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sábado, 7 de maio de 2011

Twisted Sister – Love Is For Suckers [1987]


Nova York, segunda metade dos anos 70. O punk era a nova ordem mundial, mas ainda não tinha aquela característica de movimento sujeito a traições imbecis e radicalismos. Eram apenas um bando de junkies com muita gana e que não sabiam tocar direito seus instrumentos.

As vertentes eram inúmeras. Dos devotos do som de Detroit, de MC5 e Stooges (como os Ramones e os Sex Pistols), àqueles adeptos da androginia de Marc Bolan e seu T Rex (como New York Dolls e Twisted Sister). Tudo isso dentro de uma trincheira underground que ameaçava sobremaneira o já cansado esquemão do mainstream. O Twisted Sister ocupava seu espaço.

No começo dos anos 80, a vertente adotada pelo Twisted Sister estava se afastando do punk e flertando com o hard rock, iniciando aquilo que seria o Glam Metal, Hard Farofa ou chame lá do que quiser. As novidades eram Poison e Mötley Crüe (este último ainda com um pé no heavy metal em seu primeiro disco).

O auge do sucesso dos Sisters se deu com Stay Hungry e o hipermegahit We’re not gonna take it. Uma canção com a simplicidade punk, com três acordes e sem um solo de guitarra que necessitasse um mínimo de estudo no instrumento. A bateria era forte e marcada e os vocais, melódicos mas com um apelo gutural. O disco estourou mundo a fora e transformou a banda em um dos principais expoentes daquele mainstream tão odiado.

Depois veio Come Out And Play, com uma superprodução digna de primeiro escalão do cast da gravadora: capa com tampa de bueiro que abre e mostra a foto do encarte; encarte primoroso com fotos em cores e todas as letras; participação especial de medalhões como Alice Cooper e Billy Joel; e farta distribuição mundial.

Mas o dinheiro é um veneno para quem não está preparado ou não sabe lidar com ele. E o Twisted Sister afundou-se na trincheira que eles mesmos cavaram. Eddie “Fingers” Ojeda sofre um esgotamento nervoso (até hoje não explicado) e a turnê teve que ser interrompida (os palcos da turnê eram fantásticos, tendo até um carro todo pichado como cenário). A. J. Pero, o baterista responsável pela maravilhosa introdução de We’re not gonna take it, pula fora da banda. O futuro é incerto.

Mas gravadora não quer saber de problemas humanos. Quer dinheiro e o retorno ao investimento que foi feito. Nesse clima é composto e gravado Love Is For Suckers, postagem de hoje.

Da formação original, praticamente só Dee Snider e Mark “The Animal” Mendoza restaram trabalhando. O disco é praticamente um trabalho solo de Dee Snider, que conta com Joey “Seven” Franco (Widowmaker) nas baquetas e o novato Reb Beach (sim, ele mesmo) nas guitarras, em sua primeira gravação profissional pré Winger. Jay Jay French e Eddie “Fingers” Ojeda participam, mas percebe-se claramente que estão em segundo plano (se é que gravaram alguma coisa realmente). A produção ficou a cargo do excelente Beau Hill (Chery Pie, do Warrant), que também gravou os teclados.

A Atlantic Records bota nas prateleiras esse disco no dia 13 de agosto de 1987, quando um já agonizante Twisted Sister não existia mais na prática, pois a tentativa de uma turnê encerrou após dois meses e alguns poucos shows. O play, senhoras e senhores, só não é o melhor daquele ano no hard rock porque tem que concorrer com o 1987 do Whitesnake. Um petardo do hard rock oitentista como poucas vezes se viu.



Bateria precisa e pesada, guitarras perfeitas, com solos e riffs inspiradíssimos (cortesia de Beach), vocais maravilhosos e uma produção impecável. Wake Up The Sleeping Giant abre os trabalhos dizendo a todos que, apesar de adormecida, a carreira de Snider ainda tinha muito a oferecer.

Hot Love e Tonight formaram o single do álbum, e constituem duas das melhores músicas do hard rock que conheço. Fora de série. Temos um Twisted Sister apresentando os melhores riffs, letras e refrões de sua carreira. Hot Love também teve clipe veiculado na MTv, no qual Eddie Ojeda sequer aparece (na cena de palco não aparece o rosto do segundo guitarrista). A estrela, obviamente, é Dee Snider.



I’m So Hot For You, Me And The Boys, One Bad Habbit (letra genial) e I Want This Night To The Last Forever são perfeitas. O disco é bom do começo ao fim! Difícil destacar somente uma. Tudo aqui é bem feito e inspirado. Dee Snider mostrava ao mundo que poderia fazer música boa sem as maquiagens pesadas e sem seus companheiros de Twisted Sister.

Tem baladão também. You Are All I Need é daquelas baladas típicas do Twisted Sister, com o vocalista cantando o amor para “suckers” como se fosse convencer a gata com a ajuda de um tacape. Mas, ainda assim, é o amor, que se manifesta de maneiras misteriosas.

Em época de internet, na qual não estamos presos aos jabás das rádios e canais de televisão, podemos escutar o que quisermos e dar o nosso veredito. Ouça Love Is For Suckers e me respoda: é ou não é o melhor disco do Twisted Sister?

Mesmo que você achar que não, ainda assim o convenci a escutar essa pérola. E isso para mim já vale a pena.

Track List

1. "Wake Up (The Sleeping Giant)"
2. "Hot Love"
3. "Love Is for Suckers"
4. "I'm So Hot for You"
5. "Tonight"
6. "Me and the Boys"
7. "One Bad Habit"
8. "I Want This Night (To Last Forever)"
9. "You Are All That I Need"
10. "Yeah Right"

Dee Snider (vocais)
Eddie "Fingers" Ojeda (guitarras)
Jay Jay French (guitarras, vocais)
Mark "The Animal" Mendoza (baixo, vocais)
Joey “Seven” Franco (bateria)

Músicos creditados como adicionais

Reb Beach (guitarras)
Beau Hill (teclados, vocais)
The New West Horns (sopros)
Jimmy Chalfant, Steve Whiteman, Kip Winger (vocais)

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Por Zorreiro

18 comentários:

Anônimo disse...

http://www.mediafire.com/?bkta15005d60m54

Eduardo Paiva disse...

Valeu Zorreiro! Baixando!
Só lembrar que 1987 é também o ano do Appetite For Destruction do Guns N' Roses e do Back For Attack do Dokken, que também é outro grande álbum!

Igor Miranda disse...

Ótimo disco e resenha impecável. Joey Franco e Reb Beach são dois monstros em seus instrumentos. E Dee Snider é o cara: canta com personalidade, é um frontman de impacto e é um compositor do caralho.

Anônimo disse...

o titulo do album é um mote pra vida!

Eduardo disse...

Sim, Zorreiro, esse é o melhor album do Twisted Sister!!!!!!!!!!!!!!! E se eu não tivesse ele, com certeza baixaria depois dessa resenha, muito show!!!

Anônimo disse...

Realmente o melhor disco de twisted sister, tenho ele em vinil.

Henrique disse...

NÃO CONHEÇO MUITO TWISTED SISTER TO BAIXANDO PRA CONFERIR!!PELOS COMENTÁRIOS PARECE SER UM BOM DISCO!!
VALEUUUUUUUUUUUUU!!

JORJAOFONSECA disse...

Zorreiro, bela resenha, nem sei ao certo se esse é o melhor do TS,mas que é um discaço é, tenho um amigo em Slz(MA), Marcelo Kiss(pq será,rsrsrs) que é fanático pelo TS tb, que com certeza ia gostar da resenha, valeu, não vou baixar,pois tenho tudo do TS em mídias diversa, mas que é uma boa oportunidade pra quem ainda não conhece essa banda muito foda, isso é.

Takeo Maruyama disse...

Eu também acho esse o melhor álbum do Twisted Sister, e nunca tinha ouvido ninguém afirmar isso até hoje! Todo mundo só idolatra o STAY HUNGRY e despreza LOVE IS FOR SUCKERS!

Anônimo disse...

Essa banda é ótima!
Não fosse pelo Twisted Sister, como é que a gente poderia existir sem "We're not gonna take it" e seu vídeo bombástico? Seríamos nada mais nada menos que zumbis pagodeiros, ou zumbis funkeiros sem alma, sem personalidade e sem carisma.
Porque é preciso alma, personalidade e carisma para gostar de Rock!

Viva o Twisted Sister e o impagável Dee Snider!

Long Live Rock'n'Roll!

Anônimo disse...

Discão Zorreiro! Amo este disco, e repito as palavras do Silver, de que Dee Snider dispensa qualquer tipo de comentário!

Yusef disse...

porra, que post hein cara, tenho esse disco...
Love is for suckers !!
Foi o primeiro disco completo do Irmas Depravadas que eu escutei.
Valeu Zorreiro
"Dee Snider é o cara: canta com personalidade, é um frontman de impacto e é um compositor do caralho." Muita bem observado! Nao tem como discordar

Arno Materiais Eletricos disse...

grande post, só não fiz o download pq ja possuo o vinil

Anônimo disse...

Galera concordo com vcs em tudo quando se refere a importancia do Twisted Sister, agora tem certeza que vcs escutaram os outros albuns do Twisted Sister, este de longe eh o mais fraco deles, não eh um disco ruim não, realmente eh muito bacana, mas isto ja reflete o que se sofria na época... por escutem melhor You can't stop rock and roll, o 1º porra estes sim são Krassicos... e nunca eh d+ STAY HUNGRY aquilo sim eh pegada TS

ZORREIRO disse...

Tava demorando....

Marcelo disse...

Album mais fraco? Nem sei o que dizer. Só estou postando aqui para responder que sim, este é de longe o melhor disco do TS, sem sombra de dúvida. E ao mesmo tempo, um disco injustiçado.
Não baixei claro, pois já tenho 2 Cds. A primeira versão e a que lançaram depois pela Spitfire, que é remasterizada!
Discaço!

Dynasty disse...

Cara, o que é o tempo. Sempre achei este o melhor album do TS. A turma curtia muito, mas ele nunca foi muito explorado pela banda.

Eu não sabia os motivos de tamanho desdem - neste ponto as resenhas da Combe cobrem uma lacuna fundamental de pesquisa e informação.

Voltando ao assunto, na época, a crítica, diga-se "Revista Metal", foi ferrenha com este album. O comentário era que o TS tinha virado uma banda "comercial", ou seja, música feitas somente para radio FM - um crime para os padrões época.

Hoje, em tempos de Blogs e tudo mais, parece que o album recebe sua devida atenção.

Sinto falta destas músicas em regisros ao vivo. Meu destaque? I want this nigh to last forever.

Capitão Caverna disse...

Concordo quando você onde você diz que esse é o melhor do TS. Embora o Stay Hungry tenha sido o grande feito dos caras, o maior sucesso comercial e tal, acho que analisando os álbuns como um todo, o Love Is For Suckers consegue ser superior ao Stay Hungry, inclusive tecnicamente.

Clássico absoluto.