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quarta-feira, 16 de junho de 2010

The Who - Live At Leeds [1970]


Para começar este post, vou confessar algo: odeio álbuns ao vivo (serei esculachado por muitos aqui, se bobear até por membros do blog, rs). Sim ao contrário de muitos, não gosto da gritaria histérica de fãs, na maioria das vezes existem overdubs e você constata que algumas vezes a banda só é boa de estúdio, na hora do vamos ver, a mesma pipoca. O pior ainda é que não conseguindo executar as músicas em suas versões originais, as bandas fazem aquele set acústico fuleiro e deixam na vontade os fãs que gostariam ouvir tal canção, ou muitas vezes nem tocam a música que esperamos e vem a insatisfação.

Mas fui obrigado a dar meu braço a torcer. Um certo dia, sem nada para fazer e com o tédio tomando conta de mim, fui a casa de um amigo o qual estava escutando um álbum ao vivo, de uma banda que tinha ouvido falar, mas nunca tinha escutado nada sobre ela, o The Who. Estava no começo de minha paixão pelo rock, e fiquei intrigado com aquele vinil de capa marrom e apenas com os dizeres: The Who – Live At Leeds. Fiquei ainda mais quando ele colocou "My Generation" para tocar com seus catorze minutos, e ouvi aqueles estalos no vinil e aquele som visceral, confesso que fiquei em estado de choque. Essa foi minha primeira experiência com esta maravilha.

Alguns anos depois, me deparo em uma loja com a versão masterizada em cd duplo em edição nacional. Não resisti e tive de levar o mesmo para casa, para aí sim degustar o mesmo tranqüilamente. Primeiramente os estalos não existiam mais, graças a Deus. E segundo, o set list tinham músicas que não haviam no LP. E para iniciar, temos a destruidora “Heaven and Hell” com um som de ensurdecer qualquer um. Keith Moon para variar batendo muito forte na bateria, John Entwistle fazendo de seu baixo uma guitarra base, Pete Townshend mandando riff atrás de riff e Roger Daltrey cantando como nunca. Isso só com uma mesa de som e mais nada de efeitos, no começo de anos 70, mostrando que não é preciso tecnologia para se gravar algo bom.

Olha a tecnologia utilizada na gravação. TENSO...

Um dos hinos mods do The Who, a bubblegum “I Can’t Explain” nos é apresentada em versão mais lenta que a original, afinal eles não estavam mais nos anos 60 e não teria cabimento aquela versão animadíssima ao vivo para aquela ocasião. A etílica “Fortune Teller” é a próxima e nos convida para um gole de cerveja com sua engraçada história de um rapaz que se apaixona pela cartomante que foi consultar.

“Tattoo” é mais um rock dos bons e com mais uma letra engraçada, desta vez sobre um rapaz que se convence que um dos passos para se tornar homem é fazer uma tatuagem e sua paixão por elas e a excelente história das conseqüências pela mesma: “Meu pai me bateu pois a minha diz "mamãe", mas minha mãe gostou naturalmente e ela bateu em meu irmão, Pois a tattoo dele era de uma mulher nua”. Impagável e mais uma grande atuação ao vivo da banda. “Young Man Blues” mostra a energia que uma banda deve ter ao vivo, em blues acelerado, com um Keith Moon ensandecido batendo na bateria feito um maluco. Como é bom ouvir uma banda fazendo rock barulhento e visceral, ao contrário dessa bandinhas de chorões e melancólicos de hoje.

John Entwistle e Roger Daltrey naquela noite

Em seguida, temos três clássicos em seguidas da fase mod do The Who. A primeira, a clássica “Substitute” em uma versão perfeitamente executada ao vivo, em cada detalhe principalmente por Moon, que rouba a cena a cada canção executada neste álbum. “Happy Jack” e “I’m Boy” também estão bem representadas, e em cada vez que escutamos cada uma delas sentimos o quanto a banda estava inspirada naquela fatídica noite de 14 de fevereiro de 1970.

A próxima é a música que com certeza é a versão mais espetacular de uma música ao vivo conforme a opinião desse que vos escreve. Considerada uma das primeiras óperas rock da história e como Townshend definiu anteriormente, o pontapé de início para a ópera Tommy, “A Quick One, While He’s Away”, que conta a história de uma garota que sofre com a distância prolongada de seu amado, e vai definhando com isso, e por achar que ele não voltará, o acaba traindo, e na volta dele, se arrepende e pede perdão por tudo que fez. Vou confessar que a primeira vez que escutei esta pérola, a escutei por dez vezes seguidas. A cada audição, se percebe a riqueza de detalhes na execução da mesma, a interpretação dramática que a banda dá a cada ato da história e sem falar na execução dos instrumentos, soberba em todos eles, sem uma única falha, e que prende a atenção de qualquer um para o desfecho da história. São oito minutos e quarenta segundos do mais puro êxtase e perfeição musical. Depois quando escutei a versão original, não me causou o mesmo impacto, devido a maravilhosa execução dada durante o show. Que vontade de ter estado aquela noite e ter entrado no transe musical dos ali presentes. Não há adjetivos que possam descrever a execução ao vivo desta música naquele momento. Soberbo, magnífico, espetacular, inigualável...

Keith Moon e Pete Townshend. Olhem a riqueza do cenário no fundo. (rsrs)

Depois desse show é a vez de “Summertime Blues” e só um comentário a fazer: Mas que linha de baixo é aquela Sr. Entwistle? E não se contentando, mais uma vez sua linha de baixo se destaca de todos os instrumentos em “Shakin’ All Over” em que ouvimos claramente o baixo tomando conta de tudo e se destacando sobre todos, cavalgando loucamente e estalando bem fundo nos ouvidos.

Em “My Generation” temos uma gigantesca jam, não apenas com a dita cuja, temos citações do grande clássico Tommy, que havia sido lançado no ano anterior, mas que não entrarei em detalhes, pois futuramente analisarei o mesmo, mas que está contido integralmente ao vivo no segundo disco de maneira perfeita, executado em cada detalhe.

Finalizando este maravilhoso álbum, temos a clássica “Magic Bus” que só encerra com chave de ouro a apresentação que entrou na história do rock como aquela em que qualquer um que julgue gostar do estilo gostaria de estar e que está gravado com um dos momentos mais mágicos de todos os tempos. Essencial na estante de qualquer apaixonado, não só pelo rock, mas por música em geral. Ainda não ouviu? Corra, e se prepare para um dos momentos mais intensos de sua vida.

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CD 1:
01.Heaven and Hell
02.I Can't Explain
03.Fortune Teller
04.Tattoo
05.Young Man Blues
06.Substitute
07.Happy Jack
08.I'm a Boy
09.A Quick One, While He's Away
10.Summertime Blues
11.Shakin' All Over
12.My Generation
13.Magic Bus

CD 2:
01.Overture
02.It's a Boy
03.1921
04.Amazing Journey
05.Sparks
06.Eyesight to the Blind
07.Christmas
08.The Acid Queen
09.Pinball Wizard
10.Do You Think It's Alright?
11.Fiddle About
12.Tommy, Can You Hear Me?
13.There's a Doctor
14.Go to the Mirror!
15.Smash The Mirror
16.Miracle Cure
17.Sally Simpson
18.I'm Free
19.Tommy's Holiday Camp
20.We're Not Gonna Take It


Roger Daltrey - Vocais
Pete Townshend - Guitarra
John Entwistle - Baixo
Keith Moon - Bateria


By Weschap Coverdale

6 comentários:

Anônimo disse...

The Who - Live At Leeds (CD 1):
http://www.multiupload.com/0Z3RJOV942

The Who - Live At Leeds (CD 2):
http://www.multiupload.com/E31JY36AZN

Jp disse...

Boa cara! The Who arrebenta tudo

Fábio RT disse...

Então...ouvir disco ao vivo esperando ouvir o mesmo que se ouve no disco em estudio não vira não....os melhores discos ao vivo são os que apresentam versões bem diferentes das músicas quando comparadas com o estudio....minha humilde lista: Este do The Who colocado aqui, Led Zeppelin: How the West was Won, Deep Purple: Made in Japan, Alman Brothers: Filmore East, Hendrix: Filmore East, Derek and Dominos: Filmore East (eheheheheh..todo mundo toca nessa joça) e uma menção honrosa ao Live and Dungerous do Thin Lizzy que tem um monte de overdub mas é um baita disco...ahhhh e tem os Bootlegs....mas esse já é um mundo a parte.....Abraços

ZORREIRO disse...

Depois de assistir à apresentação do Ozzy no programa de TV do Kimmel, penso: iesse Who é de uma época em que o rock ao vivo era orgânico. Quem tinha talento se estabelecia.
Hoje é playback pra lá, overdub pra cá....e não se sabe mais até que ponto os músicos realmente tocam.

Kissvision Shows, Desenhos e Seriados disse...

Obrigado pelo post, tava a procura desse cd a um bom tempo

Nebulosa Comics disse...

Obrigado pelo post, tava a procura desse cd a um bom tempo