O grupo RPM deixou uma marca fortíssima na história do rock nacional. Os integrantes, aficionados pela cena cosmopolita européia, trouxeram para o Brasil um estilo que não era representado por absolutamente ninguém no rock nacional. O pós-punk e o new wave vinham da ressaca da cena punk, e buscavam unir o pop ao rock acrescentando letras que fugiam das meras odes ao amor características da primeira e das letras de ódio ao sistema, características da segunda vertente. Ainda posso me arriscar a dizer que a banda trouxe uma certa pitada de AOR.
No Brasil, o rock ainda era representado pelos remanescentes dos anos 60 e 70, como o Made in Brazil, Rita Lee, Raul Seixas e o Patrulha do Espaço. Era um estilo diferente da cena emergente, representada então por Titãs, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, os baianos do Camisa de Vênus e os gaúchos do TNT e do Engenheiros do Hawaii. O RPM trazia um som com produção mais refinada e uma atenção especial aos teclados e sintetizadores.
As letras também mereciam destaque, pois fugiam dos clichês da época e tinham um apelo político leve, mas marcante. Não tinha a genialidade das letras de Renato Russo e nem a ironia de Marcelo Nova, mas criaram novos padrões de clichês para as gerações vindouras.
Fiz essa introdução porque, quem viveu a época como eu, jamais poderá negar a importância do post de hoje para toda uma geração. Você pode até não curtir o som, mas é impossível colocar uma pedra em cima.
No Brasil, o rock ainda era representado pelos remanescentes dos anos 60 e 70, como o Made in Brazil, Rita Lee, Raul Seixas e o Patrulha do Espaço. Era um estilo diferente da cena emergente, representada então por Titãs, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, os baianos do Camisa de Vênus e os gaúchos do TNT e do Engenheiros do Hawaii. O RPM trazia um som com produção mais refinada e uma atenção especial aos teclados e sintetizadores.
As letras também mereciam destaque, pois fugiam dos clichês da época e tinham um apelo político leve, mas marcante. Não tinha a genialidade das letras de Renato Russo e nem a ironia de Marcelo Nova, mas criaram novos padrões de clichês para as gerações vindouras.
Fiz essa introdução porque, quem viveu a época como eu, jamais poderá negar a importância do post de hoje para toda uma geração. Você pode até não curtir o som, mas é impossível colocar uma pedra em cima.
Depois de apenas um álbum de estúdio, a banda resolveu sair em uma turnê megaproduzida, sob a direção artística de ninguém menos que Ney Matogrosso. O disco é a gravação dessa turnê e, pela primeira vez na história da indústria fonográfica brasileira, trazia uma mixagem digital de um disco ao vivo (a capa do vinil traz o lembrete: mixado em sistema digital, ouça alto).
O resultado não poderia ser outro: o disco ao vivo mais vendido da história do Brasil. Paulo Ricardo está no melhor momento da sua carreira, cantando muito e tocando baixo; Fernando Deluqui toca suas guitarras Jackson com Floyd Rose e diversas unidades de efeitos (algo raríssimo no Brasil em face do alto custo das importações e da ainda inexistência dos baratíssimos produtos chineses e coreanos); Paulo P.A. Pagni toca sua bateria também com diversas unidades eletrônicas, e Luiz Schiavon simplesmente esbanja teclados de última geração. Não existiam competidores à altura na época. O resultado era previsível: sucesso absoluto e mais de 2,5 milhões de cópias vendidas.
Difícil destacar apenas uma faixa, mas a abertura com Revoluções Por Minuto mostra a histeria das fãs da época, quase uma beatlemania nacional. Naja é minha preferida, uma instrumental que demonstra o gênio compositor de Schiavon. A banda toca as covers London London, de Caetano Veloso, e Flores Astrais, do Secos e Molhados, antiga banda de Ney Matogrosso. Rádio Pirata encerra o play e fecha o set com chave de ouro, com o ooououououooooo cantado pelo coro da platéia. Posso dizer que só faltou Louras Geladas, mas tudo bem.
O resultado não poderia ser outro: o disco ao vivo mais vendido da história do Brasil. Paulo Ricardo está no melhor momento da sua carreira, cantando muito e tocando baixo; Fernando Deluqui toca suas guitarras Jackson com Floyd Rose e diversas unidades de efeitos (algo raríssimo no Brasil em face do alto custo das importações e da ainda inexistência dos baratíssimos produtos chineses e coreanos); Paulo P.A. Pagni toca sua bateria também com diversas unidades eletrônicas, e Luiz Schiavon simplesmente esbanja teclados de última geração. Não existiam competidores à altura na época. O resultado era previsível: sucesso absoluto e mais de 2,5 milhões de cópias vendidas.
Difícil destacar apenas uma faixa, mas a abertura com Revoluções Por Minuto mostra a histeria das fãs da época, quase uma beatlemania nacional. Naja é minha preferida, uma instrumental que demonstra o gênio compositor de Schiavon. A banda toca as covers London London, de Caetano Veloso, e Flores Astrais, do Secos e Molhados, antiga banda de Ney Matogrosso. Rádio Pirata encerra o play e fecha o set com chave de ouro, com o ooououououooooo cantado pelo coro da platéia. Posso dizer que só faltou Louras Geladas, mas tudo bem.
Enfim, um trabalho que somente foi possível em razão dos altos investimentos da gravadora, o que significa que estamos falando de uma época que não existe mais, e de um tipo de superprodução que não se aplica mais ao rock no Brasil. Por isso, a todo momento temos que engolir Axé e Funk nos programas de televisão. Quanto à banda, prefiro nem relatar o que aconteceu depois disso. Saudades do Globo de Ouro...
Track List
1. Revoluções Por Minuto
2. Alvorada Voraz
3. A Cruz e a Espada
4. Naja (Instrumental)
5. Olhar 43
6. Estação no Inferno
7. London, London
8. Flores Astrais
9. Rádio Pirata
Paulo Ricardo: Vocais e Baixo
Luiz Schiavon: Teclados
Fernando Deluqui: Guitarra e Vocais
Paulo P.A. Pagni: Bateria
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Por Zorreiro
17 comentários:
http://www.mediafire.com/?xd4udro4wo8dq7o
que massa este post, hen cara ...
pra vc ver a importancia desse cd eu o comprei aos 5 anos na feira(pirata). Ele é vendido até hoje, há no dvd desse show tem mais musicas que não estão ba bolacha... por que sera ?
É bom demais ser um ditador! Acabei de censurar um comentário feito por um lixo de ser humano, reclamando. Obviamente, trata-se de um "metalêru", essa raça imunda que polui o planeta.
Sobre o RPM, curiosamente o disco que mais gosto deles é o de 1993, onde deram um chute no balde e puseram mais guitarras. Mas esse aqui é referência total no cenário brazuca, com certeza.
Aprecio há muito tempo e tenho original aqui em casa. Boa pedida pro domingão!
Letras geniais do Renato Russo?Certo.
Lembro que, na época, chegava a ser engraçado: toda casa que eu ia tinha um disco desse...
Quanto à genialidade das letras de Renato Russo, bem, se considerarmos o cenário da época, sobrava pouca coisa para aproveitar.
Obviamente, me refiro à fase pré´deprê-HIV positivo. Faroeste Caboclo é bom, ué. ;-)
Olá pessoal da Combe do Iommi, gostaria de fazer um pedido de parceria com o blog Brazil Rock Society, eu sou o admnistrador do BRS e aliás essa materia do RPM ta massa
Muito legal ver isso por aqui!
Poxa, quem nao curtiu esses caras devia estar muito de mal com vida na época. Pura alegria ouvir o RPM e foi uma tremenda febre!
Beleza de post Zorreiro!
Caraca, viajei ao ver esse post e vou baixar com certeza.
Quanto bailinho de adolecente que eu fui na época e dancei agarradinho ouvindo a London London.
Como sempre do caralho, vcs estão cada dia mais de parabéns, abraços The Animal, acessem meu blog tb piazada, abraços www.mranimal.blogspot.com estou adicionando vcs no meu la, Marcelo, um abraço velho, to sumidão faz tempo mas to de novo... FUI
gosto pra caramba do rpm..
tenhos todos os cds dos caras..
ate o primeiro cd do paulo ricardo, depois q ele saiu do rpm, é legal, depois disso q ele foi ganhar dinheiro na musica brega..
otimo post
to baixando
vamosss verrr
como nas ci na epoca errada
vou baixar e conferir
Por mais q torçam o nariz, pois é brasileiro, porque é vendido, porque é pop, porque isso e aquilo, quero q se fodam!
Já me olharam muito torto por eu curtir tanto o RPM quanto o Paulo Ricardo.
O talento dessa dupla (Paulo e Ricardo e Schiavon) é inegavel.
Juntos eles eram a alma do grupo. O debut dos caras é quase em Hard Rock farofada, visto que contagia a todos q ouvem. E esse ao vivo, só vem comprovar a qualidade do quarteto.
Ótimo post, Zorrero, seja bem vindo!
ow loko... parabéns! mandou bem hein?
tenho até hoje em casa uma fita cassete dessa parada...
inusitado!
abç.
Esse disco foi o meu primeiro contato com Rock, meu pai tinha o LP,achava a caveira da capa muito legal.
Não gosto muito não mas meus PARABENS ao BLOG por variar cada vez mais nas postagens.... sobre os truuuu metal... um dia acordam e verão que existe um monte de musica legal por aí e não só no mundo governado pelo Deus Metal
Sensacional cara. Eu tenho cd original e realmente foi uma febre. A mulherada gritava muito. Puta aparelhagem na qual o Luis usava um computador no palco. De tanto talento ele foi parar no Faustão. Realmente, o que veio depois foi fiasco, mas até que a música que o Paulo Ricardo fez pro BBB foi legal rsrsrs.
Parabéns Zorreiro.
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