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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Marillion - Script For A Jester's Tear [1983]


1983. O progressivo parecia derrotado naquela altura. Após a fase punk que já havia tirado esse movimento de cena, agora o synth-pop dominava a parada de sucesso. Mas nesse ano, surge uma banda liderada por um excêntrico escocês, cuja a voz e maneira de cantar lembravam muito o líder do Genesis naquela altura, Peter Gabriel. E apesar da acusação de imitadores do Genesis, com o tempo foram os líderes do chamado movimento neo-progressivo.

E o talento indiscutível do Marillion já pode ser notado em seu disco de estréia, o ótimo "Script For A Jester's Tear". E esse já foi bem recebido pelo público, em que a banda conseguiu atingir o sétimo lugar nas paradas britânicas, chamando atenção de muitos que eram órfãos desse estilo. Não à toa, pois temos aqui letras poéticas e construídas de maneira perfeita, com músicos que logo em sua estréia mostravam que eram técnicos o suficiente para acompanharem as interpretações teatrais do vocalista Fish em cima do palco.

E ao colocar o disco para rodar fica fácil de entender o motivo desse frisson todo na época. A faixa-título é algo digno de ser chamado de uma obra de arte no sentido completo da palavra. Com uma letra que trata sobre a perca de um amor (algo não muito comum para um grupo progressivo e que viria a ser tratado novamente no também magnífico Misplaced Childhood), Fish mostra o porque de ser tão cultuado pela grande maioria dos fãs da banda. Com uma interpretação sobrenatural, onde se torna impossível não ser cativado por essa bela canção, principalmente em seus três minutos finais, feitos para levar os ouvintes às lágrimas.



Após esse petardo inicial, "He Knows You Know" vem de maneira hipnotizante, uma canção que trata sobre os efeitos das drogas e com um andamento mais sombrio, que retrata as paranóias de um usuário, junto com uma tentativa de suicídio do mesmo, em mais uma interpretação arrasadora de Fish. "The Web" apresenta um lado mais comercial do grupo, mas que em sua segunda metade se torna uma canção matadora, onde mesmo sendo um grupo ainda novo e sem muita experiência, todos os membros dão seu show à parte para que mais uma vez tenhamos uma canção memorável.

"Garden Party" é um alegre hino, quase que um convite à festa que está sendo narrada durante a execução da canção e que acaba por ser uma pequena trégua ao clima pesado de todo esse belo registro. "Chelsea Monday" volta a cadenciar o ritmo do disco e nos leva a mais uma viagem, mas que, porém não é tão mágico quanto tudo o que foi apresentado até este momento. Porém o encerramento com a sensacional "Forgotten Sons" coloca tudo no eixo novamente e finaliza esse grande disco de maneira excelente. Na letra que trata sobre os problemas da Irlanda em guerra civil, a banda mais uma vez se destaca e cria uma canção sublime, com seus quase nove minutos que prendem atenção do ouvinte até o final, devido a sua urgência.

Aqui ainda vemos uma banda que estava experimentando um caminho a qual seguir, que foi melhor definido no sucessor "Fugazi" (já postado pelo Dragztripztar aqui). Mas que mesmo assim está entre os três discos da melhor fase do grupo, que estão todos postados aqui. E ao ouvir esses é impossível contestar que mesmo que os últimos discos com o Marillion sejam legais, que a era Fish tinha aquele algo a mais que os fizeram ser tão respeitados dentro do cenário progressivo.




1.Script for a Jester's Tear
2.He Knows You Know
3.The Web
4.Garden Party
5.Chelsea Monday
6.Forgotten Sons

Fish – Vocais
Steve Rothery - Guitarras
Mark Kelly - Teclados
Pete Trewavas - Baixo
Mick Pointer - Bateria


By Weschap Coverdale

7 comentários:

Anônimo disse...

http://www.mediafire.com/?2abysfagghmmhs6

Dragztripztar disse...

Muito bom! E acho melhor que o Misplaced Childhood.

Eu deveria procurar conhecer a carreira do Fish pós-Marillion, assim como o Marillion pós-Fish, pois são músicos e compositores muito talentosos e com certeza deve ter muita coisa interessante feita por eles depois de 1987.

Unknown disse...

Ontem mesmo eu tava escutando esse vinil...

Anônimo disse...

Olá, turma da Combe!
É ótimo ver que sempre estão comentando sobre as bandas dos anos 80, particularmente gosto muito desse período, foi quando surgiram milhões de alternativas para todo mundo escutar um muito de cada gênero.
E o Marillion é uma dessas bandas que merecem respeito.
ótima avaliação do talento de Fish e dos demais músicos, pois a banda toda é legal.
Só vou ser criterioso em uma coisa: o certo é "perda", substantitvo em vez de "perca", que é um verbo. Isso ocorreu em outra postagem, se não me engano, do Cinderella, quando ocorre esse erro novamente.

No mais, meus parabéns pelo conjunto da obra, a Combe é digna!

Dragztripztar disse...

Maldita língua portuguesa... Tá me fazendo editar vários posts antigos, desde que comecei a pegar toneladas de materiais de estudo relacionados pra, principalmente, trabalhar em cima de textos (tinha ficado quase 2 anos longe dos estudos).

Mas, nós brasileiros, temos uma, digamos, concessão para cometer certos deslizes ou mesmo um acomodamento pra não buscar o aperfeiçoamento, a partir do momento em que a sociedade considera pessoas que escrevem textos patéticos (tais como "Vestida de Preto") como "gênio" e colocam num altar, o considerando um semi-deus.
E entendam isso como uma ironia, não quero passar a idéia de que tem que ser desleixado ou coisa do tipo.

Estou colocando isso, mas não tem nada a ver com o texto, muito bem escrito por sinal, do Weschap. É que eu tô exausto depois de umas aulas e uns exercícios e, como o assunto veio à tona na pequena correção do amigo anônimo, resolvi colocar essa pequena indignação aqui - e nada contra também a observação do anônimo.

Anônimo disse...

Ok valeu a dica, daqui a pouco corrijo, quando a preguiça permitir. :-)

Se vc tá assim Dragztripztar, imagine eu que parei fazem 10 anos... rsrsrsrs

Igor Miranda disse...

São observações válidas, até porque a língua portuguesa é mais complexa que várias outras línguas ocidentais. Valeu!