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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Gary Moore - Dirty Fingers [1984]


Pela segunda vez, ao acessar a internet, logo depois que acordo, me deparo de cara com a morte de um ícone (antes foi o Steve Lee). E hoje, faleceu o maior responsável por abrir minha mente. No momento em que estava empolgado apenas com Hard Rock, me fora apresentado o Gary Moore através do Dirty Fingers. Pensei que se tratava de um grande músico do Hard Rock. Fui atrás de seus outros registros 80's e comprovei. Mas duas fases "estranhas" eram intercaladas por estes discos que havia conhecido. E foi aí que constatei que era muito mais do que pensava. Moore tem um legado referencial no Hard, Blues e Jazz Rock. Um gênio incontestável.

Por ter crescido em meio ao cenário caótico da Irlanda, devido os ataques terroristas do Exército Republicano, Moore sempre despejou toda sua ira (trocadilho infame) nas composições. E apesar da heterogeneidade que marcou sua carreira, se manteve inexorável no que concerne à sua integridade como músico, sempre oferecendo música feita com a alma e o coração, nunca deixando de lado a elevadíssima qualidade. E o meu momento preferido de sua carreira se encontra no sétimo álbum solo. Talvez por ser o primeiro contato que tive com sua obra, mas mesmo depois de conhecer sua carreira a fundo, ainda vejo o Dirty Fingers como um disco especial e com fortes particularidades.

Um dos aspectos mais ímpar deste disco é a forma como Moore canta. Em nenhum outro play, o irlandês demonstrou as flexibilidades vocais registradas aqui, soltando agudos violentos na raça. E o line-up formado por outros músicos lendários reforça o convite para conhecer o álbum. Fora o line-up fixo, o disco conta com a participação de Charlie Huhn (Ted Nugent, Foghat, Humble Pie), que é responsável por cantar a música de abertura, "Hiroshima". Ouça o riff e tente contar quantas vezes já ouviu o mesmo sendo executado em outras tantas músicas. Na sequência, o lendário guitarrista mostra toda a velocidade técnica no curto instrumental que dá título à bolacha.



"Bad News", minha preferida, impõe características mais ligadas ao Heavy Metal e solos excitantes. E a já popularizada canção "Don't Let Me Be Misunderstood" como "cover do The Animals", recebe uma de suas melhores versões. Ao ouvir "Run to Your Mama" me pergunto o que faltou para essa música ser tida como hino do Rock. Moore também sempre se mostrou irascível em relação aos ataques bélicos deliberados, e a combatividade da guerra com mais guerra, fazendo os envolvidos e os inocentes viver sob o medo constante de morrer a qualquer momento. E aqui essa crítica surge com "Nuclear Attack", composta por Moore originalmente para o debut solo do Greg Lake.

O lado mais comercial do projeto G-Force aparece em "Kidnapped" e "Lonely Nights". O que pode ser explicado pelo fato do LP ter sido gravado em 1980, o mesmo ano em que saiu o G-Force, sendo arquivado com a intenção de apostar em lançamentos mais acessíveis pra obter grande visibilidade e poder lançar trabalhos mais descompromissados - comercialmente falando. E outro estilo abordado num lançamento durante o arquivamento de Dirty Fingers aparece em "Really Gonna Rock", bem na linha de "Rockin' Every Night" do Corridors of Power (1982). Puro Rock 'n Roll! E a belíssima balada "Rest in Peace" finaliza o espetáculo narrando uma história meio sinistra de aparição - novamente com os vocais de Huhn.

Mesmo tendo uma grande reputação apenas na Europa, Moore é, sem dúvida alguma, um dos maiores representantes do Rock de todos os tempos. Músico possuidor de um legado incomparável (me recuso a falar com o tempo no passado). E só não repercutiu mais por que não é muito aceitável que o músico explore sua criatividade ao máximo. Faz-se Hard, é comercial, se produz Jazz, é enfadonho, e por aí vai (para muitos). Mas basta ter sensatez pra notar que Moore nunca fez nada além de expor seus sentimentos com diversas abordagens. Capacidade criativa e sabedoria de colocar a música como arte, é muito diferente de entretenimento gratuito. A resposta de um sobrevivente, através da música, para a desumanidade dos hipócritas que só são homens empunhando armas.

01 - Hiroshima
02 - Dirty Fingers
03 - Bad News
04 - Don't Let Me Be Misunderstood
05 - Run To Your Mama
06 - Nuclear Attack
07 - Kidnapped
08 - Really Gonna Rock
09 - Lonely Nights
10 - Rest In Peace

Gary Moore - vocal/guitar
Jimmy Bain - bass
Tommy Aldridge - drums
Don Airey - keyboards

Charlie Huhn - vocal on 1, 10

(Links nos comentários - links on the comments)

Dragztripztar

22 comentários:

Anônimo disse...

http://www.mediafire.com/?20216wxff7p619c

Dragztripztar disse...

Já postei duas vezes o link para o download.
Aguardem que, quando o blogger quiser, vai aparecer.

JP_Rhoads disse...

po li a notícia quando liguei o pc, mo vacilo, grande influencia pra mim ele...

Jay disse...

Tinha caído na caixa de spam. Tem acontecido basstante. Infelizmente, coube a mim ser o primeiro a dar essa trágica notícia em sites/blogs nacionais, assim como no caso do Steve Lee. A Van segue em cima do lance, mesmo quando a notícia não é boa.

Dragztripztar disse...

Pois é... fiquei sabendo na Van. Até porque, como já disse pro Silver, não acesso mais os outros sites e blogs de notícias musicais, visto que a Van, além de passar as notícias em primeira mão, filtra os assuntos que interessam, a página carrega rápido e não tem pop-up.

Lyn disse...

Grande perda para o mundo da música em termos gerais.

O que importa é que ele cumpriu o papel dele, inspirando muita gente e deixando grandes composição.

Que descanse em paz.

Anônimo disse...

Valeu pelo post!
Uma pena, grande perda pra música...

ZORREIRO disse...

A notícia mais triste do ano.
Grande resenha. Grande notícia.
O rock está de luto.

jantchc disse...

to começando a ouvir o moore a pouco tempo, a fase hard, q é o q eu gosto..

a noticia realmente é triste mas os discos q ele gravou vão sempre estar por aqui..

valeu..

Jp disse...

Lindo texto cara, realmente emocionante.

Um dos grandes guitarristas da história, um dos melhores, mais versáteis e influentes do blues-rock.

Anônimo disse...

Só a criticar o fato de não ter mencionado a importância de Moore juntamente com o Phil Lynnot, do Thin Lizzy, para o mundo da música.
Ambos estão fazendo altos sons ao lado de Dio.

Rest In Peace!

Abraços Rocker!

Leo disse...

Otimo post! vlws!

Dragztripztar disse...

3 das 4 resenhas anteriores do Gary Moore falaram da relação dele com Phil Lynott.

Vários músicos possuem (ou possuíram) ligações mais íntimas com outros de grande importância. Não vejo necessidade de associar a importância de Moore com a do Lynott. A trajetória de Moore não dependou de Lynott pra ser indispensável a citação. Eram grandes amigos e fizeram alguns (poucos) trabalhos juntos. E tinham em comum o fato de criticar as famigeradas situações do país deles.

Gary também era amigo de B.B. King, Albert King, Ian Paice, entre várias outras lendas. E já trabalhou com todos. Mas a história dele não dependou de ninguém. Talvez o fato de ter tocado no Thin Lizzy tenha lhe dado boas aberturas para mostrar seus trabalhos solos na década de 80. Mas do que adiantaria isso se não fosse o próprio talento dele?

Victor Nazário disse...

O cara foi minha maior inspiração. Não quero criar polêmica, afinal de contas, cada um tem o seu melhor do mundo, mas nunca vi um musico, um guitarrista tocar com tanta emoção. Ele não toca somente com o coração, ele sempre usou todos os seus sentimentos para compor seus solos. Se vale uma indicação de um grande fã da Combe, e um fã inexorável e de luto do Gary Moore, por favor, postem Blues Alive, e deixem todos se deliciarem com uns dos álbuns mais básicos em qualquer coleção.
Abraços

Igor Miranda disse...

Não é essencial relacionar Lynott e Moore para justificar o talento e o sucesso de ambos, que fizeram bons trabalhos tanto juntos quanto separados.

Mas ambos se coincidem em vários aspectos, e o principal é: são artistas verdadeiros. Excepcionais. Souberam expressar seus sentimentos verdadeiros em suas composições como ninguém.

É provável que eu solte um outro post em homenagem a esse cara, que é reserva moral incontestável quando o assunto é guitarra. Mas prefiro reconstituir meus pensamentos porque, desde que o Meanstreet me ligou avisando do falecimento, sinto como se tivesse levado um baque.

R.I.P. Gary Moore.

Alceu disse...

Poxa valeu mto o post, eu acabei ficando abalado com tudo isso, esse cara q é uma inspiração assim se foi e eh dificil suportar... Mas como diz o mestre Yoda 'morte parte natural da vida é', então que descanse em paz...

Unknown disse...

Mais uma grande perda para o mundo do Rock, descanse em paz Gary...

Arnaldão disse...

MCH FCK Guitarman !!! Forever !!!

Victor Nazário disse...

A propósito, eu indiquei um ábum a ser postado, pois sou admirador do trabalho do Gary Moore a tempos e acho o Blues Alive um puta discão. Não foi um pedido, esse CD tenho até dois...rsrsrsrsrs......Abraços a todos

Delton disse...

Gary, vai pro céu dos gênios. RIP - Rock in Peace.

Dragztripztar disse...

Fechando o assunto Lynott-Moore; o post é uma homenagem, mas o foco é um disco que não tem nenhuma ligação com o Phil.

Uma coisa que fiquei devendo, talvez, foi citar um ponto que poucos falam a respeito do Moore, mas que a contribuição dele foi determinante para, posteriormente, gerar vários e vários subgêneros. Falo da mistura do Rock com a música celta. É certo que essa mistura já havia sido feita na década de 60 por alguns grupos, e depois até pelo Thin Lizzy, mas a forma como era trabalhada, até então, ficava presa à suavidade e leveza, e o primeiro que trabalhou as características celtas de forma bombástica, gerando os contornos que se tornariam parâmetros dos subgêneros do Metal, foi o Moore.

Isso é pouco lembrado, e quando é lembrado passam a impressão que só ocorreu em Over the Hills and Far Away. No entanto, quem tá com os ouvidos em dia e conhece o disco, sabe que vai além desta música.

Mas confesso que só lembrei-me de mais essa importância do Moore porque terminei um post sobre uma das bandas de 60 que é seminal nesse segmento.

Anônimo disse...

Não tinha notícia pior?!? Infelizmente para morrer basta estar vivo. Sad...