENAL !!!! DESCULPEM A EMPOLGAÇÃO, MAS A BANDA É EXCELENTE E O DISCO TÁ EXCEPCIONAL !!!
ABRAÇOS
Muitas referências positivas do album... estou curioso! Ele foi nota 8,5 de 10 na revista Roadie Crew deste mês...
Não conheço essa banda, mas a galera fala tão bem que fiquei curioso...
Obrigado pela postagem!
Postar um comentário