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domingo, 3 de abril de 2011

Karl Sanders - Saurian Meditation [2004]


Habilidade técnica não é novidade no Death Metal, mas criatividade e identidade são fatores muito raros. E quando se fala na categoria de gênios, a seletividade afina ainda mais, pois o gênero originou basicamente apenas dois músicos que elevaram seu nível à grande inspiração que transcende rótulos. Refiro-me a Chuck Schuldiner e Trey Azagthoth. Até 1998, ninguém esperava que surgisse nada de tão inovador e diferenciado no cenário Death Metal, porém tudo mudou quando surgiu no mercado o disco Amongst the Catacombs of Nephren-Ka do Nile.

O Nile trouxe uma temática completamente inovadora, sem versar sobre assassinatos, mutilações, zumbis e outros temas comuns. O mais inovador, porém, não foi apenas o fato das letras tratarem de temas egípcios, e sim a facilidade com que a banda transmitia, através do instrumental, toda a aura egípcia, por meio de melodias voltadas ao Oriente Médio, auxiliadas pelo uso de instrumentos exóticos. Tudo isso executado dentro de um instrumental veloz e com a técnica de praxe do estilo ficando ainda mais distinta em riffs e solos que nunca soam embolados, mesmo quando executados na velocidade da luz.


O auge dessa revolução no Death Metal se deu no terceiro full lenght do grupo. In Their Darkened Shrines assombrou fãs de todos os estilos de Metal, uma obra-prima que conseguiu atingir o nível máximo de criatividade e genialidade, em se tratando de Death Metal, nas faixas "Unas Slayer Of The Gods" e a épica música-título que se aproxima dos 20 minutos. A junção dos elementos egípcios com a conhecida brutalidade resultou em algo tão inigualável que fãs e críticos ao redor do mundo passaram a cobrar uma maior intensidade no aspecto relativo à sonoridade transcontinental, forçando o líder do grupo a fazer um trabalho todo voltado a essa parte da sonoridade do Nile.

Em seu debut solo, Karl Sanders incorpora somente o Folk do Oriente Médio, sem nenhuma referência sequer à sua banda. Como o único compositor do Nile, Sanders já havia conquistado a proeza de ser um dos maiores mestres do Metal Extremo atual, tanto em relação a técnica quanto a autenticidade. E aqueles que não conseguiam enxergar as escancaradas demonstrações de personalidade devido as características do Death, podem agora ter a chance de comprovar a inexplicável destreza de um americano compor sons ligados a uma cultura distante da sua, e passar o sentimento como fosse parte desse povo longínquo, criando uma obra que demonstra a riqueza cultural e musical de um lugar cada vez mais esquecido.



Com a oportunidade de explorar abrangentemente o lado mítico africano, a sonoridade apresenta características relaxantes dominada por passagens acústicas, no entanto fica longe de uma morosidade soft. Os arranjos acústicos transitam pelo virtuosismo em faixas como "Whence No Traveler Returns" e "Luring the Doom Serpent", criam ritmos ritualísticos em "Beckon the Sick Winds of Pestilence", e se somam a passagens elétricas nas inacreditáveis "The Elder God Shrine" e "Of the Sleep of Ishtar", que em alguns momentos se assemelham à quarta parte de In Their Darkened Shrines, só que com o clima muito mais atmosférico e dinâmico.

Saurian Meditation também traz de volta o baterista original do Nile, Pete Hammoura, que havia abandonado a música no meio das gravações do segundo disco do grupo devido uma contusão e voltou excepcionalmente para trabalhar nesse disco já que não exige velocidade e muito esforço. Outro convidado que se destaca é David Vincent do Morbid Angel, com uma ótima interpretação na bela narrativa egocêntrica de "The Forbidden Path Across the Chasm of Self Realization".

Esse trabalho serve como prova que o valor da inspiração é algo muito mais respeitável que quaisquer outros meros complementos que são colocados a frente da música. Além de um passeio pelas antigas civilizações no misticismo sonoro de uma futura lenda que já está na trindade insuperável do Death Metal, pelo simples fato de ser muito mais que um simples músico de Death Metal, assim como Trey e Chuck.

01. Awaiting the Vultures
02. Of the Sleep of Ishtar
03. Luring the Doom Serpent
04. Contemplations of the Endless Abyss
05. The Elder God Shrine
06. Temple of Lunar Ascension
07. Dreaming Through the Eyes of Serpents
08. Whence No Traveler Returns
09. The Forbidden Path Across the Chasm of Self Realization
10. Beckon the Sick Winds of Pestilence

Karl Sanders - baglama saz, acoustic guitar, electric guitar, ebow, guitar synthesizer, keyboards, bass guitar
Mike Breazeale - vocals
Pete Hammoura - drums, percussion

Special guests:

Shawn Allen - acoustic guitar on "Whence No Traveler Returns"
Dallas Toler-Wade - harmony vocals on "The Elder God Shrine"
David Vincent - narration on "The Forbidden Path Across the Chasm of Self Realization"
Juan Gonzalez - drums on "Beckon the Sick Winds of Pestilence", lead gong on "Whence No Traveler Returns", harmony vocals on "The Elder God Shrine"

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Dragztripztar

2 comentários:

Anônimo disse...

http://www.mediafire.com/?vizz2odjvngv8e3

Manoel disse...

Excelente review!
Fiquei super curioso e instigado, pois não sou muito chegado ao Death, mas amo música Folk.
Baixei o álbum imediatamente.
Apesar disso, como eu tenho começado a ouvir mais Behemoth ultimamente, acho que eu não vou ter tanta dificuldade em ouvir/gostar de Nile. Mas vou deixar isso pra depois, por enquanto vou ouvir o Saurian Meditation.